quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Gente da Terra 02




Copyrigth by Andrade, José Alves


Gente da Terra 02


Iª Edição


Volume 2


Impressão - Gráfica e Editora da UFLA


Janeiro - 2003


Capa - Marlon Hudson de Lima


Designer e Diagramação: Marlon Hudson de Lima (Art & Designer)


Revisão Eugênio Pacelli e Edno Tubertini


Editoração Eletrônica: José Marcos Martins e Celeida Mara Tubertini Maciel


Web Designer: Marlon Hudson de Lima



Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ou forma, seja mecânico, eletrônico, fotocópia, gravação, ou outro, sem a prévia autorização escrita do autor.






PREFÁCIO



Gratidão - uma nobre virtude.



Diz o poeta: “Cada um que passa em nossa vida, não nos deixa só e nem vai só. Deixa um pouco de si, leva um pouco de nós”.



Com esse pensamento queremos dizer que GENTE DA TERRA foi criada por nós, em parceria com o Jornal Tribuna de Lavras, Rotary Clube de Lavras Sul, Academia Lavrense de Letras, Clube de Lavras, Foto Wildes, Nércias’ Buffet, Guttemberg Som, Ogmar Panzera, com a finalidade de homenagear e valorizar os profissionais, com o objetivo maior de considerar todos excelentes na medida que são úteis e exercem com dignidade suas profissões, para engrandecimento da comunidade.



O que nos motivou a escrever GENTE DA TERRA foi a visão que temos tido do mundo atual, do século XXI, onde o progresso explodiu e, nos estilhaços, vêem-se coisas boas que beneficiam a vida mas, em contrapartida, coisas negativas, como: inversão de valores, notícias sensacionalistas constituindo as principais manchetes e ocupando os melhores espaços nos órgãos de comunicação, o homem sendo considerado uma máquina, sendo despersonalizado, tratado por números e não pelo nome de batismo ou de registro, tendo o outro homem como inimigo, supervalorizando os bens materiais, guerreando, destruindo.



Através dessa visão, queremos chamar atenção do homem para observar mais o seu interior, para redescobrir o verdadeiro sentido da vida e fazer aflorar as coisas boas que existem e ficam em estado de latência no seu ser. Lembrar que ele é filho de Deus e por isso está aqui na terra. Que ele não é máquina, não é número, tem sentimentos, desejos e vontades.


Lembrá-lo que é um ser humano, e, como tal, não nasceu para se isolar ou ser egoísta.


Nasceu para viver em sociedade, para servir, socorrer, ajudar, colaborar, solidarizar, participar da vida comunitária através da profissão e de seu ser para tornar o mundo melhor.



Há muita gente boa, GENTE DA TERRA, espalhada por esse mundo afora.


Em todos os cantos existem os bons, os que se dão sem reservas, sem reflexões premeditadas, os que agem apenas impedidos pelo prazer espontâneo de servir. Aqueles que não alimentam desejos imoderados, aqueles desapegados às coisas materiais e, sobretudo, aqueles que, numa busca constante, procuram no próximo a oportunidade de ser útil.


Por que não mostrá-la? Por que cruzar os braços, emudecer e nada fazer?


Mudaremos o mundo, torná-lo-emos melhor, à medida que valorizarmos o homem, chamando-o pelo nome, sabendo quem é, onde mora, o que faz e tendo-o como irmão.


Esse é o objetivo de GENTE DA TERRA. Falar sobre essas pessoas e da grande riqueza que há dentro de cada uma. É descobrir e mostrar que ainda existem os idealistas, os altruístas. É valorizar a vida. É refletir a grandeza do homem no espelho de suas obras.


O reconhecimento do valor do homem é uma gratidão que se presta a GENTE DA TERRA.

O autor




O OUTRO LADO DO SER HUMANO


Trafegamos anonimamente pelas ruas das cidades, cada um com suas preocupações, com suas vontades, com seus desejos, com seus sonhos, trabalhando, estudando, rezando, orando, divertindo, servindo. A verdade é que somos todos passageiros dessa vida e carregamos no nosso íntimo, nossas qualidades, nossos defeitos, nossas fraquezas, porquanto não somos perfeitos.

Normalmente enxergamos as pessoas só pelo lado de fora, ou seja, pela aparência. Dificilmente ou quase nunca procuramos conhecer ou ver as pessoas intimamente. Constituímos com esse procedimento um desafio à nossa sensibilidade que anda tão alheia ao interior das pessoas, desconhecendo a grandiosidade das coisas por elas realizadas e que passam despercebidas aos nossos sentidos.

Imaginamos muitas vezes que nossos semelhantes não têm problemas, são mais felizes, vivem num verdadeiro mar de rosas, são mais fortes, mais capazes. Ledo engano. Todos nós temos nossa fortaleza, nossos momentos de paz, de alegria, de felicidade, mas, em contrapartida, temos também nossos problemas, nossos momentos de incerteza, de intranqüilidade, de desespero, de dor.

Por vezes, apreciamos só os afazeres cotidianos das pessoas. Desconhecemos as atividades praticadas por elas fora da normalidade e, essas, pela grandeza de espírito, fazem, servem ao próximo e nada propalam, permanecendo no anonimato. Aí está o verdadeiro valor do ser humano.

Certa ocasião, abordamos o tema circulação sangüínea, numa aula de biologia. Naquela oportunidade falamos sobre o sangue, sua composição, do trabalho silencioso e admirável da circulação que ninguém vê, mas que se processa o dia todo, a vida inteira, hemorragia, transfusão, grupos sangüíneos, e questionamos os alunos: quem na vida não teve uma pequena hemorragia, seja através do rompimento de um vaso no nariz, de um corte na pele, ou mesmo em uma cirurgia? A totalidade manifestou-se positivamente.

Enaltecemos, naquele momento, o ato de solidariedade praticado pelos doadores de sangue, aqueles que no anonimato fazem doações para salvar vidas quando ocorrem grandes hemorragias. Seres que não aparecem no jornal, revista, televisão ou qualquer outro meio de comunicação, mas que de tempo em tempo, vão graciosamente a um banco de sangue, num hospital, doar aquele líquido de cor vermelha que circula por todo o corpo humano através de artérias, veias e vasos, acionado pelo coração, órgão tão propalado, cantado e declamado pelos poetas e apaixonados, do tamanho de um punho, localizado no centro do tórax que, com suas sístoles e diástoles, bate em média 70 vezes por minuto, num total de 100.000 vezes por dia, fazendo circular os 5 litros de sangue que um ser adulto possui, com a função de nutrir, respirar, excretar, defender o organismo.

Essas pessoas são extraordinárias. Doam vida para salvar vidas. Doam pelo prazer de doar, de servir diante da compatibilidade sangüínea e por amor à vida.

Embasados no tema enfocado, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, GENTE DA TERRA, alguém como nós que diariamente circula pela cidade, realizando compromissos, cumprimentando transeuntes, entrando e saindo dos lugares, anonimamente, mas de grande respeitabilidade pela profissão de professor que exerce e pelas doações sangüíneas que fez ao longo da vida para salvar vidas.

É o PROFESSOR SEBASTIÃO TEIXEIRA CAMPOS, filho de Orlando Campos e Maria Conceição Teixeira, nascido em Lavras- MG, em 06/03/1947.

Seus pais foram operários da Companhia Fabril Mineira.

Sua infância foi vivida na rua da Fábrica, perto do campo do Fabril, clube que é a sua maior paixão, juntamente com o Cruzeiro, desde aquela época. Futebol era e continua sendo seu esporte preferido. Seus filhos herdaram suas habilidades para com a bola, além de outras. Naquele clube jogou ao lado do Sabará, Claudinho, Lúcio, Dario, José Maria, Júlio Victorino, e tantos outros, amigos de infância. Ali também soltou pipas, jogou finco, brincou de pique, de bolinha de gude.

Estudou as quatro primeiras séries na Escola Estadual Álvaro Botelho. Das quatro últimas do primeiro grau, cursou duas no Seminário Dehonista de Lavras e as duas últimas bem como o segundo grau, no Seminário, na Escola Apostólica Sagrado Coração de Jesus, Corupá, em Santa Catarina. O curso superior de Matemática, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Varginha. Pós-graduação, Lato Sensu, na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Participou de uma infinidade de cursos de aperfeiçoamento, seminários e encontros por todo o Brasil. Proferiu palestras. Escreveu livros.

Já no tempo de universitário lecionava Matemática em várias escolas de Lavras e região, angariando pela sua sabedoria, pelo seu jeito simples de ensinar, a simpatia, o respeito e a admiração dos alunos. Formado, continua seu mister até hoje, quando se aproxima da aposentadoria.

Como sabemos, a arte de ensinar enobrece, mas é trabalhosa. Nosso personagem, em determinadas épocas do ano, chegava a dar 60 aulas por semana, consumindo, dessa feita, seu tempo da manhã, tarde e noite.

Lecionou Matemática no Colégio Nossa Senhora Aparecida, de 1966 a 1985. No Colégio Nossa Senhora de Lourdes, de 1967 a 1970, Na Escola da Comunidade Pedro Sales - CNEC, de 1965 a 1974, no Colégio São José, em Nepomuceno, de 1968 a 1972, no Colégio Tiradentes, de 1970 até hoje, no Instituto Superior de Ciências Artes e Humanidades de Lavras - UEMG, de 1971 até hoje, na Faculdade de Administração de Empresas e Educação Física do Instituto Gammon, de 1990 a 1996, no CEVEST.

Exerceu ainda as funções de diretor pedagógico no CEVEST e no Colégio Tiradentes. Ocupou cargos em administrações públicas, prestando ali, sua contribuição.

Algumas passagens marcaram e marcam sua vida. Quando estudou no Seminário em Corupá, foi colega dos padres: Herculano, Marcos, Zezinho (padre cantor), com os quais tinha uma estreita relação de amizade. O Cursilho, em 1971. O seu trabalho de EMAÚS, do qual é presidente do Secretariado juntamente com sua esposa Neusa. Não esquece dos companheiros que partiram, professor Odilon Campos, do comerciante Jorge Alvarenga, do Frater Ciríaco, que faziam parte de sua equipe de EMAÚS. Do chimarrão no Colégio Nossa Senhora Aparecida em companhia dos amigos. Dos Padres Sérgio, Moreno, do professor José Martins, o Deco, e de tantos outros. Da mesa redonda na Funerária Carvalho, dos jogos do Fabril, do Cruzeiro, dos professores do Gammon x Aparecida, dos filhos na seleção.

Mas a vida não é só trabalho. Em 1966, nosso personagem conheceu no mais belo jardim das Minas Gerais, Praça Dr. Augusto Silva, Neusa, com quem se casou em 04/07/1970. Desse casamento tiveram os filhos: Luciano (médico), Luiz Flávio (fisioterapeuta), Alexana, que vai conceber o primeiro neto e, Miguel, a rapa do tacho, que cursa a oitava série.

Nosso personagem é uma pessoa extremamente simples e caseira. Aprecia uma TV, um clube para participar e curtir com a família, trabalhar e servir ao próximo.

Recebeu muitas homenagens por onde passou.

Durante quase toda a sua vida adulta, professor Sebastião Campos, carinhosamente chamado de Prof. Tiãozinho, além dos seus afazeres profissionais, se colocou à disposição do BANCO DE SANGUE, doando regularmente o líquido da vida para salvar outras vidas. Muitas e muitas pessoas foram salvas pelo gesto de grandeza de nosso personagem. Como dissemos no início, conhecemos e distinguimos as pessoas apenas pelo lado externo, pelo lado de fora. Muitas das vezes desconhecemos o OUTRO LADO, o lado interior que é onde estão guardados todos os sentimentos do ser humano. É como diz o poeta: “O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS”.

Nossa homenagem ao nosso personagem e a todos os DOADORES DE SANGUE, verdadeiros heróis anônimos.

“O filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos”. Mat. 20-28b.

O PROFESSOR SEBASTIÃO TEIXEIRA CAMPOS é GENTE DA TERRA.






EXALTAÇÃO DO SER - UMA FORMA DE SERVIR

Existem coisas e mais coisas maravilhosas entre o céu e a terra. Olhemos ao nosso redor. Apreciemos. Não procuremos só as aparências, só a beleza externa, mergulhemos fundo nosso olhar, na interioridade, na essência, para vermos as riquezas encobertas muitas das vezes pelo silêncio, pela timidez, pela simplicidade, pelo não-belo. Para enxergá-las, usemos os olhos da alma, do coração e não somente os olhos da face que, às vezes, nos traem, impedindo-nos de ver coisas ocultas extraordinárias.

Vejamos e descubramos as qualidades, os vestígios não aparentes que permanecem fechados, quase sempre, impenetráveis, como num mistério insondável.

Saibamos ver, admirar, sentir, viver, as maravilhas que existem e seus detalhes.

Um diamante lapidado faz cintilar a luz, seja na idealização de um brinco, de um colar, de um anel, de um broche, mostrando sua exuberância, fascinando-nos, mas, quando pedra bruta, não desperta em nós o mesmo encanto.

A sublimidade do amor que as pessoas sentem pelas outras, ou mesmo, por algo, é espantosa, mas ninguém vê, ninguém sente se não for manifestada, exteriorizada.

A rosa se torna bela quando, de botão, se transforma em flor.

As cataratas e cachoeiras dão seus shows estonteantes na natureza, após a união de milhões de gotículas d’água que nascem de uma fonte, se juntam e deslizam leito abaixo.

O fascinante arco-íris simbolizando a aliança dos homens com o Senhor, surge no céu, pela decomposição da luz solar ao encontrar gotas de chuva que se transformam em pequenos prismas e promovem aquele espetáculo celestial.

A beleza do nascer e do pôr-do-sol acontece pelo movimento da terra. Parasse de girar, ficaríamos impossibilitados de admirá-los.

Uma vida só vem ao mundo através de um momento e de um ato de amor.

Amor.

O amor é a fonte de tudo. O mundo seria muito melhor se as pessoas se amassem mais, servissem mais, esquecessem os pecados capitais, olhassem para dentro de si, para se enxergar e enxergar o próximo que está tão perto.

Com este intróito, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, GENTE DA TERRA, alguém que tem e sente uma imensa alegria de servir ao próximo, pelo prazer de compartilhar, de amar.

É o JORNALISTA E RADIALISTA HERCULANO PINTO FILHO, filho de Herculano Pinto de Miranda e Ana Paulina de Melo Pinto, nascido em Lavras, MG, em 02/12/1926.

Sua infância foi vivida pouco abaixo de sua casa que ficava na rua Barão do Rio Branco, nas imediações do Gammon, na praça Dr. Jorge, debaixo de lindas paineiras e tantas árvores que ornamentavam aquele lugar. Ali soltou pipas, brincou de finco, pique, jogou futebol com os amigos Paulo de Souza, Dante, Orestes, Isnar e tantos.

Um fato notório chamou a atenção quando ainda contava com aproximadamente 8 anos de idade, segundo informação de sua irmã Nina. Certa vez, o médico, Dr. Paulo Menicucci, profissional gabaritado da medicina, homem de grande eloquência em suas falas, fora à casa de nosso personagem fazer uma consulta em seu pai que se encontrava enfermo. Em dado momento, após aquela, o médico indagou: “E você Herculano, o que vai ser quando crescer?” Herculano respondeu: “Vou ser como o senhor”. Isto é, um orador.

Assim, estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau nas Escolas: Escola Estadual Álvaro Botelho e Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas, no Colégio Nossa Senhora Aparecida. Foi o aluno fundador e número um a se matricular naquele estabelecimento de ensino. Como seu pai ajudava na reconstrução daquele educandário, ganhou uma bolsa de estudo. Fez a primeira série do segundo grau no Instituto Gammon, onde foi colega de Glícia, que mais tarde viria ser sua esposa. Fez uma pequena interrupção nos estudos e, logo em seguida, fez o supletivo, concluindo, assim, o segundo grau. Estudou Direito até o quarto ano.

Quedado às artes, à música, como os demais familiares, foi matriculado na Escola de Música da Euterpe Operária, onde foi aluno do saudoso professor José Luiz de Mesquita. Ali aprendeu as primeiras notas musicais e a dedilhar o seu querido violoncelo, que o acompanha até hoje. Teve oportunidade de participar do conjunto da Inah Goulart como contrabaixista.

Na juventude praticou muito esporte. Preferencialmente o futebol. Inicialmente jogou como centroavante, mas terminou mesmo como goleiro titular da Associação Olímpica de Lavras. Jogou sob o comando do técnico Erasto, seu sogro, e ao lado de grandes craques do passado como: Tarley Fantazzini, Nequinha, Dico, Rui Canedo, Dalmir, Julinho Sidney, Carnot, Serginho, outros. Lembra com saudade do jogo contra a Colômbia que marcou época e terminou em empate de 1 a 1.

Participou e defendeu as cores das agremiações esportivas: Associação Olímpica de Lavras, Fabril Esporte Clube e Associação Atlética Ferroviária.

Em São João Del Rei, onde prestou Serviço Militar fez parte das equipes de basquete e vôlei do Atlanta, juntamente com Tarley Fantazzini, Colmar e outros. Dirigia o Atlanta, naquela época, o técnico Tufy Hallak.

Uma vitória inesquecível nesse tempo de esporte foi a conquista de uma torcedora assídua aos seus jogos - Glícia. Há 48 anos casaram-se. Deste casamento nasceram os filhos: Ana Augusta, Júlio Henrique, Alexandre César, Renato Alceu, Márcia Elizabeth, Flávia Cristina, Erasto Wagner, Frederico Nylman. O casal tem 21 netos e 2 bisnetas.

Em 1948 iniciou sua carreira profissional na imprensa como locutor da Rádio Cultura e colaborador do Jornal “A Gazeta”, vindo a ser mais tarde redator do mesmo. Nesta mesma área jornalística, em data recente, foi diretor do Órgão Oficial do Município de Lavras, no governo de Jussara Menicucci.

Foi redator, noticiarista, locutor e repórter de externa da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.

Participou da equipe esportiva, ao lado do locutor Orlando Batista e foi apresentador de programas de auditório da Rádio Mauá do Rio de Janeiro.

Trabalhou na Rádio Jornal do Brasil como redator e locutor de radiojornalismo.

Foi funcionário da Rede Mineira de Viação por um lapso de tempo e da 5ª Inspetoria Regional Florestal, do Ministério da Agricultura, onde se aposentou.

Na área política, Herculano foi oficial de gabinete de 2 ministros do Trabalho. Laborou com Almino Afonso e Amaury Silva, ao lado de Hugo Castelo Branco, chefe de gabinete de ambos.

Assessor do prefeito Maurício Pádua.

Em Lavras, foi vereador por várias legislaturas, duas das quais fora presidente. Como vereador foi autor de vários projetos-leis, transformados em Leis: Feira Livre, Academia Lavrense de Letras, Biblioteca Infantil “Meirinha Botelho”, Escola Municipal “Prof. José Luiz de Mesquita” e o CODENORTE (Comissão de Desenvolvimento da Zona Norte da Cidade).

Como um dos mais brilhantes e eloqüentes oradores das Gerais, recebeu em praça pública, em nome do município, personalidades como: Assis Chateaubriand, Juscelino Kubitschek, Príncipe de Orleans e Bragança, Bias Fortes, Santiago Dantas, Israel Pinheiro e tantos outros, merecendo desses os mais rasgados elogios pela sua capacidade vernácula e oratória.

Apresentou importantes eventos artísticos culturais realizados em Lavras, como: a Orquestra Sinfônica Brasileira, dirigida pelo maestro Eleazar de Carvalho, os artistas Procópio Ferreira, Nelson Freire, Arnaldo Marchezotti, Ladário Teixeira, Tito Schipa, Servulino Reis, Orquestra Tapajós, Orquestra Sinfônica da Polícia Militar, Orquestra Sinfônica de São João Del Rei.

Entrevistou inúmeras autoridades e pessoas do povo.

Narrou oficialmente as comemorações cívicas em Lavras, anos seguidos.

Foi orador oficial do dia 7 de Setembro na gestão da prefeita Jussara.
Foi presidente do Coro Mariano; co-fundador dos Alcoólicos Anônimos de Lavras ao lado do Antônio Fernandes (Kanela); Relações Públicas da Euterpe Operária; Associação Olímpica de Lavras e de várias entidades.

Como artista de teatro, fez parte do elenco da SOLCA ao lado de outros artistas lavrenses como: Terezinha Gadoni, Olímpio Máximo, Hoseid Bertolucci. Participou das encenações das peças Chuvas de Verão, Os Dois Sargentos, Os Inimigos Não Mandam Flores, através do Retiro Literário do Colégio Nossa Senhora Aparecida, do qual foi seu fundador e primeiro presidente.

Na Rádio Cultura fez parte de sua equipe esportiva como narrador, comentarista, juntamente com José Jorge, José Orlando, Itamar Mazochi, José Silvério, Reinaldo Murilo. Foi apresentador do programa Clube do Guri, outros.

Atualmente, continua exercendo suas atividades profissionais na Rádio Cultura de Lavras, com o programa de sua criação “FIGURAS E FATOS DE NOSSA TERRA”, líder em audiência no horário das 11:00 às 12:30, levado ao ar de segunda a Sexta-feira.

Nesse programa, além de demonstrar sua alta capacidade de expressão, divulga com um jeito agradável, notícias e acontecimentos de Lavras e do mundo, procurando ajudar as pessoas menos favorecidas pela sorte, com campanhas, doações de cestas básicas, remédios, internações, pedidos de emprego, sendo atendido pelos lavrenses, além de enviar aos ouvintes, músicas, mensagens de fé, de amor, encorajando-os para os embates da vida. Esta qualidade de servir, Herculano herdou de seus pais que sempre faziam campanhas para os pobres.

Nosso personagem tem sido presença obrigatória em todos os acontecimentos artísticos, sociais, esportivos, pela sua facilidade e grande poder de comunicação, assim como pela sua inteligência e talentos admiráveis.

É o Demóstenes da Athenas Mineira.

Modesto, não gosta de promoções pessoais, vive com simplicidade porque sempre gostou de servir, mas ninguém como ele, tem promovido Lavras e sua gente durante todos esses anos.

O JORNALISTA E RADIALISTA HERCULANO PINTO FILHO é GENTE DA TERRA.





DESAFIO

Enquanto ouvíamos e viajávamos nas ondas sonoras da música New York, executada pelos músicos da Banda, em uma visita que fizemos ao Oitavo Batalhão, meditávamos sobre o tema em epígrafe.

Quantos desafios a vida nos propicia.

Desafio do nascer, do aprender a andar, a falar, a escrever, a nadar, a andar de bicicleta, de skate, de carro, a pilotar, a conhecer coisas nunca antes reveladas, a desvendar segredos, a decifrar mistérios, a conquistar, a sobreviver.

Desde o nascimento até a morte, temos que vencer desafios para conseguir nossos sonhos e aspirações neste mundo fantástico e embriagador, de realidades, mas repleto de fantasias e ilusões.

Temos que vencer barreiras, ultrapassar limites, viajar no tempo, percorrer caminhos, atingir objetivos, vencer desafios.

Cada um de nós tem uma missão a cumprir pela vontade do Senhor. Não viemos ao Universo por acaso.

Assim, em harmonia, unindo corações, vontades, realizando tarefas, fazendo-nos irmãos, dignificamos a Deus, explicitamos a solidariedade humana e atingimos nossos sonhos.

Não é dominando, não é escravizando, não é pisando em cima dos outros que subiremos, atingiremos nossos objetivos. Mas é amando, servindo, compartilhando que iremos vencer desafios e florir nossos caminhos, com a ajuda de nossos irmãos.

Vencer é o seu, o meu, o nosso objetivo. É o desejo de todos nós, mas, não a qualquer preço ou a sacrifício do nosso semelhante.

Entretanto, não faltarão em nossa caminhada, aqueles que não pensam assim, os que, abandonados em si próprios, no egoísmo, buscam através de formas escusas, eliminar quem os objete, tentando dizimar os que lutam por uma causa justa.
Retiremos de nossa mente, de nosso coração, de nossa trajetória, a fogueira das vaidades, porque esta só nos conduzirá ao nada, ao vazio, à solidão.

Alimentemo-nos de mensagens edificantes, de exemplos positivos, de amor, façamos de nossa vida um exemplo de vitória aos desafios que ela nos apresenta.

Juntos, haveremos de vencer e de encontrar sempre a razão de viver sobre o planeta Terra, para fazer deste mundo fantástico e extraordinário, nossa verdadeira morada terrena.

Com estas palavras, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, GENTE DA TERRA, nosso personagem que certa vez ouviu do sargento Hélio dos Santos, seu pai, já falecido, que nasceu em 11/07/32, exatamente no dia em que foi criado o 8º BPM, em Lavras, a seguinte mensagem: “Agora que você foi aprovado no Departamento de Instrução - (DI), lembre-se de que hierarquicamente você é um superior, mas não se esqueça nunca da humildade, do amor, da solidariedade que norteiam nossa família e, as utilize sempre, para com seus pares e semelhantes”.

É o TENENTE CORONEL HÉLIO DOS SANTOS JÚNIOR, filho do saudoso sargento Hélio dos Santos e Jadete Ana dos Santos, nascido em Lavras - MG, em 09/08/1961.

Descendente de família humilde, muito cedo, precisamente aos nove anos de idade, iniciou suas atividades laborais como engraxate nas proximidades do Hotel Mazza e dos Estabelecimentos Zakhia, para auxiliar no orçamento doméstico.

Sua infância foi vivida praticamente na Vila Placídio, na rua Antônio Carvalho. Ali, ao lado de seu irmão Edson, dos amigos Eustáquio, Harley, Tarley e de tantos outros, jogou futebol, brincou de pique, soltou pipa, jogou bolinha de gude.

Aos treze anos, através de uma solicitação feita por seu tio Jonas, funcionário das Casas Vitórias, ao proprietário Ênio Wilden, foi admitido para trabalhar naquele estabelecimento comercial. Permaneceu no emprego até os dezessete anos de idade. Com aquele empresário aprendeu muito. Até mesmo o tão propalado Controle de Qualidade, tão difundido nos dias atuais.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau, na Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas e o segundo grau, no Colégio Tiradentes da Polícia Militar.

Trabalhava durante o dia, e, à noite, estudava.
Fez o Tiro de Guerra de Lavras, na segunda turma de l979.

Aos dezoito anos fez concurso na Polícia Militar de Minas Gerais, no antigo DI, hoje, Academia de Polícia Militar, para oficial, tendo sido aprovado.

Formado, como aspirante, foi trabalhar em Contagem. Naquela cidade, encontrou o Capitão Luiz Machado Damas, hoje reformado, que lhe deu todo apoio profissional.

Durante sua vida profissional, vem fazendo cursos como: Aperfeiçoamento de Oficiais, Pós-graduação em gerenciamento de micro e pequena empresa, pela Universidade Federal de Lavras - em andamento, Curso de Direito pela UNIFENAS - Campus de Campo Belo - 5º período, participação em diversos seminários e cursos de informática, gestão empresarial e de qualidade total.

Na Polícia Militar exerceu as funções de Comandante do Pelotão de Lagoa Santa, de 1983 a 1986, atividades no Gabinete do Governador Newton Cardoso, de 1988 a 1990, chefe do Departamento de Pessoal do 8º BPM, de 1992 a 1993, comandante da 6ª Cia. de Polícia Florestal, de 1994 a 1996, subcomandante do 8º BPM, de 1996 a 1998, e comandante do 8º BPM, a partir de 06/03/98, sendo responsável pelas atividades de segurança pública preventiva em 56 municípios, área de jurisdição da Unidade, com um contigente aproximado de 900 militares.

Em 1983, quando trabalhava pela Polícia Militar, em Contagem, no socorrimento aos desabrigados pelas chuvas do final de 1982, conheceu Márcia Aparecida Freitas dos Santos, vindo, com ela, contrair matrimônio em 1984. Aqui um parêntese: para se casar, como ambos eram militares, sua esposa se demitiu da Polícia Militar, porque à época, não se permitia, internamente, o relacionamento entre militares, tendo inclusive de indenizar o Estado pelo Curso de Sargentos que freqüentara em 1981.

Desse casamento tiveram os filhos: Marina e Renato Freitas dos Santos, com 15 e 12 anos, respectivamente.

Como Comandante do 8º BPM vem realizando um brilhante trabalho, valorizando e recebendo de seus comandados, retorno profissional, digno da gloriosa corporação do Alferes Tiradentes.

Realizou durante seu comando a construção de um moderno Stand de Tiro, de uma moderna Academia de Ginástica, de um Canil, a recuperação completa do Campo de Futebol, realizações operacionais de sua equipe, manutenção do índice de criminalidade entre os mais baixos da região Sul de Minas. Em andamento, a construção da Transitolândia, nas dependências do 8º BPM, uma antiga aspiração comunitária que visa ensinar e educar as crianças para o trânsito.

Pretende ainda qualificação profissional pessoal e dos policiais militares, qualidade no atendimento à população, harmonia entre os membros da equipe de trabalho e também dos seus familiares.

Pelo excelente trabalho desenvolvido junto a Policia Militar de Minas Gerais, foi agraciado com as medalhas: Mérito Militar, Mérito Profissional, Alferes Tiradentes - Comenda de maior destaque na Polícia Militar do Estado.

É membro da Loja Maçônica Deus e Caridade 7ª de Lavras.

Sua lhaneza de trato, seu jeito tranqüilo de ser, sua firmeza em comandar e decidir, caracterizam-no como um verdadeiro líder da corporação, daí o sucesso de sua administração conseguido ao lado de seus auxiliares diretos, de oficiais a recrutas.

É um lavrense a comandar o 8º BPM, o que honra, sobremaneira, Lavras e sua gente.

Para nosso personagem trouxemos a seguinte passagem bíblica, lembrando o conteúdo da mensagem de seu pai:

“Bom renome vale mais que grandes riquezas,

a boa reputação vale mais que a prata e o ouro,...”.

Provérbios-22-1

O TENENTE CORONEL HÉLIO DOS SANTOS JÚNIOR é GENTE DA TERRA.







DROGA

Um tema que assusta, ameaça e causa estrago.

Dentre os males que assolam a humanidade, as drogas, constituem, indubitavelmente, um capítulo à parte, pois levam destruição às pessoas, aos lares, às comunidades.

Diariamente, através dos noticiários da TV, rádio, jornais, notícias e mais notícias são dadas sobre tráfico, apreensão, uso, prisão, morte, por causa das drogas.

Falam sobre cocaína, maconha, craque, inalantes e em menor intensidade, sobre o álcool, o cigarro, drogas, hoje em dia, muito consumidas, causando grandes prejuízos, fazendo chorar, fazendo sofrer.

Quantas famílias desestruturadas, arrebentadas, destruídas por esta maldição da droga.

Quanta infelicidade, quanta tristeza, quanta intranqüilidade.

Muitas das vezes, pessoas ficam insensíveis a tais acontecimentos porque ainda não vivenciaram e não sabem a dor que sentem aqueles acometidos por esse drama.

Entretanto, existem muitos que se preocupam e se dedicam por inteiro ao combate e a recuperação a esse problema. Isoladamente ou, através de entidades, desenvolvem um trabalho herculíneo no sentido de tratar ou de erradicar este mal do seio da comunidade.

São pessoas sensíveis, solidárias, altruístas, que amam o próximo, que gostam e sentem bem em servir. São pessoas que se satisfazem e se realizam espiritualmente com as ações que praticam.

Se não existissem essas pessoas, essas entidades, como e onde as famílias iriam procurar refúgio, proteção, amparo, nas horas de desespero, de dor?

Nossa comunidade é uma comunidade privilegiada, pois, além de contar com as entidades que prestam serviços de tratamento e recuperação, tem um filho que ao longo dos anos vem trabalhando incansavelmente contra as drogas para livrar as famílias deste grande pesadelo.

Por isso, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, GENTE DA TERRA, o lavrense, o maior cientista especializado em drogas do país, para que possamos conhecê-lo melhor, bem como, o brilhante trabalho que realiza.

É o PROFESSOR DOUTOR JOSÉ ELIAS MURAD, filho de Elias Murad e Labibe Murad, imigrantes libaneses, nascido na cidade de Ribeirão Vermelho, na época, distrito pertencente ao município de Lavras, em 31/10/1926.

Seus pais tinham a maior loja de comércio da localidade e abastecia por meio de vendas a créditos anotados em cadernetas, a maioria dos habitantes do pequeno distrito ferroviário.

Sua infância e parte da juventude felizes foram vividas ali, nadando no rio, brincando, jogando bola, admirando a velha ponte, sob o som das águas do Rio Grande, vendo as chegadas e partidas do vapor, admirando as noites enluaradas, assistindo filmes no cine do José Ryffe, desfrutando da amizade de vários meninos como Toinho, Guelinho e Zezé Patto, Mário Moreira, Zé da Gama, Tonho Azarias, Antônio Zanoli, Antônio Sanábio, Rubens e Romeu Ramalho, Antônio Murad e principalmente seu primo Ari Murad.

Estudou o primário na Escola da D. Honorina Rocha Novaes, as quatro últimas séries do primeiro grau e o segundo grau, no Instituto Gammon.

Jogou futebol no Ferroviário Esporte Clube - fundado por seu irmão Antônio Murad Sobrinho e, cujos principais adversários eram a Olímpica e o Fabril de Lavras. As disputas eram tão acirradas que os habitantes da localidade que vencia uma partida ficavam duas a três semanas sem ir a outra cidade com medo de “apanhar” de seus torcedores mais fervorosos.

Enquanto estudava, trabalhava na loja de seu pai, mas não tinha queda para o comércio. Gostava mesmo era de estudar. Sua mãe e sua irmã mais velha, Julieta, o apoiaram muito para que fosse estudar o então curso científico, no Instituto Gammon, em Lavras. Seu pai não queria e, por isso, só se inscreveu no último dia, tendo chegado 15 minutos depois de fechado o guichê, que se o Bi Moreira não o tivesse reaberto para ele, teria perdido a inscrição. Até hoje, Elias Murad se pergunta o que teria acontecido se não fosse a tolerância daquele que, depois, se tornou um dos seus grandes amigos.

Em 1943, sua família mudou-se para Lavras e Elias Murad terminou o seu curso secundário, em 1945, no Instituto Gammon, tendo, logo em seguida, viajado para Belo Horizonte, juntamente com dois grandes amigos, José Hugo Castelo Branco e Mário Veiga Reis, prestando exame vestibular. Elias Murad, o de Farmácia, e os outros dois, o de Direito.

Na época mudou-se para Varginha, para onde somente ia nas férias escolares. Chegou a jogar futebol pelo Flamengo de Varginha e, certa vez, disputou uma partida contra Três Corações, cujo goleiro era Dondinho, pai do Pelé.

Em Belo Horizonte fez os Cursos de Farmácia, de Medicina e de Química, tendo, nessa época, morado em uma república de estudantes que se chamava República Nepomuceno. Nela Reveri e Antônio Baracho brincavam dizendo que José Hugo seria Governador de Minas, Mário Veiga, um grande criminalista, como seu tio João Pimenta da Veiga e, José Elias, um grande cientista. Em parte as previsões foram acertadas, pois José Hugo chegou a Ministro da Indústria e Comércio no Governo Sarney, Mário Veiga foi um dos grandes colaboradores do seu tio, e Elias Murad é considerado hoje, o maior cientista especializado em Drogas do País.

Casou-se com D. Mirtes, falecida já algum tempo. Tiveram dois filhos: Mário (in memoriam) e José Elias Murad Filho.

Prof. Doutor José Elias Murad é médico, farmacêutico, químico e jornalista. Doutor em Farmácia pela UFMG, é professor Emérito da referida Faculdade. É professor Titular de Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas de MG, tendo sido seu diretor durante 14 anos. Foi catedrático de Química e Reitor do Colégio Estadual de Minas Gerais. Fez Curso de Especialização sobre Psicotrópicos na Faculdade de Medicina da Universidade de Paris, de Bioquímica Cerebral na Universidade do Texas (USA) e de Planejamento Familiar na Faculdade de Medicina da Universidade do Colorado (USA). Foi bolsista do “American College of Physicians” (Colégio Americano de Médicos), como Professor Visitante de vários Departamentos e Unidades Universitárias especializadas no tratamento de dependentes de drogas. Representou o Brasil em vários Congressos Internacionais de Psicofarmacologia e Toxicologia como em Goteborg (Suécia)m em Viena (Áustria), em Atlanta (Estados Unidos), em Moscou (Rússia), em Praga (Checoslováquia), em Paris (França), em Tóquio (Japão) e outros.

Já fez mais de 1.050 palestras sobre medicamentos, e principalmente prevenção do abuso de drogas. Tem vários livros publicados nas áreas de drogas e medicamentos, sendo que alguns deles já ultrapassaram a tiragem de mais de 50.000 exemplares. Além disso, apresenta dezenas de monografias sobre os mesmos assuntos e centenas de artigos.

Em 1986, foi eleito Deputado Federal Constituinte, tendo sido reeleito Deputado Federal em 1990 e 1994, permanecendo como parlamentar até 1988. Como parlamentar conseguiu vitórias expressivas. Assim, várias de suas emendas constitucionais foram aprovadas e hoje estão incorporadas à Carta Magna: o art. 243 e o seu parágrafo único que dispõem sobre o confisco dos bens dos traficantes, destinando seus valores aos órgãos que cuidam da prevenção e do tratamento de usuários, forma emendas de sua autoria na Assembléia Nacional Constituinte. O seu projeto que restringe o uso e a propaganda comercial do tabaco, bebidas alcoólicas, medicamentos, agrotóxicos e terapias, que regulamenta emenda de sua autoria, está inserido na Constituição brasileira (parágrafo 4, art. 220), foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente da República, e é a primeira lei restritiva a nível nacional nesta área no Brasil.

Seu projeto de lei que estabelece a nova política de drogas para o Brasil foi recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados. Já fez mais de 400 pronunciamentos sobre os temas mais variados de saúde e da educação, principalmente nas áreas de medicamentos e drogas. Foi presidente de três comissões temporárias e permanentes, incluindo a CPI do Narcotráfico e também presidiu o GRUPPAD (Grupo Parlamentar para a Prevenção do Abuso de Drogas).

É o fundador e Presidente da ABRAÇO (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA COMUNITÁRIA DE PREVENÇÃO DO ABUSO DE DROGAS), entidade filantrópica cuja sede se encontra em Belo Horizonte, MG, já tendo sete regionais no interior do Estado: Varginha, Lavras, Governador Valadares, Elói Mendes, Teófilo Otoni e Pouso alegre.

José Elias Murad teve sua biografia nas últimas edições do livro internacional “Who is Who in the World”, (“Quem é quem no mundo”).

O PROFESSOR DOUTOR JOSÉ ELIAS MURAD é GENTE DA TERRA.






CAFÉ - “O OURO VERDE”.

Nada melhor do que tomar um café gostoso pela manhã, acompanhado de um pão com manteiga, biscoito, bolo, ou mesmo, deliciá-lo durante o dia, ou à noite, no balcão de um bar ou em uma reunião.

O café faz parte da vida do brasileiro e de outros povos.

Ele é um produto originário da Etiópia e fora trazido para o Brasil por Francisco Melo Palheta, plantado inicialmente no Pará, dali originando todas as lavouras brasileiras do gênero. O café adaptou-se muito bem aqui pela semelhança do clima.

É um arbusto da família das Rubiáceas, gênero Coffea, com numerosas espécies e variedades.

A partir de sua chegada, ele é plantado nas encostas, em terrenos planos, colhido, peneirado, ensacado, armazenado, embarcado, vendido para o consumo interno, exportado em grande escala para outros países, quer seja em grão, quer seja industrializado (solúvel), e, daí, até às mesas dos consumidores para degustá-lo e apreciá-lo.

O café é um dos principais produtos agrícolas de exportação do Brasil, gerando grande fonte de renda e divisa para o país.

Diversas variedades são cultivadas e, através dessas, são comercializadas. Normalmente são produtivos até aos 20 anos.

O aprimoramento do plantio, com produtos de qualidade, tem permitido ao Brasil não perder a preferência dos consumidores mais exigentes.

O Brasil já liderou o comércio mundial do café e ainda hoje continua sendo um dos maiores produtores dessa grande riqueza nacional.

O café é uma bebida fina servida em quase todo o mundo.
Não se admite a ausência desse produto nas mesas brasileiras.

Falando no nosso delicioso café, queremos, neste momento, convidá-lo a tomar uma xícara de café quentinho, enquanto falamos de nosso personagem que desfila em GENTE DA TERRA, o qual esteve e ainda está no ramo desse produto através de seu filho, comercializando-o há vários anos.

É o COMERCIANTE JOSÉ AZEVEDO BOTELHO, filho de Silvério Botelho e de Ana de Azevedo Botelho, nascido em Lavras, em 12/12/1912.

Na intimidade é chamado de Zé do Silverinho por causa do pai.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa, no tempo do professor Orozimbo Mello, e as quatro últimas no Instituto Gammon, à época do Dr. Samuel Rhea Gammon, guarda dos professores e especialmente do Dr. Gammon, boas recordações e lições de vida.

Sua infância e adolescência foram vividas em Lavras, especialmente na rua Firmino Salles, onde nasceu, e adjacências. Foi uma criança como todas as outras. Brincou, estudou e trabalhou.

Ainda rapaz foi tentar a vida em Belo Horizonte, indo trabalhar no escritório da Atlantic. Permaneceu por lá algum tempo e depois de um grande aprendizado, retornou a Lavras.

Em 1929, montou em Lavras, seu próprio negócio de Secos & Molhados. Seu comércio ficava nas imediações de sua casa, onde é hoje a casa do Geraldo Theodoro.

Tempos depois, adquiriu de “Martins Costa”, firma do Vivinho Botelho, um torrador e um moinho de balcão, passando a negociar também no ramo de café. Nessa época, algumas pessoas já exploravam esse tipo de negócio em Lavras: Álvaro de Carvalho, Geraldo Santana, seguidos de José Leônidas, Gil Avelar, Sirley, outros.

Naquele tempo, o café não era empacotado a vácuo e nem era acondicionado em embalagens como as de hoje, que mantêm a qualidade, dando maior segurança ao produto. Ele era vendido em saquinho de papel.

Também o maquinário daquela época era todo manual. Não havia eletricidade e por essa razão eram contratados muitos funcionários.

Com a chegada da eletricidade, máquinas modernas foram construídas e passaram a substituir a mão-de-obra do homem, gerando desemprego.

Inicialmente o café beneficiado pelo nosso personagem chamava-se: “Café Ideal”, depois, “Café Ideal de Lavras”, e, finalmente, “Café Lavras”.

Homem de negócio teve além do comércio de Secos e Molhados, da Torrefação de Café, uma Fábrica de Macarrão, que funcionou na antiga fábrica do Maurício Zakhia, na rua Chagas Dória, adquirida de José de Carvalho, que havia comprado daquela família.

Mais tarde, nosso personagem adquiriu o imóvel, tendo-o recentemente transferido para o Rex.

Com o passar do tempo, desativou a fábrica de macarrão e instalou a torrefação no Distrito Industrial, onde permanece até hoje, sob a direção do seu filho Cláudio.

Com seus negócios gerou empregos e serviu à comunidade lavrense.

Em 1938, contraiu núpcias com Carmelita Monteiro Botelho. O casal teve os filhos: Cláudio Joel, José Silvério, Tadeu e Maria Aparecida.

Durante toda sua vida conta com o total apoio e dedicação de sua esposa, seu braço direito.

José Botelho é um homem simples, de poucas palavras, mas, realizador. É admirado e respeitado pelos vizinhos, amigos e pela comunidade.

Na altura de seus 88 anos, bem vividos, ainda gosta de fazer uma caminhada pela cidade para admirar e enaltecer o progresso de Lavras. Gosta também de ouvir músicas antigas para matar saudades que são tantas do tempo de outrora.

Antigamente havia poucas marcas de café. Hoje há um sem número delas, de Lavras e de outras cidades, espalhadas pelo comércio.

Para concluirmos nossa conversa aceita mais uma xícara de café?

Trouxemos para nosso personagem, do boletim do Rotary Club de Londrina Norte, a seguinte mensagem:

“Não queira tornar-se um sucesso como homem, mas procure tornar-se um homem de valor. Um homem de valor dá mais à vida do que recebe dela. Se você pretende enriquecer, lembre-se de que, antes do saldo no banco, o que faz o homem rico é o coração. Somos ricos pelo que somos e não pelo que temos”.

O COMERCIANTE JOSÉ AZEVEDO BOTELHO é GENTE DA TERRA.







O GRANDE TRIBUNO

Mais uma vez vamos viajar no túnel do tempo.

Lembramo-nos da aula de História Geral do professor Tito discorrendo sobre o Império Romano, suas duas capitais, Roma e Constantinopla, as guerras, os grandes conquistadores, imperadores, as classes sociais, os tribunos, as ruínas que testemunham e fazem-nos reviver que ali viveram e morreram impérios, e que Roma esteve e está presente nos maiores momentos do mundo, com a arte, com a religião, com a história.

Embebidos com suas explanações, nossa imaginação era transportada pelas asas do pensamento e ouvíamos no ar, a voz dos grandes tribunos no Fórum Romano, os cantos de Virgílio, as páginas esculturais de Lívio, tudo isso a penetrar o íntimo de nosso ser.

Sentíamo-nos inebriados pela forma gostosa que expunha seus conhecimentos históricos através do seu jeito simples de falar. A verdade é que, sem sair do lugar, aportávamos lá.

O tempo passou e, para nossa alegria, certa vez, fizemos uma viagem pela Europa em companhia da família Mazzochi, centralizando nosso passeio na Itália, terra natal da família daquele patriarca. Obedecendo a um roteiro traçado pelo inesquecível amigo Sérgio, fomos, Mazzochi, Itamar e nós, conhecermos de perto tudo aquilo que um dia o professor havia dito em sala de aula e tivemos a oportunidade de ler nos livros.

Na Europa conhecemos alguns países como Portugal, França, Espanha, Suíça e Itália, aonde vimos obras de arte magníficas, mas, diferentes das belezas de nosso país.

Emocionamo-nos com as ruínas, com os templos, com as cidades, com as pessoas. Lembramos o passado.

Na Itália, dentre tantas cidades, visitamos Roma, a “Cidade Eterna” com o Coliseu, cujos restos imponentes permitem ainda admirar o antigo esplendor daquela obra, iniciada no ano 72 D.C por Vespaziano e concluída por seu filho Tito, em 80; o Fórum Romano, lugar que extasiava a todos por sua rara beleza; a Itália em si, berço das civilizações, do direito, e, pela nossa formação acadêmica jurídica, trouxemos à mente, os grandes nomes Precursores do direito, dos tribunos que por ali perfilavam, homens de invejável cultura, vestidos com suas túnicas brancas, os quais ali discursavam e defendiam suas teses.

Dentre tantos nomes históricos, o tribuno Cícero (Marcus Tullius Cícero), que viveu AC. “Pai da eloqüência romana”, orador e político romano, autor de discursos famosos com Verrinas e Catilinárias, se destacou e chamou a atenção. A eloqüência com que se expressava era tamanha que prendia a atenção desde o mais inculto ao mais sábio. No momento em que discursava, podia se ouvir até um inseto planando no ar, tal era o silêncio a imperar.

Se hoje vivemos e respiramos um espírito democrático amadurecido é porque tivemos no passado, antecessores que viveram momentos de tempestade e de bonança para nos legar harmonia e equilíbrio através do tempo.

Com este intróito, trouxemos para perfilar hoje, na coluna GENTE DA TERRA, um dos grandes tribunos das Minas Gerais, “O Rouxinol da Athenas Mineira”, um dos decanos dos advogados de Lavras que tem sua vida vocacionada na sublime missão de servir na defesa dos direitos.

É o GRANDE TRIBUNO - ADVOGADO DR. FRANCISCO RODARTE, filho de Rodartino Rodarte e Umbelina Alvarenga Rodarte, nascido em Lavras, em 23/08/1930.

Sua infância foi vivida aqui em Lavras, brincando, nadando, jogando bolinha de gude, rodando pião, chutando bola, soltando papagaio, ao lado de muitos amigos que o acompanharam vida afora: Geraldo Bertolucci, Antônio Russi, Aroldo, Paulão, Chimango, Fábio Cartaxo, Caio Múcio.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas, no Instituto Gammon, e o segundo grau, no Colégio Nossa Senhora Aparecida.

Em 1954 foi para a Cidade Maravilhosa e Capital da República prestar vestibular de Direito na Faculdade Cândido Mendes, que, à época, era uma extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Formou-se em 1960. Foi orador da turma, tendo proferido seu discurso nas dependências do Teatro Municipal, local escolhido para aquela solenidade, sob a assistência do patrono Carlos Lacerda, do paraninfo, Desembargador. Sandy Cardoso de Gusmão, do músico Odilon, outras autoridades e personagens ilustres que abrilhantaram aquele evento o qual marcou época. Um fato que até hoje permanece vivo em sua memória são as palavras de sua professora lavrense d.Sebastiana Fontes, que lá esteve e assim se manifestou: “Que tamanha felicidade assistir a formatura de um aluno e vê-lo discursar como orador no Teatro Municipal do Rio de Janeiro !“.

Dr. Francisco, homem inteligente, além do curso de Direito, fez ainda o curso de Jornalismo e quando estudante foi orador oficial da União Nacional dos Estudantes, no tempo em que aquela era presidida pelo, hoje, Ministro José Serra.

Em janeiro de 1963, através da Nená, filha do saudoso Julinho do bar do Cine Municipal, Francisco conheceu Sônia Aparecida Monteiro Rodarte, estudante do Colégio Nossa Senhora de Lourdes e, candidata a Miss Lavras, com quem se casou no dia 30/05/64.

O saudoso Juiz de Direito, Dr. Valadão, do qual nosso personagem era amigo, foi testemunha desse amor. Pela manhã, enquanto Francisco aguardava o término das aulas do Lourdes, para se encontrar com Sônia, ficava dialogando as sombras das árvores do jardim da Praça Dr. Augusto Silva com aquele.

O casal teve quatro filhos: Nize, Nieta, Neto, Négis, e, sete netos. Nize, casada com Raimundo, Nieta, casada com Adriano Pereira Barros, Dr. Neto (médico) casado com Ana Paula e o Dr. Négis (advogado), casado com Daniela.

A família para nosso personagem é o que há de mais sagrado. Seus princípios condizem com os da família tradicional. É católico praticamente e participa dos movimentos religiosos junto com sua esposa, Sônia.

Advogado criminalista de fama, recebeu em seu escritório, vários estagiários como: Olímpio Neves, Celso Gerônimo, Carlos Roberto da Silveira, seu filho e seguidor, Négis, dotado do mesmo talento e dom da oratória, entre outros, tornaram-se seus grandes amigos e admiradores.

Orador consagrado pronunciou inúmeros discursos em nome da comunidade, clubes de serviços, entidades.

Como criminalista teve o prazer de atuar na defesa ou na acusação em muitos júris, em Minas e no Brasil, ao lado de outros renomados criminalistas como: Pimenta da Veiga, Ângelo Naves, Aristóteles Ateniense, Arioswaldo Campos Filho, Pedro Aleixo.

Nosso personagem não trabalha só no campo da advocacia. É membro atuante da comunidade. Foi sócio-fundador e presidente do Rotary Club de Lavras Sul; candidato a deputado estadual em 1972, ao lado de Tancredo Neves, sendo até hoje, o mais votado em Lavras, com 50,6% dos votos; foi candidato a vice-prefeito, na chapa do Nadinho; foi vereador; presta continuamente ajuda às entidades filantrópicas.

Apaixonado por esportes jogou futebol na Associação Olímpica de Lavras por muitos anos. É um expert no jogo de sinuca. Adora uma sauna e um lugar bucólico como o Sítio Rodarbel. Faz destes três últimos, bem como, da leitura poética, da paixão pelos netos, família e amigos, seus hobbies prediletos.

Pela simpatia e pelo seu jeito simples de ser, angariou uma legião de amigos e admiradores, daí, o tratamento carinhoso para com ele: “Chico Rodarte”.

Nosso personagem assemelha-se fisicamente ao seu pai e nos lembra um grande estadista, Rui Barbosa, “O Águia de Haia”, uma das maiores expressões jurídicas de todos os tempos.

O GRANDE TRIBUNO - ADVOGADO DR. FRANCISCO RODARTE é GENTE DA TERRA.






E OS IPÊS ESTÃO FLORIDOS

Que sopre o vento, que venha a geada, que caia a neve, que a natureza se vista a caráter para enfrentar a estação de inverno porque em setembro a primavera virá vestida com cores mil, para a nossa vida alegrar.

A característica primordial desta época é que o vento frio açoita nosso corpo, as árvores se desnudam, ficam desprotegidas e o tempo ganha um ar de tristeza.

Entrementes, aqui, ali e acolá, quase no final do inverno, podemos ainda apreciar a beleza da natureza com seus ipês, mesclada com a beleza das buganvílias, espalhada pela cidade e pelos campos, com seus encantos, trazendo felicidade, para festejar, primavera a chegar.

São ipês, buganvílias, entremeio a vegetais castigados pelo frio, nos resquícios de queimadas e brotos esverdeados, remanescentes de plantas que pareciam sem vida e que, no entanto, estão vivas, muito vivas.

Estamos ainda em meados de agosto, mas já sentimos de perto a presença da primavera pelas flores de tempo, pelo calor irradiado dos festejos do Instituto Gammon, no agitar constante de seus funcionários, alunos, mestres, direção e pela chegada dos gammonenses de sempre.

Ouvimos ao longe o rufar dos tambores, os acordes das trombetas, clarins, cornetas, o "Abram-Alas".

Relembramos a preparação e execução de tudo. O pintar de branco dos troncos das árvores espalhadas pelo colégio, dos meio-fios, nas alamedas, as coreografias das balizas, o desfile de abertura, a oração inicial no Estádio Castelo Branco pelo reverendo, diretor da escola, a corrida do revezamento das gerações, às escuras, o homenageado correndo com a tocha acesa, acompanhado de atletas do passado e do presente para acender a pira olímpica, dando início as competições esportivas, sob as palavras do saudoso Bi Moreira, do Herculano Pinto, a ginástica geral dirigida pelas professoras Edna, Malú, Ana Lúcia, Ismênia, as competições esportivas organizadas pelos professores José Lima, Carlos Wander, Marcelo, a noite de arte, a ginástica especial, no ginásio coberto, o culto de ação de graças, no Auditório Lane Morton, o almoço de confraternização dos ex-alunos, os encontros das gerações, as reminiscências que fazem aflorar sorrisos e lágrimas de saudade, as despedidas.

Gammon - só mesmo você para nos emocionar.

"Abram alas estudantes, vai passar o Zé Gamão".

Os ipês estão floridos. É tempo de festa.

Com este intróito, ao som da fanfarra do Betão (empresário da Metrópole - Carlos Alberto), ainda sentindo a presença do frio com aqueles ventos cortantes, apreciando os ipês, buganvílias, cantando o "Abram alas", aplaudindo, trouxemos para perfilar hoje, na coluna GENTE DA TERRA, uma das professoras mais antigas do Kemper - Gammon e de Lavras, que ensinou gerações e gerações as primeiras letras, base de toda uma educação.

É a PROFESSORA BELISA PAIVA ROMEIRO, filha de Dr. Benedicto de Oliveira Paiva e Maria Fernandes Paiva, nascida em Lavras, em 1º/03/1917.

Sua infância praticamente foi vivida ao lado de seus irmãos (nove). Quase não saía para brincar com as amiguinhas, pois, os irmãos estavam sempre juntos.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Carlota Kemper, do Instituto Gammon. Sua primeira professora foi D. Leonor Botelho.

Com a ida da família para o Sul, estudou as quatro últimas séries do primeiro grau no Colégio Americano, em Porto Alegre, RS. Estudou lá em regime de internato, pois seus pais, estavam morando em Alfredo Chaves.

Retornando para Lavras, voltou a estudar no Instituto Gammon, formando-se em 1932, no Curso Normal e, em 1934, no Curso Normal Especializado. Também nesse tempo estudou como interna juntamente com suas duas irmãs, no Kemper. Órfã de mãe, aos 13 anos, passou grande parte de sua vida, adolescência e mocidade, na fazenda dos "Tios Fernandes", em Ribeirão Vermelho, no período das férias, quando saía do internato.

Certo dia, quando Belisa fazia uma apresentação de canto, conheceu uma pessoa muito especial - Jacy Romeiro. Em 23/12/1937, casaram-se. O casal teve os filhos: Ana Maria, Maria Eugênia e Júlio Cézar. Nove netos: Ana Lúcia, Cláudio Nelson, Carlos Augusto (filhos de Ana Maria-Arno); Patrícia, Júlio Cézar, Frederico Guilherme (filhos de Júlio César- Damáris); Léa (filha de Maria Eugênia-Silas).Quatro bisnetos: Elisa, Márcio, Hugo Guilherme e Ana Gabriela.

Belisa e Jacy, criados em lares evangélicos, souberam educar os filhos nos ensinamentos da Bíblia, a Palavra de Deus. São todos evangélicos: filhos, netos e bisnetos.

Todos os filhos se dedicaram à tarefa de educadores, como professores, diretores.

Filhos, netos e bisnetos herdaram dela, o dom pela música.

A vida profissional de nossa personagem iniciou-se em uma escola rural, na Fazenda Santo Antônio, em Barra Mansa, RJ, alfabetizando adultos e crianças (empregados da fazenda e seus filhos), em 1942. Em seguida, foi para a Fazenda da Grama, em Volta Redonda, RJ.

Em 1948, a família voltou para Lavras e ela continuou sua carreira profissional na Escola Carlota Kemper, do Instituto Gammon, substituindo, justamente, aquela professora que lhe ensinara a ler - D.Leonor Botelho, uma grande mestra.

Em 1953, nova mudança. A família foi morar no Rio Grande do Sul. Lá, D. Belisa morou em zona rural, e saía, muitas vezes com o marido, plantando trigo nos dias frios de inverno. Lecionou uma temporada numa escola pública, na cidade de Sarandi.

Em 1957, retorna a Lavras e novamente assume a alfabetização na Escola Carlota Kemper, onde, mais tarde, se aposentou. Dedicou sua vida ao magistério com muito amor e grande prazer.

Além de professora, gostava muito de cantar. Dona de uma voz privilegiada participou das festas quando estudante e, por muitos anos, cantou no coro da Igreja Presbiteriana de Lavras, onde fez muitos solos.

Foi sempre uma apaixonada por jardinagem, sendo por este motivo agraciada com o CLUJAM - Clube dos Jovens Amigos da Natureza - Belisa Paiva Romeiro, criado pelo saudoso professor Orlando Bergamachi.

Um detalhe que marcou a vida de muitos de seus alunos é que havia nos fundos do Kemper, uma árvore - um jacaranda de jardim, (não é jacarandá) que florescia entre agosto e setembro, com lindas flores roxas, em tons claros, e ela sempre dizia que: "quando o jacaranda florescia, as crianças já dominavam a leitura".

Havia e ainda há, uma grande e feliz relação de amor entre D. Belisa e a natureza. Ela sempre transmitiu essa relação aos seus alunos.

Além de alfabetizar, organizou festas inesquecíveis na escola, com as crianças do "primário", envolvendo alunos e professores (em destaque, peças teatrais de Maria Clara Machado).

Por seu mister de educadora foi homenageada pelo Governo do Estado de Minas Gerais, pelo Instituto Gammon, pela Câmara Municipal de Lavras.

Guarda com orgulho estas palavras:

"As almas infantis são brandas como a neve,
São pérolas de leite em urnas virginais,
Tudo quanto se grava ou quanto ali se escreve,
Cicatriza em seguida e não se apaga mais".

Guerra Junqueiro, em "A Velhice do Padre Eterno".

Essas palavras do grande poeta português nortearam o seu trabalho no cuidado com as crianças, tratando-as sempre com amor, para não feri-las, jamais.

Fez delas, seu lema de vida.

"Ensina a criança no caminho em que deve andar e mesmo quando for velha, não se desviará dele".

Provérbios de Salomão, cap.22, vers. 6.

A PROFESSORA BELISA PAIVA ROMEIRO é GENTE DA TERRA.






SER IMPORTANTE

O mundo de hoje privilegia a competição.

Pessoas de todas as classes, de todas as idadês, competem, fazem comparações sobre bens materiais, projeção social, beleza. Para tanto estabelecem parâmetros. Comparam-se a paradigmas, tornando-se, dessa forma, muitas das vezes, insatisfeitas e infelizes com o que têm, com o que fazem, com o que são.

Para muitos, ser importante é ser detentor do poder para governar, comandar, ordenar, fazer, acontecer, tendo os outros à sua mercê. É possuir dinheiro, carro importado, morar em mansão, conhecer outros países, usar roupas sofisticadas, educar os filhos no exterior, ser o maior, o melhor, estar na mídia. É viver a vida aproveitando-a ao máximo, gozando-a na plenitude, divertindo-se, viajando, passeando, ignorando que os outros existem, sendo escravos de si mesmos.

Com isso, alguns se julgam realmente mais importantes, melhores e maiores do que os outros.

Esses, iludidos, nos momentos de alegria, não se lembram de visitar um doente, um hospital, um asilo, um presídio, um velho amigo. Julgam-se por demais importantes, fortes, poderosos, imbatíveis, imunizados contra tudo e contra todos, e se divertem à vontade com coisas efêmeras, esquecendo-se de que a vida não é feita só de felicidade, que ela apresenta a todos, desafios, adversidades, dando em determinados momentos, sem aviso prévio, uma cruz para se carregar debaixo do silêncio, do abandono, na reflexão de cada um.

A doença, o sofrimento, a dor, a solidão, a velhice são alguns desses desafios que os colocam de frente com a verdadeira vida, ensinando-os a compreender melhor o seu significado. Assim, temporariamente, passam a ver e a valorizar mais e sentir que viver não é só divertir, não é só conhecer as coisas boas, é conhecer também as provações, tirando dali os ensinamentos para se aperfeiçoar e se enriquecer espiritualmente.

Viver não é só se iludir como imaginam esses importantes. Viver é igual para todos.

Julgar-se importante, deslumbrar-se com o poder, com a glória, com a riqueza, com a força, com a beleza, sem humildade é iludir-se, é desconhecer o sentimento maior, o amor, que é rico em si mesmo e corresponde a maior de todas as importâncias, de todas as riquezas, de todos os poderes, de todas as belezas, de todas as forças, porque ele não se apega a nada, e faz desses, meios para promover o ser humano independentemente do que é e seja, mostrando que ser importante é ir além de todas as ilusões para que, no balanço final da vida, não se encontre de mãos vazias. Ser importante é ser rico de fé, amor, humildade e, sobretudo, de espírito.

Com este intróito, trouxemos para perfilar hoje, na coluna GENTE DA TERRA, um cidadão que coloca em prática os ensinamentos da doutrina espírita em benefício dos irmãos.

É o CIDADÃO IRACY TEIXEIRA DA SILVA, filho de Joaquim Teixeira da Silva e Rachel Cicarelli da Silva, nascido em Lavras, em 28/12/1930.

Estudou só até o 4º ano primário (as quatro primeiras séries do primeiro grau), na Escola Estadual Firmino Costa e no Colégio São Pedro, pois muito cedo teve que começar a trabalhar com seu pai. Daquele tempo, lembra-se do colega de turma, Toninho Marani.

Sua infância foi vivida junto com familiares e amigos, na antiga Rua das Flores, hoje, Saturnino de Pádua.

Seu primeiro trabalho foi aos 10 anos de idade, na Selaria Teixeira, localizada na Praça Dr. Jorge, de propriedade de seu pai. Atuou ali até os 13 anos, quando, então, empregou-se na Casa Werner, de Olegário Catermol Werner, permanecendo lá até os 18 anos, época que ingressou no Serviço Militar, no Regimento Tiradentes, em São Del Rei.

Retornando do Exército, fundou, com seu irmão Luiz Teixeira, o Armazém Esperanto. O nome Esperanto foi dado em homenagem à Língua Internacional Esperanto, difundida também pelo movimento espírita no Brasil.

Trabalhou ainda na Casa Alves Ltda, com o José Alves (filho do Manoel Alves - fundador do Armazém Alves, hoje, Super Alves).

Fundou a Casa Nara, de tecidos confecções e armarinhos, permanecendo naquela até a criação da Mecânica Lavrense Ltda, fábrica de picadeira de cana Moretti. Em 1962, fundou a Mercearia Central, na rua Sant'Ana, passando-a mais tarde, 1972, para o ramo de material de construção, com o nome de CASA RIO GRANDE, onde continua até o dia de hoje.

Em 1982, abriu a LIVRARIA ESPÍRITA FONTE VIVA, ao lado da casa de material de construção, intensificando sobremaneira esta, pois sua proposta de vida sempre foi a divulgação da DOUTRINA ESPÍRITA. Atualmente esta empresa passou a denominar-se CASA ESPÍRITA DO LIVRO, com venda a vareja e atacado.

Dentro de sua filosofia de vida, ao lado de suas atividades profissionais, vem desenvolvendo de forma destacada a doutrina que professa.

Em 1956, nosso personagem iniciou suas atividades no Centro Espírita de Lavras, onde ocupou os mais variados cargos na diretoria daquele, sendo responsável juntamente com seus companheiros Augusto Goulart, Wanderlei Pereira, Roberto Carvalho, Atanoel Moura Maia, Dr. Matheus de Carvalho, Dr. Fábio Rosa e tantos outros, pela execução de vários projetos nos diferentes setores, como:

- Mudança do nome de Centro Espírita de Lavras, para Centro Espírita Augusto Silva, homenageando assim esse espírita e grande benemérito de Lavras, conhecido de todos.

- Ampliação do Centro Espírita Augusto Silva, com a construção do pavimento superior.

- Criação da CRECHE EMÍLIA DE ANDRADE, que funciona até a presente data, dando amparo às crianças carentes da comunidade.

- Criação da conhecida ESCOLA CRISTIANO DE SOUZA, que funcionou nas dependências do Centro Espírita por muitos anos e, hoje, está edificada no bairro Nova Lavras, administrada pelo Estado com o nome de ESCOLA ESTADUAL CRISTIANO DE SOUZA.

- Criação do NÚCLEO ASSISTENCIAL "CASA DO VOVÔ", cujo objetivo maior é a assistência aos idosos.

Nosso personagem ressalta sempre o espírito de cooperação que recebe dos membros das diretorias, clubes de serviços, do povo, das autoridades na consecução desses objetivos. Em suas preces está sempre agradecendo esta cooperação de pessoas bondosas.

Iracy é uma pessoa simples, humilde e não gosta de falar de si. Ressalta: "O que a mão direita faz, a esquerda não precisa saber".

É um homem dedicado à família. Conheceu sua esposa Maria Mercês Alvarenga Silva, em 1954, quando ainda proprietário do Armazém Esperanto. Ela era vizinha daquele estabelecimento comercial. Contraíram núpcias. O casal tem dois filhos: Eleandro, formado em Administração, dirige a Casa Rio Grande junto com o pai, e Alessandra, Engenheira Florestal.

Por reconhecimento ao seu trabalho de assistência social, nosso personagem foi homenageado pela Câmara Municipal de Lavras, nas comemorações dos seus 166 anos, em 1988, com o Diploma de Honra ao Mérito. Foi agraciado também com outras honrarias.

Como dissemos ser importante é saber servir, é doar-se por inteiro às causas nobres, é fazer, construir, acolher, amar, perdoar, ser rico de espírito. Ser impotante é ir além de todas as ilusões da vida terrena.

O CIDADÃO IRACY TEIXEIRA DA SILVA é GENTE DA TERRA.





O CHORO, O SORRISO

Os prazeres e desprazeres da vida manifestam-se externamente com sorrisos, com choros, sensações íntimas do sentimento humano.

Aparentemente avaliamos as pessoas pelas suas expressões faciais. Pensamos que algumas são mais, ou então, menos felizes do que as outras, porque enxergamos apenas a sua exterioridade e nunca, a interioridade. Nessa última moram: a satisfação que gera o sorriso; a tristeza que gera o choro.

Quantas e quantas vezes não tivemos e ainda temos momentos difíceis, amargos, tristes, pelos quais peregrinamos em busca de ajuda material e espiritual, enfrentando adversidades, e choramos?

Choramos um choro sentido, um choro de perda, de decepção, um choro de saudade, um choro de dor.

Mas o choro é bom. Alivia o sofrimento, o espírito, principalmente quando nosso estado emocional está em baixa. Reprimir, frear o choro, nesse momento é o mesmo que impedir o cair da água na cachoeira, o parar do tempo, ou mesmo, fazê-lo voltar.

Quando o choro chega, devemos deixar as lágrimas caírem de mansinho pela face, o soluço prorromper na garganta, e que o choro, ecoe no espaço levando o que temos de mais precioso dentro de nós, o sentimento. Quem chora mostra seu interior, sua intimidade.

Impedir o choro é calar a voz da alma, do coração.

Está em Salmo 30:5

"O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã".

E ela vem mesmo, trazendo consigo, no amanhecer, nos primeiros raios do sol, na brisa benfazeja da manhã, no novo dia, no olhar de uma criança, de um jovem, de um ser, a paz para alegrar a vida dos esperançosos.

Ela chega com um largo sorriso mostrando que depois da tempestade vem a bonança, provando que nada é para sempre, que tudo é transitório. Mostrando-nos que, como seres humanos, estamos sujeitos às oscilações dos sentimentos e que os momentos de alegria sempre preponderam sobre os da tristeza, tornando-nos felizes.

O sorriso é mesmo o símbolo da alegria.

Vamos sorrir. Existem mil motivos para isso.

Os professores que comemoraram dia 15 passado, seu dia, sabem disso e têm de sobra, motivos para sorrir porque propiciam no caminhar de suas vidas, a felicidade de uma enorme multidão que, como eles, conhece o choro, o sorriso.

Com esta introdução, trouxemos para perfilar hoje, na coluna GENTE DA TERRA, uma professora que durante muitos anos ajudou crianças e jovens a se preparar para a vida através do saber.

É a PROFESSORA MARIA APARECIDA NARCISO (MARÍÍNHA), filha de Francisco Narciso e Maria Faria Narciso, nascida em Lavras-MG.

Desde a mais tenra idade, nossa personagem, carinhosamente chamada de Mariinha, foi testemunha e partícipe da vida de seu pai Chiquinho Narciso, farmacêutico atuante na comunidade, que ao lado do seu braço direito, Alaor, serviu à população lavrense no seu mister como titular da Farmácia Santa Terezinha. Foi ele também concessionário e o construtor da primeira Estação Rodoviária de Lavras, localizada na Praça Santo Antônio, acionista da Companhia Lavrense de Eletricidade, provedor da Santa Casa de Lavras, Juiz de Paz.

Filha única, descendente de família afortunada, nunca se vangloriou da situação econômica e sempre teve um grande rol de amigos. Viveu uma infância salutar. Desde criança aprendeu a brincar, bordar, pintar tocar piano, acordeon, teclado. Alguns de seus amigos de infância: Elza Guimarães, Coraly Andrade, Ivone Biavate, Sônia Romanielo, Arlete, Etinha Carvalho, Déa Camissão, Leda Hermeto, Hebe, Aparecida de Souza Moretti, Lana Maia, Judith, Tereza, Lília, Edna e Sílvia (primas), Alda, Eladir, Terezinha, Paulo do Piano, Geraldo Vilela, e tantos outros.

Mariínha estudou do primário ao normal no Colégio Nossa Senhora de Lourdes. Fez Pedagogia no FELA-INCA, hoje, UEMG. Concluiu ainda inúmeros cursos ligados à educação, música, museologia.
Não se esquece de seus professores: Wanda Guerra Dessimoni, iniciação de piano; Cecília C.Veiga, piano, acordeon; Heitor, teclado.

Pedagoga, professora formada, lecionou em vários estabelecimentos educacionais de Lavras: Escola Estadual Paulo Meniccuci, Escola Rural de Itirapuan, Colégio Nossa Senhora Aparecida, Escola Estadual Padre Dehon, Escola Estadual Firmino Costa. Na Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto exerceu a atividade de secretária. Por onde passou sempre deixou uma legião de amigos, quer sejam seus pares, quer sejam seus discípulos.

Fez do magistério verdadeiro sacerdócio. Jamais se preocupou com o salário, pois o trabalho que executava era em benefício das crianças, adolescentes, e seu objetivo maior foi sempre prepará-los para o amanhã.

Ensinava-os a ler, a escrever, a pensar.

Ensinava-os através da linguagem do amor, como fazem todos os professores.

Sem saber ou sabendo, estava na simplicidade com o seu mister, junto aos estudantes, dando um exemplo de dignidade, de cidadania, mostrando a quem pudesse interessar, a importância do papel do professor na sociedade, embora essa classe esteja sempre esquecida no nosso universo. Por suas mãos passaram economistas, médicos, advogados, secretárias, vendedores, operários. Alguns de seus alunos: Drs. Sérgio Gibram, Fernando Villela, Tito Andrade, Edwiges de Paula, Nivaldo e uma infinidade de profissionais.

Professor que é professor tem orgulho de seu sacerdócio e de ser professor.

Nossa personagem foi casada em primeiras núpcias, com José Fonseca, com quem teve a filha Rita de Cássia Narciso e, em segundas núpcias, com José Mauro. Rita é casada com o Dr. Francisco Rezende Alvarenga. O casal tem quatro filhos: Camilo, Tito Lívio, Patrícia e Juninho.

Sua presença sorridente na Xodó e na praça é motivo de satisfação para os amigos.

Mariínha Narciso, mulher de pequena estatura física, mas dona de um grande coração, pelo seu jeito receptivo, expansivo, amigo, profissional competente, caridosa, recebeu e recebe várias homenagens. As mais significativas são as das crianças que a adoram.
Foi paraninfa de uma turma da Escola Noturna Prof. José Luiz Mesquita.

No Centenário da cidade de Lavras apresentou-se com Paulo Alves e outros, numa tocata de pianos.

Nossa personagem é uma amante da vida. Ama as pessoas, as crianças, as aves, os animais, as flores.

Sente uma enorme saudade de seus alunos.

Gosta de assistir às quintas-feiras as reuniões de Teosofia, ministradas pelo prof. Abner Botrel.

Neste mundo em que as pessoas não encontram tempo e se sentem muitas das vezes só, contrastam com nossa personagem que não conhece a solidão, porque o amor mora dentro de seu coração.

Seus hobbies: leitura, música, caminhadas na praça mais linda - Praça Dr. Augusto Silva - ao lado das amigas Judith Murad, Glória, Maria Amélia.

Professora Mariínha.

Professor.

Sejam como diz o escritor:

"Portanto, sê forte, abraça com amor o que é teu, sorri! Assim, em tuas mãos o mundo será melhor, e terás, como os grandes, a felicidade da missão cumprida".

A PROFESSORA MARIA APARECIDA NARCISO (MARIÍNHA) é GENTE DA TERRA.






A DOMÉSTICA

Sofisticada, moderna, antiga, rústica, ou extremamente simples, nossa casa é um recanto perfeito, de absoluta paz e tranqüilidade. Ela é um local acolhedor, com uma feliz combinação de estilos, funcional, agradável, onde podemos projetar e curtir nossos sonhos junto com nossos familiares.

Uma casa bem arrumada é motiva de prazer, de alegria.

Quando vamos receber alguém para uma simples visita, ou mesmo, para uma festa, temos o cuidado de prepará-la da melhor forma possível. Primeiro, para causar uma boa impressão ao visitante, segundo, para que ele se sinta bem e à vontade.

Para isso, precisamos contar com o trabalho habilidoso de alguém, seja de nossa mãe, de nossa irmã, de nossa esposa, de nossa filha, ou então, de uma empregada doméstica, pois a lida de uma casa é um trabalho diário, repetitivo, cansativo e muitas das vezes, sem nenhum reconhecimento.

De outra forma, imaginemos a casa sem arrumar, sem varrer, sem espanar, a cozinha com seus utensílios sujos dentro e em cima da pia, o banheiro sem limpar, roupas sujas esparramadas, camas e mesas desarrumadas, objetos por todos os cantos.

É o caos geral.

Lavar, passar, cozinhar, arrumar, encerar, espanar, fazer compras, cuidar das crianças, são tarefas domésticas às vezes simples, mas importantes. Sem elas, a casa fica de pernas para o ar.

É a rotina diária da dona de casa, da doméstica.

A doméstica é uma operária como todas as outras, devendo ser vista como alguém que presta um relevante serviço à casa. Algumas delas se apegam tanto à família, que se tornam membros daquela. Além de executarem os trabalhos rotineiros da casa, passam a viver os problemas da vida particular de cada um, sentindo-os como se fossem seus.

A beleza de seu trabalho está na simplicidade, na humildade, no amor e nas mãos de quem o executa.

Segundo preleciona Aurélio, a palavra doméstico deriva-se do latim - domesticu - refere-se a casa, à vida da família, a todo trabalho necessário ao conforto dos moradores.

Valorizemos mais o imprescindível trabalho das domésticas. Sem a consecução diária do trabalho doméstico, o que seria de nossas casas e de nós?

Com este intróito, trouxemos para perfilar hoje, na coluna GENTE DA TERRA, uma doméstica que, anonimamente, como tantas outras espalhadas por este país, serviu a uma família tradicional de Lavras.

É A DOMÉSTICA MARIA NAZARÉ DA SILVA, filha de Euclídes Leandro da Silva e Lazarina Maria de Jesus, nascida em Coqueiral-MG, em 10/02/45.

Maria Nazaré perdeu sua mãe muito cedo, e por essa razão seu pai a trouxe para morar em Lavras, com a vó Benedita, lavadeira do Sr. Anísio Gaspar. Aos oito anos de idade foi para a casa do saudoso cirurgião - dentista, Dr. Gil Serra Negra, que morava bem defronte à distribuidora (hoje INSS), permanecendo ali por dois anos. Aos dez anos foi para a casa do Sr. Anísio Alves de Abreu (Anísio Gaspar), situada onde é hoje a Farmácia Teixeira, do Wilson, e ali passou muitos anos de sua vida.

Estudou na escola noturna da Escola Estadual Firmino Costa, pois seu trabalho naquela casa era grande. Anísio Gaspar, casado com Lucinda Augusta Salles (D. Dica), tinha uma grande prole formada pelos filhos: Elvina (Noca), Alvina (Neném), Alaíde, Maria José (Liquinha), Elza, Nadir, Anísio (Zizinho), Irene e Elmar (Tezinha). Fazendeiro bem sucedido, político, presidente do partido PSD, vereador, juiz de paz, jogador de futebol (jogou até os 74 anos), idealizador do bairro Cruzeiro do Sul foi uma pessoa muito querida na cidade.

Nossa personagem, diariamente preparava aquele grande casarão para receber os filhos, netos, sobrinhos, pessoal da zona rural, amigos da política como: Dr. Sílvio Menicucci, Tancredo Neves, J.K, João Crisóstomo, Cel. José Moura e tantos outros.

Os alimentos por ela preparados, juntamente com D. Lucinda, tinham um sabor especial. O café, os bolos, broas, pamonhas, biscoitos, doces, os tira-gostos, enfim, as guloseimas eram deliciosas e deixaram saudade.

Com o passamento da D.Lucinda e, posteriormente, do Sr. Anísio, Maria Nazaré passou a morar com as filhas daqueles. Elza, Alaíde, Irene. Atualmente ela faz tratamento de saúde em Lavras e, paralelamente, faz companhia para Eliana Volpi, filha do Zizinho e Tidinha.

Como dissemos no intróito, algumas domésticas depois de exercerem a profissão por alguns anos, em uma casa, passam a ser mais do que empregadas, passam a ser membros daquela.

Foi o que ocorreu com nossa personagem. Trabalhou muitos anos, continuou com a família que tem por ela uma grande admiração, pelo exemplar trabalho prestado ao longo do tempo.

Ela foi lavadeira, passadeira, arrumadeira, cozinheira, dama de companhia, confidente, enfermeira, amiga, a companheira.

Foi e continua sendo uma grande figura humana, como tantas outras domésticas: Marias, Rosas, Terezinhas, Olívias, Carmens, Isauras, Luzias.

A essas domésticas, ou melhor, a essas pessoas maravilhosas que nos ajudam, que cuidam de nossas casas, de nossos filhos, que têm um carinho especial por nós, o nosso reconhecimento, a nossa gratidão.

Que Deus as abençoe.

O trabalho humano, seja ele qual for, dignifica as pessoas.

A beleza dele está na semelhança daquele executado pelo criador.

Como disse Saint-Exurpey:

"O pastor responsável, ao guardar seu rebanho à luz das estrelas, é também um construtor de impérios”.

27 de abril é o dia que se comemora o Dia da Empregada Doméstica.

A DOMÉSTICA MARIA NAZARÉ DA SILVA é GENTE DA TERRA.






DESCOBERTA


Procuramos, a cada momento de nossa vida, descobrir algo que possa satisfazer nossos desejos.

Por mais que tenhamos, ainda fica faltando algo.

Dinheiro, conforto, cultura, bens materiais.

Procuramos em todos os lugares o encanto para preencher esse vazio ainda não preenchido em nosso interior.

Procuramos tudo. Alguém, um amor, a paz, a felicidade.

Caminhamos, olhamos, falamos, ouvimos, sentimos.

Escolhemos nossos caminhos.

A cada instante fazemos opções.

O deslumbramento das riquezas do universo nos apaixona.

Extasia-nos.

Mas ainda sentimos o vazio.

Continuamos vazios porque não procuramos dentro de nós a satisfação de nossos desejos.

Por instante, esqueçamos o mundo exterior, o mundo da materialidade.

Façamos uma pequena viagem ao nosso mundo interior, ao nosso eu, à nossa mente, ao nosso coração.

Conheçamos um pouco de nossa intimidade num curto espaço de tempo.

Despertemos, deixemos aflorar em algum ponto, sentimentos adormecidos como a humildade, o amor, a generosidade, o desprendimento, a solidariedade.

Não esqueçamos, somos a nossa opção.

Na vida nada nos é imposto.

Exercitemos alguns desses sentimentos e, certamente, o vazio deixará de existir.

Agora, de volta ao mundo exterior, vamos visualizar uma nova concepção da vida, porque descobrimos, em nosso interior, o que estava faltando para preencher o vazio ali existente.

O significado da nossa vida está dentro de nós.

Com esta exordial, trouxemos para perfilar hoje, na coluna GENTE DA TERRA, um dos competentes engenheiros da antiga Rede Mineira de Viação (Rede Ferroviária Federal), empresa que serviu de elo de ligação e transportou pessoas e tantas riquezas em nosso Brasil.

É o ENGENHEIRO DR. ISMAEL AZEVEDO ALVES, filho de Herodiano Alves do Espírito Santo e Carmem Sílvia de Azevedo Alves, nascido em Lavras-MG, em 04/11/1920.

Nosso personagem nasceu no antigo sobrado do Cap. Evaristo, localizado na Praça Dr. Augusto Silva e que fora destruído por um incêndio em 1962. Em seu lugar foi construída a sede do Banco do Brasil.

Sua infância foi vivida em Boa Esperança e a adolescência em Lavras. Foi uma criança e um jovem feliz como todos os outros.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Dr. Sá Brito, em Boa Esperança-MG, onde seu pai foi um grande comerciante nos ramos de tecidos, secos e molhados, derivados do leite, café, cinema, além de representante de três estabelecimentos bancários. Com a queda da bolsa de Nova York, veio uma grande crise mundial e seu pai perdeu tudo, tendo de recomeçar da estaca zero.

Como seu pai estava em dificuldades financeiras e não possuía condições para custear seus estudos, Ismael veio para Lavras trabalhar como garçom no internato do Instituto Gammon, onde teve a oportunidade de estudar e concluir o segundo grau.

Do Gammon para a Escola de Engenharia do Mackenzie, em São Paulo, diplomando-se em engenharia industrial. Formado, foi para o Rio de Janeiro, onde conseguiu seu primeiro emprego na firma Equipamentos Wayne do Brasil. Ainda no Rio de Janeiro, fez o curso de Engenharia Civil, na famosa Escola de Engenharia do Largo de São Francisco, da Universidade do Brasil.

Fez ainda vários cursos como Engenharia Militar, no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, de São Paulo; Curso de Teologia, no Seminário Teológico Betel, no Rio de Janeiro; Cursos de Análise Transacional, Econômica de Transportes, Administração, Análise de Problemas, Tomadas de Decisões, Processos Decisórios, Modelos de Gerência.

Trabalhou como engenheiro na firma Equipamentos Wayne do Brasil, RJ, no Conselho Nacional do Petróleo, na Bahia, na firma The Texas Company, RJ, na Propac-Comércio e Representações, R.J, na Caixa Econômica Federal e na Caixa Econômica do Estado de Minas Gerais, como engenheiro avaliador. De 1953 até 1962, trabalhou nas firmas: Empresa Rodobrás de Transportes e Expresso Sul Oeste de Minas Ltda, firmas fundadas e dirigidas por ele e que tinham ação em todo o país.

A partir de setembro de 1962, ingressou nos quadros da então Rede Mineira de Viação, integrante da Rede Ferroviária Federal SA, onde galgou vários cargos até o de Chefe do 3º Distrito de Produção, de 1970 até 1980, quando se aposentou. Desenvolveu ali um brilhante trabalho de equipe, razão pela qual angariou um grande número de amigos e admiradores. Lembra-se com saudade de seus colegas engenheiros e funcionários colaboradores.

Foi presidente da Associação Beneficente Cristã da Igreja Presbiteriana de Varginha. Naquela cidade teve a oportunidade de substituir o pastor por algumas vezes.

Em Lavras, na época em que seu irmão Rubem Alves, pastor da 1ª Igreja fazia curso nos Estados Unidos, substituía-o no púlpito.

Foi tesoureiro da 1ª Feira da Paz, em Lavras, na administração do prefeito Sílvio Damaso de Castro, trabalhando na direção de captação de recursos para os menores desamparados da cidade. Em outra gestão, foi presidente do COMBEM, órgão destinado a cuidar dos menores carentes.

Dr. Ismael Azevedo casou-se com Martha Castejon Branco, em 02/02/1957. O casal teve os filhos: Sonia, esposa de Dr. Enilson; Selma, esposa do Dr. Paulo Marcos; e Durval, casado com Fátima Aparecida. Tem os seguintes netos: Patrícia, Lívia, Vinícius, Flavio, Marcelo, Drielly e um bisneto, filho da neta Patrícia, casada com Márcio Batista.

O nome Castejon Branco nos traz à memória o do saudoso deputado João Castejon Branco, irmão de Martha, que muito fez para as coletividades lavrense e mineira. Ismael era seu braço direito no trabalho de servir.

Nosso personagem é pessoa culta, amiga dos livros, principalmente de obras científicas e sempre contou em sua casa com uma biblioteca razoável. Ultimamente tem feito doações de várias coleções de livros de valor que faziam parte de seu acervo, para amigos e bibliotecas. Nunca gostou de se mostrar. Faz questão de não salientar seus conhecimentos e a vasta cultura que possui. Se procurado encontra-se pronto a trocar idéias, mas sempre de maneira discreta.

Juntamente com a família gosta muito de servir ao próximo, de preferência, no anonimato, com pequenas ou doações de porte à entidades beneficentes feitas sempre sem alarde.

Quem tem o privilégio de desfrutar de sua amizade, conhece muito bem o seu amor pelo semelhante, bem como seu desprendimento.

Por sua dedicação e competência foi homenageado pelo 8º BPM com o Certificado "AMIGO DA PM", em 10/10/75; pela Câmara Municipal de Lavras, em 29/09/76, com o Diploma de HONRA AO MÉRITO; pela Rede Ferroviária Federal com o Diploma de HONRA AO MÉRITO, em 14/12/89; pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura com o DIPLOMA DE MÉRITO POR SERVIÇOS PRESTADOS, em 01/04/92; CARTÃO DE PRATA, oferecido pelos amigos e admiradores da RFF, outros.

Dr. Ismael muito cedo descobriu e deixou aflorar em sua mente e em seu coração, sentimentos nobres, evitando com eles sentir-se vazio na vida, no tempo e no espaço.

São dele estas palavras sobre caridade:

"Na caridade damos algo que sobeja de nossa abastança; no amor damos algo de nós mesmos.

Na caridade damos um prato de comida; no amor damos a nossa mão.

Na caridade damos o agasalho que não usamos mais; no amor damos o nosso calor...".

(Semeador-1970- nº 4- Ano 1).

O ENGENHEIRO DR. ISMAEL AZEVEDO ALVES é GENTE DA TERRA.





TRANSPORTE CARROÇAS


Para falarmos do tema acima enfocado, vamos até a Antigüidade. Vamos viajar no tempo até a Mesopotâmia, região do Oriente Médio por onde correm os rios Tigre e Eufrates, até o Golfo Pérsico, não nos esquecendo do conceito da palavra Mesopotâmia que significa: "Terra entre rios".

Segundo os historiadores, a Mesopotâmia foi o berço das primeiras civilizações. Dentre tantas conquistas extraordinárias daquele tempo, uma chamou a atenção - A RODA.

A roda fez com que aqueles trenós (carroças sem rodaS) que até então eram puxados por animais, ficassem muito mais ágeis, facilitando e simplificando o transporte das mercadorias, de pessoas, contribuindo de forma decisiva no aceleramento das comunicações.

Imaginem, já existiam veículos de roda, como a carroça, para transportar pessoas, bens, assim como, as carruagens de guerra.

Antes da descoberta da roda, os homens, além do dispêndio da força física, usavam troncos de árvores, para sobre eles fazer deslizar objetos pesados, facilitando assim o deslocamento dos mesmos.

A invenção da roda e do eixo foi uma surpreendente e grande conquista do homem.

Com a evolução outras máquinas foram sendo descobertas como: parafuso, cunha, alavanca, plano inclinado, roldanas, servindo para a fabricação de muitas outras complexas máquinas que facilitam o trabalho do homem no seu dia-a-dia.

Viajando ainda no túnel do tempo, vamos até o Império Romano, no Coliseu, onde os guerreiros desfilavam, lutavam naquelas carruagens de guerra (bigas) puxadas pelos fogosos e bonitos cavalos, dando um show de bravura e coragem.

Indo até Lisboa, Portugal, vemos no Museu dos Cochos, uma coleção de carruagens, utilizadas pela nobreza da época.

Despertemos. Estamos na nossa cidade - Lavras - no tempo em que as ruas não eram calçadas, nem asfaltadas, mas barrentas, empoeiradas e esburacadas. Lavras da Rua Direita (Dr.Francisco Sales), da Rua do Fogo (Bernardino Macieira), da Rua do Cruzeiro (João Batista Hermeto), da Rua do Passa Vinte (Chagas Dória), da Rua da Estação (Av. Pedro Sales), da Rua do Batalhão (Comte. Otacílo Negrão de Lima), da Rua 14 de Agosto (Beco do Pião) e tantas outras.

Época em que havia poucos veículos automotores, pois a prioridade era para a ferrovia, sendo que o transporte interno das mercadorias era feito no lombo de animais ou em carroças puxadas por eles.

Tempo do Bondinho, da Glória Lavrense (do Haical Haddad), do Sô Bem, da D. Mariquinha, do Cine Municipal, do Bar do Ponto, do Cine Ipê, do Clube Crisântemo, do Sr. José Anselmo, do Prof. José Luiz de Mesquita.

Bons tempos.

Com esta introdução, trouxemos para perfilar hoje, na coluna GENTE DA TERRA, um carroceiro, que debaixo de sua simplicidade e humildade, ajudou Lavras a crescer, através do seu trabalho honesto e paciencioso.

É o CARROCEIRO SINÉSIO JOSÉ DE SOUZA, filho de Valeriano José de Souza e Ana Francisca de Jesus, nascido em Lavras, em 06/09/1920.

Descendente de família humilde, muito cedo começou a trabalhar com seu pai e por essa razão brincou pouco e só estudou o primário na Escola Estadual Firmino Costa.

Membro de uma família numerosa teve os irmãos: Geralda (mãe do advogado Dr. Luiz Almeida), José de Souza - Secretário carreteiro (pai do Nonô, do São), Manoel (barbeiro), Lila, Ilca e Arlindo-Barbeiro,(pai do Eli barbeiro).

Durante sua vida possuiu duas carroças com as quais trabalhou. Uma com rodas de madeira, revestidas com aro de metal, e outra com pneumáticos.

Iniciava sua jornada de trabalho muito cedo e ia até ao anoitecer.

Levava e trazia, em suas carroças, encomendas (mercadorias) da Estação D'Oeste, Costa Pinto, da Rodoviária, para os comerciantes da cidade, passando pelas ruas, sem se incomodar com o trânsito, completamente diferente dos dias atuais, pois não existiam, naquele tempo, os contínuos engarrafamentos de veículos.

Eram filmes (fitas de cinema) para o Cine Ipê, Municipal e Brasil; medicamentos para a distribuidora do Felix; mercadorias de várias qualidades para as lojas do Rafe Haddad, Haical Haddad, José Mansur, José Curi, Antônio Curi, Juca Procópio, Cherem, Casa Americana, Anísio Haddad, Vasco, Fouad, Alberto Murad, casa de Ferragens do Orlando e Iracy, Manoel Alves, Abrão Curi, Salvador Zagota, Casa Werner, Móveis Aliança (Perec), Loja A Brasileira do Capitão Evaristo Alves de Azevedo .

Era um transporte lento, pois se restringia à força animal. Hoje, a mesma distância percorrida por Sinésio e suas carroças com tanta dificuldade e, em tanto tempo, é vencida por veículos automotores em poucos minutos.

Lembra com saudade de seus colegas carroceiros: do seu pai Valeriano, Tatá, João Laurente, José Naves, José Basílio, Argante Gattini, Espanhol, Azarias, Caruá, José Norato, Urias.

Dividia com eles o transporte constante, realizado com camaradagem, bem como as alegrias e tristezas de um tempo que ficou.

Entregou-se à realização desse projeto de vida com seu labor para a concretização de seus sonhos.

É um profissional que desde aquela época tem sua carteira de carroceiro.

Nosso personagem casou-se em primeiras núpcias com Elvira Saborosa. Tiveram os filhos: Nilson, Nelson, Nilza, Nilton, Neuza, Maria Aparecida, Carlos, Luiz.

Em segundas núpcias, com Naldolina Aparecida Bueno de Souza (Dolica), com quem teve os filhos: Cláudio e Agnaldo.

Tem muitos netos e bisnetos.

Trabalhou diariamente durante muitos anos, até se aposentar, mas aos sábados tirava um tempo para levar as crianças ao cinema para assistir filmes do seu artista preferido - Mazaropi. Ainda hoje, seus filhos passam no vídeo os filmes daquele para que ele possa recordar os tempos de outrora e matar saudade.

Sinésio foi um dos idealizadores do bairro Cascalho.

Sua trajetória foi de glória porque seu trabalho simples e humilde enobreceu e dignificou nossa comunidade.

Ainda hoje nos lembramos dele, de suas carroças puxadas pelos animais: Gaúcho, Roxinho, Vermelhinho, Branco e pela mulinha da perna torta, desfilando pelas ruas de Lavras, transportando riquezas.

O CARROCEIRO SINÉSIO JOSÉ DE SOUZA é GENTE DA TERRA.






O PÃO NOSSO DE CADA DIA

É difícil e mesmo quase impossível vencer a tentação de comer um pão quentinho que acaba de sair do forno. O seu aroma extraordinário recende em todo o lugar onde é fabricado, adjacências e deixa a todos com água na boca.

Com geléia, manteiga, margarina, ou mesmo puro, é delicioso saborear um pão no desjejum ou em outra refeição do dia. Pão branco (comum), integral, francês, italiano, sovado, doce, de trigo, de milho, de cevada e centeio, de batata, pão de forma, são todos, uma delicia.

Mas esta paixão pelo pão, seu consumo não é de agora, é antiqüíssimo. Houve até uma época em que ele serviu para pagamento de salário dos egípcios.

O pão é um alimento preparado pelo cozimento da massa de determinadas farinhas de cereais como trigo, adicionando água, sal, fermento, malte, semolina, gordura, manteiga ou margarina, acrescentando-se, às vezes, ovos, leite, açúcar e, depois, par terminar, leva-se a assar no forno, a uma temperatura ideal para cada uma das espécies.

As farinhas dos cereais acima enunciados, nos primórdios, eram obtidas através da trituração em pedras chatas, depois, nos moinhos de pedra movidos por animais, escravos, água e pelo vento. Atualmente temos tecnologia de ponta para realizar esta moagem.

As técnicas de fabricação do pão também sofreram modificações através dos tempos. No início era assado sobre pedras quentes. Depois, nos fornos de barro, de lenha e, hoje, nos fornos elétricos ou em microondas.

Da fabricação caseira às indústrias manuais, temos hoje a panificação, uma indústria altamente especializada no ramo. Daí, o grande número de panificadoras (padarias), espalhadas pela cidade, para atender a demanda da população no preparo do pão e outras especiarias.

O pão é um alimento comum na mesa de quase todos os povos. Pelo seu valor nutricional é enriquecido com substâncias qualitativas.

O pão é realmente um alimento especial.

Notamos isto na passagem bíblica: "Deus mandou para os israelitas liderados por Moisés, no deserto, um alimento chamado Maná, em forma de chuva"; era o pão da época.

Na Sagrada Ceia, quando Jesus pegou o pão, partiu e repartiu aos seus apóstolos, demonstrou com aquele gesto, um exemplo de partilha.

Na multiplicação dos pães, Jesus disse aos discípulos referindo-se à multidão faminta: "Dai-lhe vós mesmos de comer".

É uma pena que muitos de nossos irmãos, criados à imagem e semelhança de Deus, mais de trinta milhões aqui no Brasil e outros tantos no mundo, estão na miséria, passando fome, sem ter sequer um pão para comer. É necessário que os homens reflitam e repensem, o modo de viver e se lembrem de que somos todos irmãos e muito podemos fazer por aqueles.

Em Lavras lembramos das padarias: Natal, da família do Sr. Antônio Souza Pinto, na rua Álvaro Botelho; São Jorge, da família Lima, na praça Dr. Jorge; Rocha, da família do Geraldo Melo, na rua Santana; Lavrense, das famílias Russi, Antonino Carvalho, Celso Oliveira e depois do Sr. Antônio Souza Pinto, nas imediações da Igreja das Mercês; Máximo, da família Paulo Máximo, perto da Funerária Carvalho. Temos ainda na memória a lembrança de que defronte a essas, continuamente, eram descarregados caminhões de trigo e lenha, usada para aquecer os fornos na fabricação do pão.

Falando em pão, padaria, nossa coluna traz para perfilar hoje, um personagem que, por quase cinqüenta anos, exerceu a arte de fazer pão para alimentar uma parcela da população lavrense e, por tempos, até entregando-os nas casas.

É o PADEIRO JOSÉ FERNANDES LEMOS, filho de Antônio Cesário de Lemos e Francisca Eulália, nascido em Itumirim-MG, em 25/03/1935.

Aos cinco anos de idade, em 1940, veio para Lavras de mudança com a família e daqui não mais saiu. Teve uma infância boa, mas trabalhosa. Gostava muito das brincadeiras, mas pouco pôde aproveitá-las, porque muito cedo começou a trabalhar. Lembra-se com saudade dos amigos Sebastião Mariano, Clóvis, Elmo, Alberico, José Maria e Antônio Russi, Tarcílio, Totó e tantos outros.

Em 1949, estudou no Seminário de Lavras e depois passou para a Escola Estadual Firmino Costa. Ali foi aluno das saudosas professoras Júlia Cherem e Helena Mariano.

Seu primeiro emprego foi como boy na firma do inesquecível Haical Haddad, em 1950. Em outubro desse ano deixou aquele e foi trabalhar como auxiliar na Padaria Lavrense, do Sr. Antônio Russi, posteriormente, do Sr. Antônio Souza Pinto, próxima à Igreja das Mercês. Em 1952, passou a exercer a função de ajudante de padeiro e, em 1957, foi guindado ao cargo de padeiro, um de seus sonhos, permanecendo ali até 1966.

De 1966 até outubro de 1992, trabalhou na Padaria Nossa Senhora Aparecida (antiga Padaria Máximo), quando se aposentou no cargo de padeiro, continuando, entretanto, a entregar pães aos fregueses, até janeiro de 2001, ofício que realizava paralelamente ao de padeiro, desde 1952, na sua velha bicicleta, às madrugadas, pelas ruas da cidade.

No trabalho esbanjava perícia na confecção dos pães e das guloseimas.

O toque de criatividade na preparação dos pães, bolos, roscas, pães-de-queijo deixava a todos com uma enorme vontade de saboreá-los.

Eram apetitosos, preparados em grande estilo, com paciência e paixão que só mesmo um grande profissional poderia propiciar aquelas delícias com textura e maciez.

Muitos e muitos cafés da manhã, lanches ou mesmo chás da tarde, refeições, festas, foram enriquecidos com aqueles produtos que aguçavam o paladar dos apreciadores das guloseimas para deliciá-los.

Recorda-se de seus companheiros padeiros e entregadores: Benedito (o Dito do Coro Sagrado Coração de Jesus, da Matriz de Sant' Ana), João (Fofinho), Clovis Marques, Antônio Leopoldo, Nivaldo, Juvenal, Lázaro Hipólito, Edson Etelvino, outros.

Na padaria ou na rua sempre esteve de bem com a vida e com as pessoas. Para ele não havia tempo ruim. Cultivou ao longo dos anos um grande rol de amigos.

Em 1954, depois de um certo tempo de namoro, lá pelos lados do antigo Campo do Cemitério, sob os olhares dos cunhados João Batista, José da Cruz, Jaime, Ágda, Amélia, Antônio Eustáquio, nosso personagem casou-se com Juvenira dos Santos Lemos, filha dos saudosos amigos Antônio Patriarca e Maria José Patriarca (Maria do Antero).

O casal tem os filhos: Marcelo, Leila, Carlos Augusto, Luiz Fernando. Os netos: Pedro Henrique, Ana Luiza, Maria Luiza, Fábia e Everton.

José Fernando, nosso personagem, devotou sua vida ao trabalho, à família.

Gosta de futebol. Como atleta jogou no River Play, Santa Efigênia, Nova Lavras e no Brasília, do bairro São Vicente. É torcedor fanático da Associação Olímpica de Lavras e fala com emoção a escalação do grande time que enfrentou clubes do Rio, Belo Horizonte e São Paulo.

Seus hobbies são: conversar com os amigos, assistir jogos na televisão, ouvir músicas que o emocionam.

Na vida temos o hábito, muitas das vezes, de apreciar apenas coisas aparentes, como na transparência da vitrine de numa panificadora, padaria, bolos decorados, pão-de-ló, roscas recheadas, tipos de pães, doces, confeitos que são uma atração, e não nos preocupamos com o profissional que criou e fez aquelas maravilhas a encantar nossos olhos e alimentar nosso corpo.

O pão nosso de cada dia.

O PADEIRO JOSÉ FERNANDES LEMOS é GENTE DA TERRA





GUERREIROS

Guerreiros somos todos nós anônimos que lutamos pela vida.

Da concepção à morte, lutamos. Enfrentamos desafios. Vencemos e somos derrotados. É um verdadeiro aprendizado. Das derrotas retiramos força para os embates de novos desafios, das vitórias, a alegria para motivar e continuar nossa batalha.

Como guerreiros lutamos com bravura. Somos vibrantes. Acreditamos.

Nessa luta nos confrontamos com tudo e com todos os tipos de sentimentos.

Emocionamo-nos a cada momento na busca de nossos ideais, seja com a dor de um sofrimento, com a tristeza de uma ingratidão ou com um choro de saudade. Emocionamos com o trabalho, com o salário, com o descanso, com o divertimento, com a felicidade, com o amor, com a guerra, com a paz, com o sorriso, com a alegria.

Felizmente, nosso interior fica resguardado, aquietando a grandeza de nossas emoções sentimentais.

Sabemos. Nada na vida se obtém de graça. Tudo tem um preço. E que preço!

Sem discutirmos se vivemos num mundo justo ou injusto, se ele é igual ou desigual, nos embrenhamos de corpo e alma na batalha.

A luta diária é um desafio para os guerreiros. São horas, dias, meses, anos, séculos, milênios. Não pára nunca. Durante o dia, o corre-corre de muitos, à noite, o corre-corre de outros. O revezamento é constante. Uns produzindo, outros consumindo. Uns trabalhando, outros descansando. Uns chegando, outros partindo. Uns felizes, outros infelizes.

Que luta!

Essa batalha é para os fortes, para os que não têm medo de viver em meio às turbulências, as vicissitudes, aos bons e aos maus. É para os guerreiros que lutam bravamente, que não têm medo das derrotas, dos fracassos.

Sejamos todos guerreiros e guerreiras de Deus.

Viver é lutar.

É recomeçar cada dia que amanhece com fé na esperança e na certeza de vencer batalhas, transpor obstáculos, servir ao próximo ajudando-o cada momento como se recebera um prêmio de Deus.

Não importa quem sejamos.

Importa apenas que sejamos filhos de Deus, guerreiros da vida.

E o tempo não pára.

É mais um dia que começa ou uma noite que chega para continuar a batalha.

Lutemos guerreiros e guerreiras.

Falando em guerreiros, nossa coluna traz para perfilar, hoje, uma personagem que aos 100 anos de vida, continua dando exemplo de fé, de servir, de abnegação, de amizade, de paz.

É a PROFESSORA GUILHERMINA ALVES DA SILVA, filha de Lucas Alves Pereira e dona Malvina Silva, nascida em 02/04/1901, em Bambui-MG.

Sua história de vida cristã foi narrada através de uma belíssima página da lavra da professora Yonne Fantazzini, na qual nos inspiramos.
Guilhermina é a oitava filha de uma prole de 15.

Sua infância e adolescência foram vividas nas Fazendas São Tiago, no Desempenhado de Bambuí e Fazenda da Serra, em Piunhí. Nesta última viveu na casa do Tio Vigilato, onde pode estudar um certo tempo.

Após um acidente ocorrido com um de seus irmãos, a convite do Rev. Pascoal Pitta veio morar em Lavras para fazer companhia àquele e estudar no Instituto Gammon.

Interna no Kemper (Instituto Gammon), ali ficou por dez anos, sendo sete como aluna e três como professora.

Em 1926, conheceu o engenheiro agrônomo, Dr. João José da Silva, engenheiro, com quem contraiu núpcias. O casal teve os filhos: Erasmo, Noemi e Flavio, este último, já falecido.

Aqui abrimos um parêntese para falarmos, inicialmente, do seu marido, Dr. João José, figura ímpar, inteligente, honesto, merecedor do respeito e da admiração da comunidade, pela sua simplicidade e capacidade de trabalho. Da sua filha Noemi, contadora que por muitos anos se dedicou à contabilidade do Instituto Gammon e à Primeira Igreja Presbiteriana de Lavras, onde ainda atua com despreendimento, dando exemplo de humildade, liderança e de servir. Do Erasmo, agrônomo aposentado e que reside hoje nos Estados Unidos. Todos se espelharam nas qualidades do pai e da mãe. Boas árvores dão bons frutos.

Em 1929, nossa personagem, atendendo um chamado de Deus, parte em companhia de seu esposo e filhos para uma Missão Evangélica, em Dourados-MS, entre os índios Caiuás. Como disse D. Yonne, um trabalho desafiador, cujas dificuldades começaram com a viagem. De Lavras a São Paulo, dali até chegar em Campo Grande, foram de trem e depois por carona até Dourados. Contratempos surgiram, mas a família venceu os desafios aportando depois de algum tempo naquelas plagas, lançando naquela região, a semente do Evangelho.

D. Guilhermina não recebeu nenhuma missão oficial, mas dedicou-se de corpo e alma ao trabalho em benefício daquela gente simples. Tornou-se a hospedeira da Missão. Recebeu vários Reverendos em sua casa. Foi professora da Escola Dominical, enfermeira, cuidava dos índios que precisavam se tratar. Permaneceu nesse trabalho por alguns anos. Era uma vigília constante. Com a construção do ambulatório e, posteriormente do hospital, D. Loyde Bonfim assumiu aquele trabalho, substituindo-a.

Lá, aprendeu com os índios seus usos e costumes e até mesmo a sua língua. Certa vez, convidada para uma palestra na Faculdade de Lavras - FELA-INCA, recitou o Pai-Nosso em Tupi-Guarani.

Foi um tempo de muitas experiências na Missão. Os desafios eram muitos. A família soube vencer a todos, pois era uma família guerreira, pais e filhos.

Construíram uma casa, uma igreja, onde funcionava a escola do orfanato, o ambulatório, moradias.

Dez anos se passaram. Os filhos precisavam estudar. Era hora de regressar. Assim o fizeram sem a presença do pai. Foram dez anos enriquecedores e de muitas bênçãos derramadas pelo Senhor.

Dr. João José ainda permaneceu por mais um ano na Missão, agora, longe da família que havia chegado em Piumhi. Em 1940, a família reuniu-se novamente.

Em 1943, a convite de D. Clara Gammon, nossa personagem trabalhou na Escola Evangélica Henriqueta Armstrong, em Campo Belo. Foi regente do Internato dos meninos e auxiliava a supervisora da cozinha.

Em 1944, a família veio para Lavras. Sua casa esteve sempre aberta para receber com carinho e amor os mensageiros do evangelho: pastores, seminaristas, missionários, irmãos que os visitavam, representantes do Presbitério, Federação Sínodo.

Foi tesoureira e relatora de departamento da SAF (Sociedade Auxiliadora Feminina) da 1ª Igreja Presbiteriana de Lavras, tendo sido homenageada com seu nome no Departamento Guilhermina Alves, em reconhecimento ao trabalho executado naquela Casa.

Com muita felicidade, como lhe é peculiar, Yonne, em sua belíssima página enfocando nossa personagem, citou algumas passagens bíblicas as quais transcrevemos abaixo, pois retratam a vida de Guilhermina ao longo de sua caminhada como guerreira de Deus.

"Que formosos são os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia cousas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus Reina". Isaias 52,7.

"Tudo tem o seu tempo determinado, há tempo para todo o propósito debaixo do céu". Es. 3,1.

"Seja constante o amor fraternal. Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns praticando-a, sem o saber, acolheram anjos".

"Pagai a todos o que lhes é devido", recomenda-nos Rom.13 7-b "...a quem honra, honra".

"...o fruto do espírito é: paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio".

Nossa personagem completará seus 100 anos no próximo dia 02/04 e continua a mesma guerreira, dando exemplo de cristandade, amor, humildade.

Grandes e pequenas obras
Grandes e pequenas batalhas
São edificadas e vencidas por
Grandes e pequenos guerreiros

Nossa personagem foi sempre uma grande guerreira.

O nome Guilhermina para nossa personagem fora sugerido por Dr. Samuel Gammon.

A PROFESSORA GUILHERMINA ALVES DA SILVA é GENTE DA TERRA.





SEMANA SANTA

Ainda sentindo os efeitos da Semana Santa, lembramo-nos dos tempos de criança quando assistíamos nas matinês dominicais, do Cine Municipal, à VIDA DE CRISTO.

A criançada se postava na cadeira e assistia ao filme, silenciosamente, compenetradamente e, no correr daquele, era comum ouvir, ao invés das algazarras dos filmes de faroeste, o choramingar de muitos, emocionados com aquelas cenas. Ao findar a sessão, saíam com os olhinhos congestionados.

Sentíamos uma emoção diferente. Uma emoção que só as crianças com seus sentimentos puros sentem.

Hoje, após a Semana Santa, nós que vivemos preocupados, dia-a-dia com nossa vida, com a vida de nossos familiares, com nossa sobrevivência, muitas das vezes, interessados apenas em nossa profissão, com nossos negócios, devemos parar um pouco, pensar e refletir.

Não podemos fugir à realidade. O mundo não é feito só de fantasias.

A verdade é que cada um de nós carrega a sua cruz no desejo de chegar, de vencer, como o fez Cristo. Para alguns, ela é mais pesada do que para outros, mas a ciência em transportá-la está na compreensão, no amor, na solidariedade, no servir.

Desapegando-nos de nós mesmos, das coisas efêmeras, do egoísmo, partilhando mais, anunciando a paz, a caridade, a cruz se torna tão leve que passamos a não mais senti-la, mas vivê-la dentro de nosso corpo como se fosse o próprio sangue a percorrer nossas entranhas, alimentando os milhões de células que nos formam.

O próximo é como nós, fazemos alguma coisa por ele?

Participamos ativamente da comunidade ou somos do tipo Pilatos?

Lavando nossas mãos, inocentando-nos, culpando os outros, resolvemos alguma coisa ou nos acovardamos?

As injustiças estão aí, e, enquanto isso, vivemos preocupados somente com o que diz respeito a nós, à nossa família, ao nosso pequeno mundo.

Continuaremos apáticos, sem nada fazer ou vamos mudar nossa vida?

Continuemos nossa reflexão.

Sejamos verdadeiros cristãos.

No Domingo de Ramos sentimos que Cristo veio mais uma vez ao nosso encontro.

Recebemo-lo com ramos na mão, com um lindo tapete estendido no chão, demonstrando renovação.

Vimos o encontro entre Mãe e Filho.

A humildade demonstrada na Cerimônia do Lava-pés, como exemplo de simplicidade divorciada da vaidade que toma conta de muitos.

Presenciamos a viagem de Calvário na Via-Crucis, partilhada por muitos, dividindo com Ele a dor e o sofrimento.

Sua morte no Monte das Oliveiras por amor a todos.

Participamos da procissão do enterro, Sexta-feira, com a grande multidão, com suas luminárias, iluminando os nossos novos caminhos.

Vivemos a Ressurreição na madrugada de domingo, na qual ele mostra aos homens um mundo novo, uma nova vida.

Feliz Páscoa.

Falando em Semana Santa, nossa coluna traz para perfilar, hoje, um teólogo, uma pessoa cuja vida e dedicada à palavra de Deus, à família, ao serviço do próximo, dentro e fora da igreja.

É o TEÓLOGO GERALDO ALVES DE SOUZA, filho de José Antônio de Souza (Sr. Pico - 92 anos) e Teodora Ribeiro de Souza (89 anos), nascido em Cláudio-MG, em 27/10/1941.

É o quarto filho de uma irmandade de nove.

Seu pai aposentou-se como lavrador, tendo trabalhado como empregado, por alguns anos na fazenda de D. Quita, mãe de Risoleta Neves, hoje, sua proprietária.

Sua infância foi difícil, mas, mesmo assim, soube aproveitá-la como toda criança do meio rural.

Para freqüentar a escola primária caminhava diariamente cerca de 8 Km (ida e volta), sempre descalço, enfrentando as intempéries, frio, calor, chuva, sol, vento, poeira. Era tudo muito difícil, não havia em sua casa, relógio, guarda-chuva, nem outros recursos.

De inteligência privilegiada, já nos primeiros dias de aula foi conduzido para a classe A, sendo aluno da melhor professora que o conduziu até a formatura. Perfeccionista, ganhava sempre as notas máximas.

Chegou, finalmente, o dia da formatura e, por votação dos alunos e escolha da inesquecível professora D. Anita Amorim Rebouças, o menino Geraldo foi um dos oradores da turma. Naquela festa, para proferir seu discurso, colocou, pela primeira vez na vida, seus pés, num par de sapatos usados que um colega ofereceu. Seu terno foi de brim costurado por uma costureira da roça. Seu discurso foi um primor. Aplaudido de pé, emocionou-se.

Pensou que sua vida estudantil fosse terminar ali, mas surpreendeu-se ao sentir que ali tudo estava apenas começando. Um ilustre desconhecido ficou esperando-o na saída da festa para parabenizá-lo e, nesse abraço, acabou adotando-o como filho, mostrando um novo horizonte à sua frente.

Mãos calejadas do cabo da enxada saiu da roça e foi morar na casa desse segundo pai, que queria fazer daquele menino, um médico ou um engenheiro, mas para atender ao seu desejo, o conduziu ao Seminário Diocesano de Belo Horizonte (hoje, Campus da PUC), onde nosso personagem cursou as quatro últimas séries do primeiro grau, o segundo grau e Filosofia.

Destacando-se em seus estudos, sempre o primeiro da classe, acabou sendo convidado pelo bispo, para terminá-los em Roma. Lá, cursou Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana (1962-1966). Esse foi um período privilegiado de sua vida, pois pôde acompanhar de perto o Concílio Ecumênico Vaticano II (1963-1965), conheceu o Papa João XXIII, assistiu aos seus funerais e à eleição do Papa Paulo VI.
Até aquela data, sua vida fora maravilhosa. Entretanto, como pode acontecer com todas as pessoas, nosso personagem conheceu o infortúnio, causando-lhe sofrimento, frustrações e provações. Uma doença contraída no Brasil, sem que soubesse, veio a se manifestar em Roma, ofuscando o brilho de uma carreira que nunca tinha conhecido o mau tempo. Não teve condições de se ordenar padre em Roma. Voltou ao Brasil para se tratar. O diagnóstico não era conclusivo.

Doente, criou coragem de receber a ordenação diaconal, na esperança de que a saúde fosse reagir. Por ordem do bispo, foi trabalhar com o Pároco de Pará de Minas (1967), mas a saúde só piorava. Inválido e já sem esperança foi obrigado a desistir do sacerdócio. Agora, como dar a notícia às pessoas intimamente ligadas? Um verdadeiro martírio, pois se preparavam para a grande festa da ordenação.

Em Belo Horizonte, na casa de um padre amigo, criou coragem e enviou uma carta à mãe e às pessoas as quais se sentia na obrigação de comunicar sua decisão. Mas, na tristeza do semblante de nosso personagem, sua mãe já havia percebido há tempo a situação. Coração de mãe não se engana. Imediatamente foi ao seu encontro e disse: "Meu filho, em vim para que você me veja e tenha certeza de que estou bem. Não vou morrer; ao contrário, alegro-me com a sua coragem de tomar essa decisão, que lhe custou tanto sofrimento. Confesso que sinto não poder ser mãe de um padre, mais saiba que nunca pedi a Deus para você ser padre, mas para você ser feliz. E se para ser feliz, Deus lhe mostra outro caminho, continuarei caminhando com você por este novo caminho. Venha comigo para casa, e enfrente o quanto antes, o "falatório" do povo.

Encorajado pela mãe, voltou para sua terra, de cabeça erguida, embora física e moralmente arrasado, no colo da mãe, onde encontrou energia para reagir e começar tudo de novo. Até hoje, sempre que visita sua mãe, não perde a oportunidade de dormir ao seu colo, aos 89 anos de idade. O homem de 60 anos se sente renascer.

Três anos após ter tomado aquela decisão, um médico de Belo Horizonte, suspeitou que sua doença fosse esquistossomose. Solicitou um "xisto-teste" e o resultado foi positivo. Voltando ao consultório para mostrar o resultado, aquele tinha tido um enfarte e morrera. Uma única injeção (Etrenol) restituiu-lhe a saúde, dando-lhe vida nova.

Em 1972, nosso Personagem veio para Lavras trabalhar no recém inaugurado Polivalente, onde exerceu o cargo de vice-diretor e diretor.

Em 1975, transferiu-se para o serviço público federal. Em 1994, aposentou-se como fiscal do INSS.

Um ano após ter chegado a Lavras conheceu Maria Antonieta Vilas Boas, filha de família lavrense tradicional, moradora da Praça Santo Antônio. Em 18/01/1975, casaram-se. O casal teve os filhos: Rodrigo, universitário do 4º ano de Matemática Aplicada (UNICAMP), Leandro, do 2º ano de Medicina (UFMG) e, Virgínia, Pré-Vestibular (Pitágoras).

Geraldo é Cursilhista, foi Ministro da Eucaristia, faz parte da pastoral da Igreja Matriz de Sant Ána, é um pregador da Palavra do Senhor.

Seu testemunho:

"Temos três filhos que só nos proporcionam alegrias e as mais doces emoções. Nosso lar é um paraíso. Para ter a família que temos, eu percorreria o mesmo caminho, passaria pelas mesmas dificuldades, quantas vezes fosse necessário. Só tenho a agradecer a Deus que me concedeu a graça de passar por um seminário para ser um bom pai de família, e se serviu de um fracasso aparente para me mostrar um outro caminho igualmente maravilhoso, no qual eu procuro ser mais útil à igreja do que talvez o fosse como padre.

Meu grande ideal é ser um humilde apóstolo da família, sempre procurando fazer bem feito tudo o que faço. Considero isso, uma questão de consciência, de honestidade e de fidelidade aos talentos que Deus me concedeu".

A história da vida de nosso personagem nos prova que FAZEMOS NOSSOS PLANOS, MAS DEUS FAZ OS DELE.

É sempre tempo de renovar.

O TEÓLOGO GERALDO ALVES DE SOUZA é GENTE DA TERRA.




MÃE

Existimos pelo seu amor
Chegamos a este mundo de Deus
Porque você nos deu uma razão para viver.
Somos o seu retrato
Refletimos a sua imagem.

Estamos agora a caminhar
A caminhar por lugares
Conhecidos e desconhecidos
Entre sonhos e realidade
Para a felicidade encontrar.

A cada momento lembramos você
Seus afetos, suas preocupações
Suas ansiedades, suas alegrias
Suas tristezas, seus conselhos

De estatura mediana, alta ou baixa
Magra, gordinha
Morena, branca, loira ou escurinha
Não importa seu aspecto físico ou a cor
Mas sim, seu interior
Para nós, você será sempre exemplo
De coragem, fortaleza, bravura, paz,
Humildade, luta, perdão, abnegação,
Bondade, sacrifício, ternura, otimismo
Renúncia, gratidão, amor.

Mãe...
Mãe pobre, mãe rica, mãe adotiva,
Mãe enferma, mãe distante
São todas maravilhosas porque são mães
Que amam como ninguém

Mãe...
Existimos, vivemos, somos felizes
Porque nascemos de você
Em razão do seu amor
E da graça do Senhor.

Falando em Mãe, nossa coluna traz para perfilar, hoje, uma mãe como todas as mães, cuja vida é dedicada inteiramente aos filhos, à família, no sentido de preservar um dos pilares da sociedade.

É a MÃE GERCINA ESTHER RIBEIRO DE ANDRADE, filha de Evaristo Ribeiro de Andrade e Dulcemirian Ribeiro de Andrade, nascida em Baependi-MG, em 24/10/1918.

Esther teve uma infância agradável, pois fora criada na fazenda de Gabriel Junqueira Andrade, em Baependi.

Estudou até o segundo grau no Colégio Sion, em Campanha-MG, terra do cientista Vital Brasil.

Aos 22 anos de idade, em 1940, conheceu Pedro Nogueira de Souza, um carpinteiro, contratado pelo proprietário da fazenda, para edificar naquele local, casas para os colonos. Foi amor à primeira vista.

Em 21/01/194, contraíram núpcias, vindo em seguida morar na cidade de Lavras, numa casa onde está edificado hoje, o prédio da Associação Comercial (ACIL). Deste casamento nasceram os quinze filhos: Maria Celeste, José Tarcísio, Jair, Lázaro, Maria Cecília, Cosme e Damião (gêmeos), Jorge, Armando, Dâmina (trigêmeos), Dimas Tadeu, Maria Dulce, Dirceu, Sandra Lúcia, Pedro Luiz. Tem 23 netos e 1 bisneto.

Os filhos trigêmeos tiveram os cuidados especiais da Dra. Dâmina e permaneceram no Hospital Vaz Monteiro por 4 anos.

Chama-nos a atenção o número de filhos e, ainda, a disponibilidade para cuidar da sobrinha Maria de Lourdes e do neto, diante de todas as dificuldades impostas pela vida, visto que nossa personagem, além de cuidar da casa, para ajudar nas despesas domiciliares, ainda lavava roupa para fora, aposentando-se nesta profissão. Seu marido Pedro, um grande homem, aposentou-se como queijeiro, tendo trabalhado no Laticínio Lavras, que ficava onde é hoje o edifício "Júlio Salles".

Às vezes, diante de tantas provações, Esther tinha vontade de chorar, mas sorria para os pequenos que a cercavam, confiante no amanhã. Tinha vontade de se desesperar, mas encontrava nos amigos o apoio necessário para se acalmar.

Família pobre, numa luta quase que desumana pela sobrevivência, se desdobrou com fibra ao longo dos anos e contou sempre com a ajuda dos vizinhos que estendiam as mãos no sentido de amparar aquela prole.

Agora que o tempo passou, a prata cobriu seus cabelos, as rugas tomaram conta de seu rosto, o corpo ficou arqueado pelos anos, ante tantas lembranças, só resta agradecer a Deus pelas bençãos recebidas e a Elza Andrade, Filhinha Botelho, Olga Costa Pinto, Nivalda e Cléia Carvalho, Violeta, família Rodarte, Drs. Jesus, Lourenço, Dâmina, seus vizinhos maravilhosos.

É grata também ao Dr. Michel Mansur pela ajuda que deu no emprego para o filho Lázaro, na Caixa Econômica Estadual e, também, por ter levado em sua casa, em 1962, Dr. Magalhães Pinto, governador de Minas Gerais, que naquela oportunidade, vendo sua situação, lhe concedeu um financiamento para aquisição da casa própria, onde mora até hoje.

Dona Esther é grata a todas as pessoas que no anonimato a ajudaram em sua caminhada. Seus filhos cresceram e vêm vencendo com dignidade os desafios da vida, valorizando todos os sacrifícios despendidos e colocando em prática, os exemplos recebidos, dando um testemunho daquela vida.

Foi uma mãe pobre, mas com a missão sublime de ser mãe. Confiante em Deus, sempre lhe agradece em suas orações, porque Ele jamais a abandonou ou, abandona quem representa o símbolo mais puro da face da terra, o amor.

Nossa personagem não venceu sozinha esta luta, contou com seu companheiro de todas as horas, Pedro, que, com aquele seu jeito simples de ser, com a responsabilidade de cuidar da formação não só material, mas, sobretudo da moral, dos filhos, conseguiu desempenhar esta missão difícil, bonita e recompensadora.

Mãe pobre, mãe rica, mãe adotiva, mãe enferma, mãe distante são todas maravilhosas e merecem o nosso reconhecimento e a nossa gratidão.

Morando em choupanas, casebres, barracos, debaixo de viadutos, apartamentos, mansões, há sempre uma mãe a sorrir, a acalentar, a amamentar, a sofrer, a chorar, a trabalhar, a amar.

Saiba mãe, seu trabalho, sua luta, sua dor, sua saudade, seu pranto, seu sacrifício, não são em vão.

Agradecemos a Deus a mãe que temos. Não esquecemos de nenhum detalhe, do nascimento, ao dia de hoje. Cada um ficou gravado no âmago de nosso coração. Os primeiros passos, as primeiras palavras, os exemplos, as repreensões, os sorrisos, a forma de amar.

Mãe, você possui a maior riqueza de todas as riquezas. Você é Mãe, você é amor.

Parabéns, D. Esther, e a todas as mães. Que o sol brilhe sempre para iluminar seus caminhos.

A MÃE GERCINA ESTHER RIBEIRO DE ANDRADE é GENTE DA TERRA.





ELETRICIDADE - ELETRICISTA

Para falarmos da eletricidade vamos viajar mais uma vez ao passado. O homem primitivo não tinha habitação fixa, suas ferramentas eram rudimentares, alimentava-se do que encontrava pronto na natureza. Avançando no tempo, vamos encontrá-lo construindo suas ferramentas, aprendendo a produzir o fogo pelo atrito, a viver uma vida sedentária, a interferir no meio ambiente, a cultivar, criar animais, desenvolver a arte da cerâmica, dos metais, da escrita, a construir cidades, a viver em sociedade, a desenvolver projetos, a descobrir fontes de energia no ar, na água, no solo, na matéria e desenvolvê-las, a competir. Das cavernas, às megalópoles. Da comunicação antiga, à Internet. Do Australopithecus robustus ao Homo sapiens, a evolução é contínua.

Aportamos no século 21.

Constatamos, a nossa vida está intimamente ligada à eletricidade. Sem ela, torna-se quase que impossível viver no mundo de hoje.

Quando chegamos em casa, na fábrica, no escritório, ou vamos a qualquer lugar, normalmente apertamos um botão ou ligamos uma chave para acender uma luz, acionar a campainha, pôr em movimento uma máquina, um computador, ou mesmo, quando vamos ao cinema assistir a um filme, abrir uma geladeira, ligar a televisão, pegar um elevador, o metrô, acionar o controle remoto, andar à noite pelas vias públicas, estamos sempre diante dos efeitos da energia elétrica.

Ela é realmente imprescindível. O conforto que ela nos propicia está ligado a tudo. Está em todos os setores da vida humana.

Os gregos foram os responsáveis por essa maravilhosa descoberta.

Produz-se a eletricidade através da transformação de um tipo de energia em outro como: água (hidroelétrica), carvão (térmica), átomo (nuclear), vento (eólia). Transformada, a energia passa a ser utilizada pelas pessoas que sentem seus efeitos no dia-a-dia.

No Brasil existem muitas usinas hidrelétricas. Em Minas temos: Furnas, Cemig. No Sul, uma das maiores do mundo, a Itaipu, usina multinacional envolvendo o Brasil e o Paraguai. Temos também as termoelétricas (nucleares) de Angra dos Reis.

Uma vez produzida a energia elétrica esta pode ser transformada em outros tipos que permitem às pessoas utilizá-la: no chuveiro, no forno microondas, no ferro elétrico, geladeira, em forma de energia térmica (calor); na lâmpada, em forma de energia luminosa (luz); no liquidificador, em forma de energia cinética (movimento).

Damos conta de sua presença e importância, na sua ausência.

Experimentemos ficar não um dia, mas, simplesmente algumas horas, ou mesmo, alguns minutos sem ela.

O que conseguimos fazer?

Nada. Absolutamente nada.

No Brasil, a maior parte da energia elétrica vem da água, a qual está cada vez mais escassa porque somos verdadeiros predadores. Desmatamos, poluímos a água, o ar, o solo. Destruímos a natureza. Acabamos aos poucos com o solo, com o ar e com o precioso líquido que alimenta a vida e produz a eletricidade. Acabamos aos poucos com um legado precioso que nossos antepassados nos legaram.

Usemos a água e o interruptor com sabedoria. Assim, todos nós do Planeta Terra, ganhamos.

Com ou sem apagões, com ou sem racionamento de energia, preservemos enquanto é tempo o trinômio: água, ar, solo.

Falando em energia, mais precisamente, em energia elétrica, nossa coluna traz para perfilar, hoje, um personagem que durante toda sua vida ligou e desligou tomadas, distribuiu fios em condutores, fez chegar em nossas casas a eletricidade.

É o ELETRICISTA VIRGÍLIO TEREZA DE ALMEIDA, filho de Luiz Antônio de Almeida e Corina Ribeiro de Almeida, nascido em Lavras - MG, em 26/06/1926.

A infância de nosso personagem foi como a de tantas crianças humildes. Brincou de tudo, mas guarda com saudade a lembrança de apanhar frutas na vizinhança para deliciá-las juntamente com alguns de seus amigos: Manoel Abóbora, Didico Sapateiro, Canudo, Mário.

Estudou só o primário com a profª. Guilhermina, prof. José Luiz de Mesquita e na Escola dos Padres.

Em 1941, aos quinze anos de idade, iniciou sua vida de trabalho na Prefeitura Municipal de Lavras como aprendiz de jardineiro, tendo como mestre um dos maiores apaixonados pela Praça Dr. Augusto Silva, o jardineiro José Cassiano.
Em 1947, foi para o Exército em São João Del Rei, no 11º RI, tendo permanecido ali por um ano e três meses.

Retornando a Lavras foi trabalhar como motorneiro do inesquecível bonde que trafegava diariamente pela rua Direita. Na cabine, nosso personagem, nos bancos e estribos, passageiros e trocador. Sob o som característico das rodas sobre os trilhos e o tilintar das campainhas anunciando as paradas, o bonde subia e descia. Para os lavrenses era um acontecimento normal, mas para os visitantes, algo extraordinário, pois só as grandes capitais e cidades importantes possuíam aquele meio de transporte. O bonde era realmente nosso cartão postal.

Aprendeu o ofício de motorneiro com Antônio Bento e teve o prazer de trabalhar ao lado de grandes amigos como José Eduardo, Jair Ribeiro, Sinésio, Gerson, Antônio de Carvalho (Tarzan) e tantos outros. Um fato inesquecível aconteceu em sua longa jornada comandando o bonde. Certo dia, aquele perdeu o freio e foi parar na antiga Pensão do Tatão, que se localizava na Av. Pedro Salles. Ninguém se machucou. Virgílio trabalhou no bonde até a sua paralisação, em 1964.

Daquela época em diante passou a trabalhar como eletricista, profissão que aprendeu com o mestre Tião Capitão, quando tinha 18 anos. Como eletricista da Prefeitura, executava, ao lado do Juquinha, Chicão, Jair e outros, os serviços internos e externos para atender a demanda daquela. Serviço não faltava. Laborava o dia todo. Entre um polo positivo, outro negativo, o neutro; entre um ponto e outro, um interruptor; entre um relógio e outro, fios de cobre; uma caixa distribuidora, fusíveis, disjuntores, padrões monofásicos, bifásicos e trifásicos da CLE, da CEMIG. De vez em quando, um choque para desligar o eletricista que corria como os elétrons.

Nos períodos de férias, trabalhava na Companhia Lavrense de Eletricidade (CLE), ao lado dos eletricistas: João Brasiel, Gaspar, Juca, Rosala, Dedeco, Salvador.

Trabalhou também no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) da Prefeitura Municipal de Lavras, sendo o responsável pelos motores elétricos.

Teve o privilégio de trabalhar com os prefeitos: Jacinto Scorza, João Modesto de Souza, Sílvio Menicucci, Maurício de Souza, Leonardo Venerando, Sílvio de Castro, Maurício Pádua, e, em 1977, aposentou-se.

Com respeito à vida familiar, no início da década de 50, Virgílio conheceu uma moça de Bom Despacho, Maria Conceição de Almeida. Namorou, noivou e, em 08/11/1952, contraíram núpcias. O casal teve os filhos: Luiz Antônio, Tânia Helena e Maria de Fátima.

Quando de nossa visita à sua casa, para não perder o costume, estava consertando um chuveiro elétrico. Indagado por nós sobre o racionamento da energia elétrica e apagões tão propalados pela imprensa, disse estar surpreso, pois passou boa parte de sua vida fazendo ligações de pontos para serem ligados os aparelhos eletrodomésticos e, hoje, vê a população brasileira tendo que economizar, desligando seus utensílios elétricos. Mas, acrescentou: "Se temos que economizar vamos juntos nesta empreitada, pois vivemos no melhor país do mundo e tudo devemos fazer para preservá-lo".

Contou-nos que mesmo depois de aposentado continuou a trabalhar como eletricista. Fez toda a instalação do edifício Serra da Bocaina, para o Rajá Ferreira da Silva, precursor da construção vertical em Lavras, executou obras no antigo Matarazzo, no Lavras Tênis Clube e tantos outros lugares.

Ainda hoje faz um serviço aqui, outro acolá, mas o que gosta mesmo é de fazer uma caminhada pelas ruas da cidade e curtir sua casa, a família e os amigos, como os da rua Dr. Fernando Haddad. Aliás, tivemos a oportunidade de fazer algumas reminiscências. Lembramos dos antigos moradores do bairro como José Alegria, João Macaco, José Barbosa, D. Nair, Chicão, Sr. Onofre, José Cassiano, José João de Deus, D. Cotinha, Joaquim Belarmino, D. Netinha, Secretário, Sargento Oliveira, Leonidas, D. Maria Marta, Penido, Malvino, Paulo Canestre, Argante Gattini, D. Branquinha, família Fagundes, Vicente, D. Brasilina, Heitor.

Nosso personagem com toda sua simplicidade e humildade ajudou Lavras em seu desenvolvimento.

O ELETRICISTA VIRGÍLIO TEREZA DE ALMEIDA é GENTE DA TERRA.






PORTEIRO - RECEPCIONISTA

Quando procuramos alguém, em algum lugar, seja no dia-a-dia, ou mesmo, em dias de evento, vamos com o coração repleto de esperança e levamos na mente a certeza de que iremos ser bem atendidos e nossos desejos realizados.
Quando vamos por prazer, gostamos de ser bem recebidos, destacados, valorizados; quando vamos por necessidade, desejamos receber um tratamento que possa levantar nosso estado de espírito.

A incerteza é uma constante a povoar nossos pensamentos.
Conhecendo antecipadamente a receptividade que dispensam nos lugares, ás pessoas, vamos com a alma nova, quer estejamos debilitados, carentes, ou então, cheios de vida.
À porta de um edifício, de uma casa, de um colégio, de uma escola, de uma universidade, de clubes recreativos, estabelecimentos públicos municipais, estaduais, federais, particulares, de um hospital, de um condomínio fechado, antes mesmo de falar com a pessoa desejada, está sempre alguém a nos recepcionar. Esse alguém é o porteiro, funcionário normalmente bem preparado e talhado para a função.
O porteiro é um profissional tão importante quanto qualquer outro na empresa e que, a seu cargo, no seu posto, recepciona e seleciona as pessoas que serão atendidas, bem como dá segurança àqueles que vivem e desempenham suas funções.

Às vezes, no cumprimento das ordens, a função do porteiro não é bem interpretada por alguns que desejam adentrar aqueles logradouros, sem atender às exigências à chegada, por uma norma estabelecida, pois são obrigados a ele, se identificar.
É óbvio que para se entrar em algum lugar necessitamos da aquiescência do porteiro, porque, caso contrário, como a pessoa procurada iria saber quem a procura para atende-Ia? E qual seria a segurança daquele local e das pessoas que ali exercem suas atividades laborais ou de entretenimento?

Não notamos, mas em nossa casa o mesmo acontece e, o porteiro é um de nossos familiares ou nós mesmos a selecionar aqueles que ali chegam.

Na verdade, gostamos de ser bem recebidos nos lugares onde vamos, mas, muitas das vezes, não praticamos a recíproca. Quantas e quantas vezes, consciente ou inconscientemente, deixamos de receber alguém porque não faz parte do rol de nossos familiares, amigos, clientes. Quantas e quantas vezes deixamos de receber alguém por ser uma pessoa simples?

Se fôssemos máquinas, tudo bem, elas são destituídas de sentimentos, funcionam da forma pela qual foram programadas e não saem do esquema. Passa-se o cartão e pronto. Mas nós, não. Somos todos dependentes uns dos outros e não se justifica fazer pouco caso de quem quer que seja, ou se julgar mais do que os outros. No nosso habitat podemos até nos julgar mais importantes, mas fora somos como qualquer um e precisamos nos identificar para sermos recebidos, atendendo ás mesmas exigências que fazemos aos outros.

Vejamos, o porteiro é tido como um simples funcionário na empresa, mas, desempenha, na verdade, uma função tão significativa quanto a da pessoa mais graduada.
Por que dois pesos e duas medidas em nossa vida?
Façamos aos outros aquilo que desejamos que façam a nós.
O porteiro tanto pode alimentar as esperanças das pessoas como matá-las, depende da forma como aborda e atende àquelas que vão à procura de alguém naqueles locais. Na vida, no dia-a -dia, nós também.

Falando em porteiro - recepcionista - nossa coluna traz para perfilar, hoje, um personagem que durante 25 anos de sua vida, alimentou e permitiu a muitos realizar seus sonhos doirados, dançando bailes de galas, de carnaval, assistindo aos shows, namorando, curtindo a noite nas dependências do
Clube de Lavras.
É o PORTEIRO - RECEPCIONISTA - JOSÉ PÁDUA
TORRES, filho de Paulino da Costa Torres e Maria Iva de Pádua Torres, nascido em Lavras-MG, em 28/01/1908.

Sua infância foi gostosa. Brincou para valer com os amigos João e Geraldo Vitorino, Rui Preto, Meleleu, José Clemente; outros, dos quais se lembra com saudade.
Estudou na Escola Estadual Firmino Costa, Escola Tenente Urbano, Instituto Gammon, Escola de Contabilidade Abelardo Guerra.

Descendente de família humilde, muito cedo começou a trabalhar. Prestou seu labor no armazém da saudosa Fabril Mineira. Depois, foi sulcar a terra, como agricultor nas fazendas da Serra e Barreiro. Foi suinocultor e retireiro.
Não escolhia serviço. O que aparecia aceitava e dava conta do recado. Foi ajudante de motorista, trabalhou como mosquiteiro no Serviço Nacional do Combate à Febre Amarela, em todo o Brasil. Foi roupeiro e identificador na Penitenciária de Neves,MG. Na Sul América Capitalização foi corretor.

Em 1945, passou a trabalhar como cobrador e porteiro no Clube de Lavras, entidade social fundada em 1928, por Dr. Humberto Gusmão, e que teve seu novo prédio edificado em 1955, com o presidente Leonardo Venerando Pereira e sua equipe. Por volta de 1970, nosso personagem aposentou-se.

Teve o prazer de exercer suas funções com os pré sidentes:
Leonardo Venerando, Jairo Andrade Alvarenga, Jesus Vilhena Reis, Armando Amaral, Sebastião Brasileiro de Castro, Matheus de Souza Azevedo, Olímpio Ferreira de Andrade, José Abdon Lasmar, João Modesto de Souza, Maurício Orneias de Souza, Antonino Carvalho, José Maurício Guadalupe, Nelson Alvarenga Figueiredo, Tufy Haddad, Geraldo Villela, José Augusto da Fonseca.
Relembra, com prazer, os companheiros de trabalho: Antônio Barros, Sargento Oliveira Cunha, Osvaldo Botrel.

Aos 93 anos de vida, bem vividos, recorda que o Clube de Lavras sempre foi palco dos grandes acontecimentos. Baile do Século, que recebeu o Presidente JK, Orquestras: Cassino de Servilha, Írio Coral e Orquestra, Super Som 70, Tabajara; Corais, Teatro de Revista da Virgínia Lane, cantores como Cauby Peixoto, artistas como Procópio Ferreira, dançarinos lavrenses: Dego da Judy, Joãozinho da Baby, Espirro da Malba, João Sampaio, Neném da Ferroviária.
Lembra-se de um fato ligado a um trio que era um verdadeiro pé de valsa no clube. Itamar Mazzochi, Salvador Franklim de Miranda e este articulista.
Certa vez houve um baile no Clube e havia para os três dançarinos tão somente uma gravata borboleta. O que fizeram? Entrou o primeiro com a gravata no pescoço, lá dentro retirou -a e a jogou da sacada para o segundo que repetiu o ato e, quando, o terceiro foi entrar, o porteiro, nosso personagem, achou estranho, e, ato contínuo, foi ao salão de festas buscar os outros dois que não estavam vestidos conforme o figurino. Conta o caso e dá risadas .

Fala com satisfação dos familiares e freqüentadores do clube, do Bar Tropical, de propriedade do Filipão, onde estavam sempre o Joaquim de Abreu, o Kenedy, o Tango, Xerife, Alessandro, Padre, Paulo Almeida, Chiquitão, Caio Múcio, estudantes, viajantes e uma turma grande da cidade, da Barbearia do João Marques.
Fala das noites memoráveis, dos bailes de formatura da ESAL, onde os rapazes trajavam "smokers", as moças vestidos longos; dos bailes das escolas de Lavras, dos bailes de carnaval e suas músicas inesquecíveis como: Jardineira, Bandeira Branca, Camélia, Ala -la-ô, Banana Nanica, das voltas dos foliões no meio do jardim, às madrugadas, quando findavam aqueles.
São muitas as lembranças que vêm à mente de um tempo que passou.

José Torres conheceu no final da década de 30, por ocasião de suas atividades profissionais no Serviço Nacional de Febre Amarela, em Arcos-MG, Isabel Soares Torres, com quem se casou em 06/06/1941. O casal teve os filhos: Maria Aparecida Torres, Marco António Torres e Meire Soares Torres. Os netos: Débora, Rodrigo, Daniela, Simone, Plínio e Luciana. Bisnetos: Carina, Carolina, Mariana e Luiz Otávio.

Na juventude, José Torres praticou esporte. Foi zagueiro do Esporte Clube Silveira, em Perdões, e era conhecido pelo apelido de TORRADA.
Seus hobbies hoje são: assistir aos jogos de futebol na televisão, bater papo com os amigos na Praça Dr. Jorge e curtir a família. É torcedor doente do Vasco da Gama do Rio de Janeiro e do Cruzeiro Esporte Clube de Belo Horizonte.
Homem simples, humilde, mas de grandes virtudes.
O PORTEIRO - RECEPCIONISTA - JOSÉ PÁDUA TORRES é GENTE DA TERRA.





TEMPO


O que é o tempo?

Esta indagação depende de investigação, mas cada um tem uma explicação própria e uma medida para o tempo.
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Normalmente falamos. Estamos sem tempo. Não comparecemos àquele compromisso porque não tivemos tempo. Se houver tempo, atenderemos você hoje, dizemos ainda, o tempo não anda, o tempo está voando.

Nesse tempo real, situamo-nos sempre entre unidades de referência com intervalos a separar os acontecimentos. Seus intervalos obedecem a padrões que se repetem. Dias, anos, horas. Princípio e fim; nascimento e morte; ontem e hoje; antes e depois. Os movimentos são contínuos e irreversíveis. A terra, a lua, as estrelas, os animais, todos se movem. Não param.

Neste momento, tendo em vista os movimentos podemos dizer: o ontem já é passado, o hoje é presente e o amanhã será, com certeza, futuro.

Nos limites de nossa existência medimos o tempo por sóis, luas, marés, estações, calendários, anos, meses, dias, relógios, horas, minutos, segundos, frações.

Na corrida da vida comportamo-nos como atletas que disputam as mais variadas modalidades esportivas. Olhamos para a meta e lançamo-nos a disputa para atingirmos a linha de chegada. O visor do aparelho medidor do tempo está ali a flagrar nossa passagem no momento exato que acontece.

Na sucessão dos acontecimentos no cosmos, nossos planos correm e são feitos pensando no tempo, a curto, médio e longo prazo.

Mas e o tempo imaginário de cada um?

Quando nos emocionamos, torna-se difícil falar, planejar ou medir o tempo. Se estamos felizes, entregues à fantasia, o tempo é de uma rapidez extraordinária, é finito. Gostaríamos até de pará-lo, mas como? Se estamos doentes, tristes, preocupados, ansiosos, com saudade, esperando por alguém, pela solução de um problema ou por algum resultado de exame, o tempo é infinito, não passa e não termina nunca, torna-se até, um martírio, um suplício.

Já o tempo real nos permite viver as experiências do agora, recordar ou esquecer o passado e sonhar com a incógnita do futuro.

As suas linhas limítrofes estão aí, do começo ao fim.

Dessa feita, com certeza, podemos falar sobre o tempo, mensurá-lo e exaltar as maravilhas do universo e da vida atreladas a ele.

Acreditamos que o tempo e todas as coisas tenham sempre existido, mas como tudo no universo é relativo e subjetivo, deixamos para os entendidos, físicos, sociólogos, filósofos, cientistas, as explicações cabíveis.

Que dia é hoje? Quantas horas são? Em que ano estamos?

Nossa vida está para o tempo como ele está para o universo.

Tenhamos tempo e não sejamos escravos dele.

O antes já passou, o momento é agora, o depois não sabemos quando virá.

Felicidades com o seu tempo, dentro do tempo que dispõe, porque é impossível escapar desse tempo, dentro do qual tudo se movimenta.


Falando em tempo, estão presentes em nossa mente, lembranças de um tempo passado, trazidas com pequenas doses de saudade, para reviver a história da vida de nosso personagem, possuidor de uma das vozes radiofônicas mais bonitas e elogiadas na “cidade dos ipês e das escolas”.

É o RADIALISTA, PROFESSOR E ADVOGADO DR. ITAMAR MAZZOCHI, filho de Victorino Mazzochi e Martha Godinho Mazzochi, nascido em Lavras-MG, em 25/03/1945.

Sua infância e juventude foram vividas na rua Barbosa Lima, na velha casa de alpendre, onde foi construído o prédio que leva o nome de seu pai, com vistas para a casa e o quintal do Dr. Gil Botelho, onde havia um campinho improvisado para os rancas de futebol. Seus colegas daquela época foram: Gilson Moreira, Dirceu Silva, Everton, Luiz Fernando e Necésio Maia, Nilton Montenegro, Aureliano Botelho, Ailton Abreu, Salvador Franklim, Roberto Magalhães, seus irmãos Sérgio (de saudosa memória), Hugo, Fábio (da Eletro Vidros Zakhia) e Nádia Mazzochi, as turmas da Olímpica, do River Plate, João Gattini, Adelino Moreira, este biógrafo, e uma infinidade de pessoas.

Trabalhou na Lavanderia do Beti entregando roupas. Em época de chuva, quando ia fazer entrega das mesmas, parava para jogar finco com os colegas e as roupas ficavam com a marca do barro.

Desde a mais tenra idade, nosso personagem sempre foi desprendido de valores materiais, cultivando sempre os espirituais, seguindo os princípios ensinados pelos pais, dando de si, servindo às pessoas e, com isso, arrebanhando uma legião de amigos e admiradores.

Menino e rapaz gostava de jogar futebol na primavera da Olímpica, do treinador Kenedy, e no River Plate, do Paulo Rosa. Gostava de treinar basquete e nadar no Lavras Tênis Clube. Pedalava muito sua bicicleta e quando não dispunha de sua companheira, andava de bonde.

Quando visitava o Dirceuzinho, pequeno cientista daquela época (Dirceu Silva é o filho de D. Amália/Dirceu), participava de suas experiências como as de lançamento de foguetes em rampas. Às vezes, na oficina, tomava alguns choques porque Dirceuzinho deixava algumas ferramentas ligadas na eletricidade.

Ainda quando menino, juntamente com Dirceuzinho, gostava de ajuntar, garrafas, jornais, ferro velho, arame de cobre, para vender ao Iádo (pai do Ébron, Dimas, Dartanhan). Lembra-se de que às vezes, determinados meninos, colegas seus, cobriam pedaços de ferro com chumbo derretido, vendendo como sendo chumbo que era mais valorizado.

Quedado à música, aprendeu violino com sua mãe e, por vezes, a acompanhou nas apresentações da Solca. É apaixonado por um microfone, por música, ópera, cinema.

Estudou na Escola Estadual Firmino Costa, no Kemper, no Colégio Nossa Senhora Aparecida e concluiu o segundo grau no Instituto Gammon, fazendo Contabilidade. Fez os Cursos de Professor de Técnicas Comerciais, em Betim-MG, de Aperfeiçoamento Técnico, na ULTRAMIG, em Belo Horizonte, de Corretor em BH, de Datilografia com a professora Urbana - tornando-se um dos melhores datilógrafos pela rapidez com que executava o teclado e, o Curso de Direito, na Faculdade de Direito de Varginha.

Na final da década de 60, iniciou seu trabalho como professor na Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto, sob a direção do inesquecível professor Waldir Azevedo, no CNEC de Perdões, que tinha à sua frente a grande educadora, Dona Dulce Oliveira, e no CNEC de Lavras, com o Cap. Paulo Benjamim Mendes. Lecionou também no Instituto Gammon por vários anos. Foi vice-diretor da Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto, na gestão do prof. Parcifal de Oliveira Lima. Paralelamente às suas funções de magistério, trabalhou com seu Pai Victorino Mazzochi, nos Estabelecimentos Zakhia, que se localizava na esquina das ruas Chagas Dória com Dr. Francisco Sales.

Foi sócio das firmas Eletrovidros Zákhia, Gutemberg Promoções e da Imobiliária Morar.

Trabalhou na Rádio Cultura de Lavras durante muitos anos, produzindo e apresentando programas musicais, culturais e jornalísticos, programas esses líderes em audiência. Quem o levou para aquela emissora foi o decano dos radialistas lavrenses, professor Herculano Pinto Filho. Ali foi colega de seu discípulo José Silvério, do Antônio Carvalho, ambos trabalhando hoje na Rádio Bandeirantes de São Paulo, Orlando José, José Orlando, Celso Pitta, José Jorge, Reinaldo Murilo, Neide Aparecida, Édio Nascimento Pirindiba, dentre outros.

Político por natureza foi assessor dos prefeitos: Dr. Maurício Pádua, Jussara Menicucci, João Batista, do deputado Aloísio Garcia, tendo ocupado cargos relevantes e prestado serviços à comunidade.

Apresentou inúmeros acontecimentos cívicos e culturais em nossa comunidade, dentre eles, as festividades do Instituto Gammon.

Em 1970, casou-se com Maria José de Almeida Mazzochi. O casal tem um filho: Dr. Itamar de Almeida Mazzochi Júnior, fisioterapeuta.

A família é nota dez no servir. Dr. Itamar, a estender os braços para todos com um otimismo sem igual. Maria José, artista prendada e professora, como prova maior de todo o seu desprendimento, doou um rim para sua irmã Isabel, e o Júnior trilha o caminho dos pais.

Ninguém fica triste ao lado de nosso personagem. Ele tem sempre uma palavra amiga, de alegria, para preencher os espaços da tristeza.

É uma pessoa simples. Não gosta de ostentação. Trata a todos com igualdade.

Conhece muitas partes do Brasil e um pouco da Europa, como Portugal, Espanha, França, Suíça, Itália. Adora a Itália e tudo o mais ligado àquele belo país, de onde descende.

Seus hobbies hoje são: assistir fitas de vídeo, bons filmes no cinema, viajar, pegar uma sauna, conversar com os amigos, curtir a esposa Maria José, sua companheira de todas as horas, o filho.

Gosta muito de relembrar o tempo passado e dele fala com satisfação. Seja da Eletro Oficina Toninho, Bar do Miguelão, do José e Paulo Lima, do Mauro. Das sapatarias do Totonho, do Didico. Dos lugares e dos casos acontecidos na juventude. Dos Estabelecimentos Zakhia. Do professor José Luiz de Mesquita, do Macuco, do Mané. Da fanfarra do Gammon. Das viagens, dos passeios, dos amigos.

É um grande amigo. Está presente servindo nas horas alegres e tristes.

Por seus trabalhos comunitários foi várias vezes homenageado pela Câmara Municipal de Lavras. Foi paraninfo das turmas de contabilidade, no Instituto Gammon, por três anos seguidos.

O tempo, como podemos ver é testemunha e marca os acontecimentos da vida de cada um de nós. Não poderíamos estar falando da sucessão de fatos ocorridos no passado se não estivéssemos vivendo o presente e, muito menos, não poderíamos projetar nossos sonhos para o tempo futuro.

O tempo permite-nos tudo isso e muito mais.

Ainda há pouco, era o tempo presente, agora, ao terminarmos a história do prof. Itamar Mazzochi, já é tempo passado.

Para ele trouxemos uma frase da música de Milton do Nascimento.

"Amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito".

Foi através desse tempo que pudemos relembrar e relatar a história do nosso personagem

O RADIALISTA, PROFESSOR E ADVOGADO DR. ITAMAR MAZZOCHI é GENTE DA TERRA.




CIDADE GRANDE

No mundo existem inúmeras cidades grandes, verdadeiras megalópoles. Nelas imperam a alta tecnologia, são dotadas de todos os recursos. Nelas, um verdadeiro formigueiro humano se movimenta diariamente. Pessoas andam, correm, acotovelam-se, pegam o carro, a moto, o ônibus, o metrô, o avião, o elevador, dirigem-se para o trabalho, voltam para casa, tudo numa grande agitação no afã de cumprir uma agenda.

No meio a tudo está o ser humano misturado às máquinas e, muitas das vezes, sendo relegado a um segundo plano.

Por que nesse corre-corre, pessoas passam pelas outras sem ao menos falar um bom-dia, ou perguntar como estão?

Será que se acham uma fortaleza, poderosas, que não se abalam, que absolvem tudo sem nada sentir?

Será que se esquecem de que são mortais, vulneráveis, e que também têm seus limites?

São fortes, sim, à medida que encontram sustentação nas pessoas que estão ao seu lado, compartilhando com elas no dia-a-dia, suas lutas, suas buscas, seus planos, suas dificuldades, seus sonhos.

São poderosas, sim, quando dividem o fardo com os outros e multiplicam suas esperanças na fé.

São fortes e poderosas, sim, mas também frágeis, porque se abalam quando se encontram a sós, esquecidas daqueles nos quais depositavam confiança, certeza.

Sentem, sim, porque são seres humanos dotados de sensibilidade que lhes permite ver no próximo, o próximo em busca da felicidade. Felicidade que pode vir sob qualquer forma. Seja na forma de um prato de comida, de uma casa para morar, de um emprego, da cura de uma enfermidade, de uma roupa para cobrir o corpo, de uma palavra amiga, de um sorriso, de um casamento, de um nascimento, de uma conquista, de uma chuva que cai. Não importa que seja pobre ou rico, culto ou ignorante, mas sim, um igual em cujo corpo habita uma vida.

Somos todos peregrinos nesta caminhada existencial em cidades grandes, pequenas, ou mesmo no campo.

Já questionou a pessoa mais próxima de você, como ela está?
Sabe que ela é como você?

Que ela também, às vezes, se sente só, com vontade de falar com alguém, de receber um elogio, de ouvir uma crítica, de ser notada, de ter uma oportunidade?

Não nos esqueçamos. Nada dura para sempre. Hoje somos o tudo, amanhã poderemos ser o nada.

Sejamos solidários com o próximo para que ele seja conosco. Todos nós falamos muito de amor, de fé, de esperança, de justiça. Falar só não basta, é preciso vivê-los, para dar exemplo.

Bom-dia meu irmão, bom-dia minha irmã.

Falando em cidade grande e dos sonhos de muitos em ali viver para conquistar seus sonhos, trouxemos para perfilar, hoje, em nossa coluna, alguém que conheceu e viveu em muitas cidades grandes, capitais, mas que encontrou a verdadeira felicidade no interior, onde sempre trabalhou e participa ativamente da vida comunitária, quer como empresário, quer como músico.

É o EMPRESÁRIO E MÚSICO OGMAR CASTELI PANZERA, filho de Hildebrando da Silva Panzera e Ismênia Castelli Panzera, nascido no Rio de Janeiro, em 18/12/1940.

Viveu sua infância até os nove anos, curtindo as belezas da cidade maravilhosa sob os olhares do Cristo Redentor, no bafejo da brisa marítima e nos refrescantes banhos de mar.

Aos nove anos, a família mudou-se para a cidade de São Lourenço, em MG. Ali estudou e concluiu as quatro últimas séries do primeiro grau no Ginásio São Lourenço. Aos 14 anos veio para Lavras, cursar o segundo grau, no Instituto Gammon, em regime de internato. O terceiro ano foi feito no Instituto Jurucema, no Rio de Janeiro.

Concluído o segundo grau, retornou a São Lourenço, onde fez o Serviço Militar, em companhia do prof. Vítor Vaz.

Nessa cidade, trabalhava com o pai, que era comerciante e gerente de uma agência de viagens. Depois de um certo tempo, mudaram para Belo Horizonte, onde passaram a negociar carroceirias de ônibus.

Convidado para trabalhar na antiga e extinta TV Itacolomi, exerceu as funções de Câmara-man por três anos.

Como ainda não havia encontrado sua verdadeira vocação profissional, retornou ao Rio de Janeiro, onde fez um curso Técnico em mecânica e eletricidade, na Escola Técnica Nacional.

De volta à Capital Mineira fez um concurso e ingressou como funcionário na Companhia Atlantic de Petróleo, onde laborou por 14 anos. Desenvolveu e exerceu naquela várias funções. Trabalhou em Brasília, Goiânia, São Paulo, recebendo sempre promoções quando era transferido de um local para o outro. Foi gerente da maior equipe de vendas da Atlantic do Brasil, na área de vendas industriais. Foi fundador do Clube Campestre, em Santa Luzia-MG, para os funcionários da Atlantic.

Foi membro do Lions Club Jaraguá, de Belo Horizonte, por três anos, desempenhando o cargo de tesoureiro.

Casou-se em primeiras núpcias com Magda João Hallak Panzera, com quem teve os filhos: Ingrid e Túlio.

Em 1977, foi para São João Del Rei como sócio gerente da Mineração Omega Ltda, ali permanecendo por um ano. Em 1978 vendeu aquela empresa e adquiriu a Mineração Roger, em Lavras, que gerava 70 empregos diretos. No ano de 1992 vendeu a Mineração Roger, mas continuou trabalhando para os novos proprietários, por mais três anos, na área de vendas. Com quase vinte anos no ramo, resolveu diversificar suas atividades empresariais e adquiriu em Ribeirão Vermelho, a padaria Castelli ao mesmo tempo que, iniciava duas novas empresas - Moinhos Gerais Ltda - Indústria e Comércio de Beneficiamento de Minerais e Empresa Sul Mineira Mercantil Ltda, que explora o ramo de revenda de minerais, representação e venda de prótese dentária.

É um expert no ramo de mineração.

Casou-se em segundas núpcias com a lavrense Elenice de Abreu Moreira, com quem teve a filha Thaís.

Nosso personagem, além de suas atribuições empresariais, comerciais, é um grande músico e pessoa de grande sensibilidade. Toca piano, acordeon e teclado (órgão eletrônico). Nasceu com este dom e o aperfeiçoou com a mãe, pianista e acordeonista formada no Conservatório Nacional do Rio de Janeiro. Nosso personagem, aos cinco anos de idade, já se apresentava em público, fazendo shows. Foi músico profissional, tocando em orquestras, mas atualmente faz apresentações apenas em caráter beneficente. Executa um repertório variado que agrada todas as idades. Quem ouve suas interpretações viaja no tempo e no espaço, recordando momentos inesquecíveis.

GENTE DA TERRA, LAVRAS, SUA HISTÓRIA E SUA GENTE são agraciadas anualmente com uma apresentação especial do artista, no Clube de Lavras, por ocasião das festividades da entrega de diplomas aos homenageados.

Ogmar é uma pessoa conhecida e respeitada nos meios empresarial e artístico.

Gosta de viajar, de boas músicas, de degustar uma boa comida, de curtir a família, os amigos.

Conhece todo o Sul do País, Minas Gerais, Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro, Espírito Santo e outros estados.

Para nosso personagem, as conquistas não estão nas grandes cidades, nas grandes coisas, mas sim na felicidade conquistada dentro de cada um de nós.

Com as músicas executadas em seu teclado, ele desperta e mostra a grandeza do sentimento maior que existe no coração dos homens: o amor. Não importa que morem em cidades grandes, pequenas ou no campo.

Há mais de duas décadas nosso personagem reside em Lavras.

Há mais de duas décadas a população lavrense tem o prazer da sua companhia e de sua família.

O EMPRESÁRIO E MÚSICO OGMAR CASTELI PANZERA é GENTE DA TERRA.




NOVO MILÊNIO


Estamos no século 21.

Do início, até hoje, a humanidade vem evoluindo de forma extraordinária. É um aperfeiçoar contínuo. Da nudez do corpo à cobertura pelas fascinantes fashions; das primitivas às últimas descobertas. Tudo está cada vez mais bonito e aperfeiçoado. O homem, os objetos, as coisas.

É gigantesca a velocidade da evolução.

Quem pára para pensar, não acompanha o progresso, fica para trás.

O espírito de criatividade do homem lhe permite isso.

Há dois milênios os homens buscam soluções para suas indagações sem, contudo, satisfazer-se plenamente.

Constroem cidades reais, vivem nas VIRTUAIS. Vão aos espaços siderais, falam em celulares, navegam na Internet.

Mesmo assim, não se encontram, não se satisfazem porque se julgam homens superiores e se esquecem que são seres humanos.

Sonham com as ilusões do mundo virtual, acordam em pesadelos no mundo real.

Maravilham-se com o irreal, esquecem o essencial.

Clonam seres, constroem robôs, abandonam o semelhante.

Procuram o invisível, até mesmo o impossível, quando têm ao seu alcance, o visível, o possível .

Não vivem ao nível da realidade.

Vivem num mundo imaginário.

Alguns se julgam superiores, mais sábios, inatingíveis em seus postos. Esquecem-se de que existem outros ainda mais superiores, mais sábios, quase que inatingíveis.

Muitos pensam que são os atores principais do universo, mas se esquecem que diante da grandeza de Deus e da natureza, são apenas atores coadjuvantes.

Que o Senhor continue concedendo graça, sabedoria a todos que freqüentam temporariamente este universo no sentido de ajudá-lo a terminar a construção.

Ele, como ser supremo, na sua humildade e simplicidade, nos dá exemplo de que para sermos grandes devemos nos tornar pequenos.

Está faltando humildade e amor para que o mundo seja o paraíso encantado que todos aspiram.

Agradaremos e participaremos mais da construção desse mundo fascinante, sendo humildes.

Os professores abnegados construtores das inteligências do país, são exemplo de humildade, pois representam o primeiro degrau da escada por onde todos passam para chegar onde estão. A personagem que enfocamos hoje em nossa coluna é um exemplo vivo do altruísmo dos profissionais da educação pela sua vivência e doação à nobre causa do servir.

É a PROFESSORA VANDA AMÂNCIO BEZERRA MENDES - carinhosamente chamada de VANDINHA - filha de José Amâncio de Souza e de Vicência Bezerra de Souza, nascida em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no dia 15/08.

Ainda criança, aos 7 anos de idade, veio estudar no Instituto Gammon (Escola Carlota Kemper), em regime de internato, onde cursou o primeiro e segundo graus, tendo se formado no Curso de Habilitação ao Magistério. Foi preparada para, após sua formatura, lecionar no Instituto Gammon, a convite do Reitor Ver. Lawrense Calhoun e de sua Diretora Miss Margaret Carnahan.

Teve infância e adolescência bonitas e saudáveis. Estudava, mas soube aproveitar aquelas fases maravilhosas da vida.

Lembra com saudade de quando havia festa ou culto no Instituto Gammon, ela e as Kemperinas desciam em companhia das responsáveis e enquanto caminhavam apreciavam a cidade e os rapazes.

Gláucia Cunha, Iracy Ribeiro, Miriam Veiga e outras colegas do internato vivenciaram aquele tempo gostoso.

Como atleta, foi jogadora de vôlei e sua posição era de levantadora. Jogou ao lado da internacional Selma Rezende.

Cursou ainda Pedagogia (Orientação e Administração Escolar) na UEMG, onde também lecionou Sociologia e Psicologia da Criança do Adolescente; fez pós-graduação em Filosofia da Educação, na Faculdade de Varginha.

Além desses, fez os cursos de Educação Cooperativa na International School of Brasília, onde também foi diretora pedagógica por doze anos; Curso "Encontro por la unidad de los educadores" - oriundo de Cuba, na Escola Americana e Colégio Mackenzie de Brasília, onde foi Diretora e Coordenadora durante sete anos; Curso de Dinâmica de Grupo, Terapia de Grupo, Empresa Moderna, Qualidade total (Brasília), Jornalismo e Literatura Infantil em Garanhuns, Pernambuco onde representou o Estado de Minas Gerais e participou da edição do livro de histórias infantis; fez ainda os cursos de Avaliação Total, Geometria Aplicada, no Mackenzie-SP; Curso de Educação para o século XXI, em Brasília; participou de inúmeros congressos e simpósios.

Em 1953, sua família veio morar em Lavras. Seu pai foi trabalhar no Gammon, e, depois, na ESAL (UFLA)).

Terezinha Matioli, Cássia Terra, Delva Emrich, Biló, Carmem Pita, Maria Júlia, Cida Maculano, Noemi Silva, Glícia Emerich, são outras amigas da faculdade, trabalho e do cotidiano.

Em 1957, depois de um certo tempo de namoro e noivado, casou-se com Rui Mendes dos Santos, com quem teve os filhos: Ludmila, Alessandro e Iracema.

Vandinha, ao longo de sua existência, tem dedicado sua vida à família, ao trabalho e aos estudos.

Iniciou sua vida profissional no Instituto Gammon, como alfabetizadora, passando em seguida a lecionar para as turmas do primeiro grau. Depois foi diretora da Escola Carlota Kemper, trabalhando ao lado de D. Leonor Botelho. Em 1975, foi diretora do Instituto Gammon. Foi a primeira mulher a ocupar aquele cargo nos 132 anos do colégio. Trabalhou com o reitor José Costa. Lecionou no Kemper muitas disciplinas. Em 1981, foi para Brasília a convite do Instituto Presbiteriano Nacional. Lá conviveu com inúmeros amigos e permaneceu por 12 anos tendo sido diretora da Internacional School of Brasília. Ainda fez parte da comissão formada pelo governo Sarney na fundação de uma escola em Alcântara, no Maranhão. Fundação de uma Creche no Núcleo Bandeirante de Brasília e participou na Comissão de Paz, junto ao Governo Sarney, em Brasília, juntamente com Ziraldo, Rubem Alves e outros. Participou de corais e orquestras, teatro. É professora do CEDET, coordenadora dos cursos profissionalizantes do Instituto Gammon.

Recebeu o Titulo de Cidadã Lavrense em 1981.

Recebeu inúmeras honrarias pelos serviços prestados em Lavras e outras paragens.

Em 1998, retornou a Lavras. É coordenadora dos cursos profissionalizantes e da Faculdade da Melhor Idade.

Toca violão, teclado, canta e pinta.

A professora Vanda é um ser humano prendado. Nasceu para servir e educar.

Em Lavras se sente muito feliz pelos amigos que tem, pela forma como é tratada.

Festa do Instituto, ipês floridos, buganvílias exuberantes, rufar dos tambores, lá está ela toda garbosa recepcionando os convidados.

Para nossa personagem trouxemos um pensamento muito bonito estampado na Casa de Samuel Rhea Gammon:

"DEDICADO A GLÓRIA DE DEUS E AO PROGRESSO HUMANO"

Os professores e a nossa personagem são assim: dedicam o trabalho a Deus e ao progresso humano.

A PROFESSORA VANDA AMÂNCIO BEZERRA MENDES -VANDINHA - é GENTE DA TERRA.






HOMEM

Na imensidão do universo aqui estamos nós, pequenos seres humanos, como verdadeiras gotículas no oceano, ou grãos de areia no deserto, lutando pela sobrevivência, esperançosos de atingirmos nossos sonhos. Cada um de nós com seu rosto, cada qual com seu corpo, com seu nome, ora vivendo isoladamente uma privacidade em análise do próprio eu, ora vivendo em sociedade, competindo para nos tornarmos senhores das coisas. Na intimidade, quando representamos a nós mesmos, somos o natural; em coletividade, representando um outro, somos o artificial.

Sob lampejos, consideramo-nos muitas das vezes mais providos materialmente, mas nos sentimos pobres espiritualmente;

Às vezes, nos julgamos mais fortes fisicamente, outras, mais fracos, mas na realidade somos todos iguais, porquanto enquanto mais fracos, pela imaginação, ou, através da aliança com outros que se encontram na mesma situação, adquirimos força suficiente para enfrentar os mais fortes;

Quando carentes, sentimo-nos fragilizados, mas fortalecidos na crença.

No entanto, a verdade é que neste mundo, na igualdade, todos nós temos sede, fome, necessidades fisiológicas, biológicas, respiramos, temos nossas paixões, vivemos nossas alegrias, nossas tristezas, nossos amores, nossos desencantos.

Vivemos. Falamos muito e com naturalidade, da vida, mas tememos a maior certeza de nossa existência, a morte. O medo dessa desconhecida é de todos nós. E quando o assunto se trata dela, entramos em pânico. É um verdadeiro terror. Sabendo desta assertiva, ficamos a imaginar por que tanta competição.

Somos corpo e espírito.

Daí o questionamento: SER ou TER?

Entendemos que ser é mais importante do que ter. O ser vive para uma causa suprema, espiritual; o ter, para uma causa terrena, material, onde tudo, com o tempo se transfere, se transforma. O ser não tem inveja, não cobiça, não pratica os pecados capitais; o ter usa e abusa deles. O ser busca uma recompensa divina; o ter, um prêmio material.

Nós, seres humanos, somos homens, mas, alguns de nós não se portam como seres humanos.

Na matemática da vida, os homens deveriam dividir mais as alegrias, multiplicar o amor para não sentir o desnível entre o avanço tecnológico e o espiritual que assola o universo.

Presenciamos. O mundo está explodindo em tecnologia, mas está ficando cada vez mais vazio de amor. Sentimos que está faltando amor entre nós; não o amor carnal, mas o amor do servir, do doar, do perdoar, do compartilhar, do solidarizar.

Precisamos redescobrir urgentemente a nossa crença, a nossa fé e deixar um pouco de lado a nossa escalada em torno dos bens materiais, neste mundo de tantas ambições e competições.

Para isso, precisamos nos despir de tudo. Precisamos ser nós mesmos, destituídos do ter, das riquezas, comendas, títulos, disfarces ou aparência exterior para encontrarmos o verdadeiro sentido da vida.

Todos nós temos dentro de nós, o poder mágico da vida e do amor.

Façamos como nos ensina o Mestre:

"Amai-vos uns aos outros como eu sempre vos amei".

Falando em tecnologia, em amor, hoje, trouxemos para perfilar em nossa coluna, um técnico em eletrônica, que há muito vem prestando sua colaboração à população lavrense, quer negociando aparelhos eletrodomésticos, quer organizando sonoridade em eventos sociais, políticos, religiosos, esportivos, culturais.

É o TÉCNICO EM ELETRÔNICA WALTER GUTEMBERG VALÁCIO SILVA, filho de João Alves da Silva e Irene Valácio, nascido em Volta Redonda-RJ, em 27/02/54.

Aos dois anos de idade veio para Lavras com seus pais. Morou inicialmente no bairro Cruzeiro, bairro este que se caracteriza pela Cruz que há muitos anos ali está encravada. Posteriormente mudou-se para a antiga rua Umbela, hoje rua Rui Barbosa. Passou sua infância e parte da adolescência naquela, em companhia dos irmãos e amigos inesquecíveis. Lembra com saudade das brincadeiras, dos rancas (futebol com bola de meia), das pipas (papagaios). Odair Ferreira, Totonho, Itamar e tantos foram seus amigos daquela época.

De origem humilde, muito cedo teve que trabalhar. Iniciou com seu pai "o João da Casa Rádio Som", quando a loja ainda era situada lá na galeria do saudoso e estimado Antônio Curi. Isso foi por volta da década de 60.

Fez as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa, as quatro últimas na Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto e o segundo grau no Colégio Nossa Senhora Aparecida. Fez também o curso Técnico de Eletrônica, em Itajubá.

Apaixonado por tecnologia, assim que terminou o curso em Itajubá, passou a desenvolver projetos na firma do seu pai e a dar assistência aos clientes. O tempo foi passando, o comércio crescendo, até que foi convidado pelo genitor a ser sócio da mesma. Aqui fazemos um parêntese para dizer que a Casa Rádio Som está no mercado lavrense há aproximadamente quarenta e três anos.

Afeto à sonoridade, Walter Gutemberg organizou e organiza muitos festivais de músicas sertanejas e populares, em Lavras e cidades circunvizinhas.

Em sociedade com Édio do Nascimento Birindiba desenvolve um projeto de sonorização atuante na região. Sua firma GUTEMBERG PROMOÇÕES está sempre presente fazendo cobertura dos eventos sociais, políticos, religiosos, esportivos, culturais.

Aqui também fazemos um outro parêntese. Há oito anos, a empresa de nosso personagem participa ativamente das solenidades DE GENTE DA TERRA por ocasião da entrega dos diplomas aos agraciados, no Clube de Lavras, sem receber absolutamente nada. Apenas pelo prazer de servir. Waltinho, como carinhosamente é tratado pelos amigos, e Édio, são duas pessoas que dedicam um tempo de suas vidas às causas nobres.

Não é por acaso que nosso personagem é sempre agraciado com homenagens na Prefeitura Municipal, na Câmara, Igreja Matriz e tantos outros lugares que reconhecem seus méritos profissionais.

Pelo seu jeito simples de ser angariou ao longo de sua vida uma legião de amigos.

Foi casado com Thaisa Elaine Godinho com quem teve o filho Sérgio Henrique Godinho Silva.

Mas, nosso personagem além de suas atividades comerciais, sociais, religiosas, é também um homem político. Faz parte do Diretório do PMDB há mais de vinte anos e, vem, dentro de suas limitações, lutando pelo engrandecimento de nossa Lavras.

Walter Gutemberg é presença obrigatória em qualquer acontecimento que exija som.

Aprecia uma boa música, bons filmes, uma roda de amigos e uma "loirinha gelada", nos momentos de lazer.

Ele é um dos sósias do ator americano Chuck Norris, artista principal da série Texas Ranger.

Para nosso personagem trouxemos o seguinte pensamento:

"Atenda com mansidão e amor a voz de quem o chama para que os ouvidos daquele possam ouvi-lo e atender da mesma forma".

O TÉCNICO EM ELETRÔNICA WALTER GUTEMBERG VALÁCIO SILVA é GENTE DA TERRA.





ZOOTECNIA

Para falarmos de Zootecnia temos que enfocar a biologia. A palavra biologia é de origem grega. É formada pelas palavras: bios - que significa vida - e - logos - estudo. Esta se divide em dois grandes ramos: Botânica e Zoologia. Botânica é o estudo das plantas, e Zoologia, o estudo dos animais.

No passado, o estudo dessa disciplina era generalizado. Com a evolução, o desenvolvimento e o aperfeiçoamento, a biologia diversificou em uma infinidade de áreas que são estudadas e ministradas por especialistas.



É extraordinário o estudo de qualquer das ramificações dessa disciplina, pois está ligado à vida, está ligada a nós. Fazemos parte integrante do cosmos, de um ecossistema.

Quanto às plantas, sabemos de sua importância, quer medicinal, quer na indústria manufaturada.

A Zoologia nos impressiona sobremaneira, pois é nela que estamos inseridos como todos os outros animais.

Uma das áreas da Zoologia é a Zootecnia que tem como finalidade o estudo científico da criação e aperfeiçoamento dos animais domésticos. É um estudo maravilhoso, pois visa primordialmente os animais domésticos de pequeno e grande porte.

Antigamente esses animais permaneciam nas casas, mas quase sem nenhum cuidado, tratava-se de uma criação extensiva. Isto ocorreu até os meados do século XVII. Com a urbanização maciça, passou a existir por parte dos especialistas uma necessidade de aprimoramento das espécies com melhoramentos genéticos e de um sistema reprodutivo avançado.

Outrora, os hábitos alimentares daqueles eram bem distintos dos atuais que exigem uma alimentação balanceada, dentro de rigorosa análise e estudo de laboratórios no sentido de fornecer - lhes os nutrientes necessários ao bom desenvolvimento.

O zootecnista, especialista da Zootecnia, se preocupa com tudo, e mais, como qualquer outro cientista, cuida da preservação da espécie no ecossistema utilizando-se dos meios naturais e artificiais, climatológicos, nutricionais, reprodutivos, para a consecução de seus objetivos.

Há de se salientar como é agradável ter em casa a companhia de um animal doméstico; um cão como: Poodle, Bichon Frasie, Collie, Huske, Setter, Pequinês, Fox Terrier, Pastor Alemão, Galgo, Dálmata, Boxer, ou mesmo, um Vira-Lata. São verdadeiros companheiros. São fieis, dóceis e amáveis; um felino como o Gato Angorá, o Siamês, o Persa, o Bichano comum. São animais sensíveis, pêlos macios, olhos bonitos, meigos, ligeiros. Quase todos nós temos apego a esses animais domésticos pela companhia e pela terapia que nos prestam. As crianças, por excelência, são seus maiores amantes. Além dos citados temos ainda, a cabra, o coelho, hamster, doninha, furão, outros.

Falando em Biologia, Zoologia, Botânica, trouxemos hoje, para perfilar em nossa coluna, um zootecnista que há muito vem dando sua contribuição para o engrandecimento cultural de nossa comunidade e do Brasil, quer seja ministrando suas aulas na Universidade Federal de Lavras, quer como chefe de gabinete do reitor da UFLA, ou, como membro atuante da Loja Maçônica Deus e Caridade 7ª.

É o ZOOTENISTA PROFESSOR JOSÉ EGMAR FALCO, filho de José Falco e Tereza Ramos Falco, nascido em Cristais-MG, em 05/08/54.

Viveu parte de sua infância em Cristais, curtindo as delícias da meninice, em companhia dos amigos José Maurício, Tim, Élcio, Flávio Antônio, outros; jogando bola, quebrando os vidros da Igreja, nadando, soltando pipa, pegando passarinho, viajando com seu pai nas férias escolares para Campo Belo (seu pai era motorista de ônibus). Além do divertimento trabalhou no garimpo. O nome da cidade é oriundo ao garimpo de Cristais como: Turmalinas, Ônix, Ametista, realizado no início da Segunda Guerra). Lembra com saudade que carregou e assentou os primeiros tijolos do Novo Grupo, em substituição ao velho casarão onde estudou. Aos onze anos, foi para Campo Belo estudar. Ali, viveu parte da adolescência e sonhou com o futuro às sombras das frondosas árvores que ornamentam aquela linda praça central.

Aos nove anos perdeu a mãe, mas seu pai casou-se de novo e esta se tornou sua segunda mãe.

Fez as primeiras quatro séries na Escola Estadual Padre Celso Pinheiro, em sua terra natal. As quatro últimas séries e o segundo grau, no Colégio Dom Cabral, em Campo Belo, e Colégio Universitário de Viçosa-MG. Graduou-se em Zootecnia e fez o Pós-graduação, Magister Scientiae em Zootecnia, na Universidade Federal de Viçosa.

Formado veio para Lavras em 1978, ingressando-se no corpo docente da Universidade, lecionando: Bioclimatologia Animal, Cunicultura, Produção Animal, Caprinocultura, Bioclimatologia dos Animais Domésticos.

Em suas funções, orienta monitores, bolsistas de iniciação científica, estagiários, pós-graduados. Publicou livro, monografia, apostilas, trabalhos científicos em revistas científicas e anais de Congresso sobre: Bioclimatologia, Cunicultura, Curtimento Artesanal de Pele de Coelhos. Participou de inúmeros congressos científicos/técnicos com apresentação de trabalhos. Ministrou vários cursos de extensão na área que atua e um sobre Ética Profissional.

Pela liderança que exerce, vem executando durante sua vida profissional, várias atividades administrativas na Universidade: Secretário do Conselho Universitário, Diretor de Divulgação e Impressão, Chefe do Setor de Cunicultura, Presidente de Comissões, Ordenador de Despesas, Chefe de Departamento de Zootecnia, Secretário do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, Chefe de Gabinete da Reitoria da UFLA., dentre tantos outros.

Tem uma participação comunitária atuante: membro do Conselho Municipal de Saúde, Comissão de Organização das Exposições Agropecuárias de Lavras, Comissão de Organização de Eventos Comunitários. Atendimento comunitário.

Homenagens recebidas: Patrono do Curso de Zootecnia, professor homenageado do Curso de Zootecnia, Diploma de Honra ao Mérito - Prefeitura Municipal de Lavras.

Nosso personagem, em 21/07/1979 casou-se com a professora Sandra Monteiro Rodarte Falco, com teve as filhas: Izabela Rodarte Falco e Mariana Ramos e Falco.

Além de suas atividades docentes e administrativas na UFLA, José Falco é membro, grau 33, da Loja Maçônica Deus e Caridade 7ª, sendo sua iniciação em 13/11/88. Foi venerável, é secretário adjunto de Educação e Cultura no Grande Oriente do Estado de Minas Gerais - GOEMG, é membro fundador e primeiro presidente do Ilustre Conselho Filosófico de Kadoschi de Lavras, exerceu várias atividades, participou de inúmeros simpósios, congressos, seminários e reuniões, proferiu palestras e cursos. Foi condecorado com a Placa de Prata em 1994 - Deus e Caridade 7ª e Medalha do Reconhecimento Maçônico - Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito.

Como Chefe de Gabinete da Reitoria da UFLA é um Gentleman. É um verdadeiro anfitrião. Desenvolve com maestria as atividades de relacionamento daquela com os docentes, discentes, administrativos, comunidade, propiciando uma grande harmonia. Na sala de aula, na Loja, em qualquer lugar, não é diferente. Daí, o grande rol de amigos e admiradores.

Prof. José Falco é um dos milhares de obreiros espalhados no cosmos para com seu trabalho, na sua missão, cooperar com o Grande Arquiteto na construção de sua obra.

Seus hobbies são: uma boa leitura, boas músicas, caminhadas ao redor da Praça Dr. Augusto Silva com os amigos e o aconchego do lar, com a família.

Um detalhe. Sua esposa adora gatos. Tem em sua casa um grande número dedicando-lhes carinho e os cuidados necessários.

Para o nosso personagem trouxemos o seguinte pensamento:

"O mundo precisa de homens que se doem às nobres causas e semeiem a paz".

O ZOOTECNISTA PROFESSOR JOSÉ EGMAR FALCO é GENTE DA TERRA.





VÍDEO - FILMES INESQUECÍVEIS


E o Vento Levou, Ben Hur, Luzes da Ribalta, Titanic, Ghost, Dio Come Te Amo, A Vida de Cristo, Dr. Jivago, Nove Semanas e Meia de Amor, Carlitos, O Gordo e o Magro, O Pagador de Promessa, tantos outros filmes extraordinários, nacionais ou internacionais, que permanecem ainda vivos em nossa memória.

Quantas lágrimas, quantos sorrisos, quantos suspenses, quantas emoções.

Filmes de qualidade, de enredo, de músicas apaixonantes, de grandes artistas.

Saudosismo, em parte sim, porém em pequenas doses, porque nos lembramos não só dos filmes, mas das nossas companhias, dos próprios cinemas que desaparecem com o tempo. Em Lavras, tivemos o Cine Municipal, que funcionava na Rua Sant'Ana, num prédio que era uma réplica do Teatro Scala de Milão. Tão bonito quanto. Aliás, diga-se de passagem, grandes encenações teatrais aconteceram ali. A Ópera Aida, de Verdi, foi a escolhida para inauguração daquele. O Teatro Municipal era lindo, composto pelo salão principal, palco, sobre o qual ficava a tela, camarotes, frisas e geral. O Cine Ipê, na Avenida Pedro Salles, lá na Zona Norte. Mais tarde, edificaram o Cine Brasil, localizado no centro da cidade e, o Cine Rio Grande, na Rua Chagas Dória. Recentemente, tivemos o reaparecimento do cinema no Lavrashopping.

A Sétima Arte, denominação dada ao cinema por Canudo, foi inventada no final do século XIX e teve seu reconhecimento como arte no século XX.

No início, o cinema era mudo. Havia, porém, sempre um piano ou uma orquestra para acompanhar o desenrolar do filme. Depois, não prescindiu mais da palavra. Os filmes 35 e 16 mm evoluíram magistralmente. Para os franceses a invenção do cinema coube a Louis e Auguste Lumiére e para os americanos a Edson.

Lembramos com saudade do José do Nascimento, Zito Párraga, José Murad, Horácio, Ari, Otávio, Júlio e Manoel Torguetti, Áureo Ruffini e tantos outros proprietários e funcionários daqueles que propiciavam aos freqüentadores, momentos de prazer, de alegria.

Quando criança ficávamos a esperar as matinês de sábados e domingos. Adolescentes, os filmes de amor. Depois, adultos, selecionávamos os filmes que desejávamos assistir.

Lembramos da música "O Guarani" executada ao apagar das luzes indo até o iniciar da sessão cinematográfica. Das balas e pipocas que eram degustadas durante o filme. O silêncio e o respeito dos espectadores ao assistir o filme. Era gente de todas as idades e de diferentes classes sociais.

No início, os filmes chegavam a Lavras por via férrea. Tatá, Sinésio e outros carroceiros os transportavam até os cinemas. Depois através de ônibus, carros.

Com o desenvolvimento da televisão e o aparecimento do vídeo, houve uma sensível queda do cinema no Brasil e no exterior. Hoje em dia, o cinema está praticamente restrito aos shoppings.

Na verdade, assistir a um filme, no cinema, em uma tela grande, com som estéreo é bem melhor do que assisti-lo em uma TV, no vídeo, mas como quase ninguém tem tempo para nada, ou mesmo, por comodidade, o jeito é ver no vídeo.

Dentre todos os filmes, o mais lindo, o mais emocionante, é o filme da nossa vida. Como é bom assisti-lo. Nele vamos relembrar toda nossa caminhada, todas nossas lutas, todos os momentos de tristeza, todos os momentos de alegria, sucessos, insucessos, vitórias, fracassos, amores, desamores. É um filme colorido e, às vezes, preto e branco.

Como gravamos as cenas de nossa vida na memória, as fitas gravam os filmes e acontecimentos que marcam nossa vida. Se antes tínhamos que esperar a reapresentação de um filme que nos emocionou, hoje, podemos vê-lo, quantas vezes desejarmos. Basta locar uma fita ou adquiri-la.

Falando em cinema, filmes, vídeo, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, um expert do ramo cinematográfico que, com seu conhecimento e maneira simples de ser, tem atendido a população lavrense em sua locadora de vídeo, sugerindo aos locatários os melhores filmes e falando a todos sobre a Sétima Arte.

É o COMERCIANTE JOÃO BATISTA CARVALHO, filho de Edson Carvalho da Silva (saudoso Edinho da Oficina Santo Antônio) e de Rosa de Lima Carvalho, nascido em Lavras, em 11/07/58.

Sua infância foi como a de qualquer outro garoto. Brincava de pique, corria, nadava, soltava pipa, jogava futebol, sempre descalço, pegava passarinho, tudo sempre ao lado de um grande número de amigos: Chiquinho Garçom, Gambá goleiro, Joãozinho cantor, outros. Desde cedo passou a interessar-se por cinema.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau, na Escola Estadual Álvaro Botelho, as quatro últimas no Instituto Gammon. Dessa época lembra com saudade de seus professores e dentre eles, de D. Yonne.

Em 05/10/1991 casou-se com a modelista Alice Maria de Carvalho (Trel Confecções), com quem tem três filhas: Poliana de Carvalho, Helena Maria Carvalho e Ana Beatriz Carvalho.

Filho de uma modesta família, desde cedo nosso personagem começou a trabalhar em vários estabelecimentos como: balconista na Casa Agro Comercial (1975), trabalhou com seu pai na Oficina Santo Antônio (almoxarife), período esse que recorda com grande carinho. Em 1977 passou a trabalhar na ESAL como servente e apontador de obras até 1981. Depois passou a trabalhar como recepcionista no Hotel Alvorada e a partir de 1989 tornou-se gerente do Hotel e do Restaurante. Um fato curioso aconteceu quando por lá trabalhava. Em agosto de 1985 o Cine Brasil estava para fechar suas portas e para que isso não acontecesse, nosso personagem, por indicação de inúmeras pessoas, foi chamado para tentar reerguê-lo e lá permaneceu por aproximadamente um ano. Nesse período, por inúmeras vezes, foi pessoalmente até a distribuidoras de filmes, sediada em nossa Capital Mineira para buscar filmes que seriam passados no cinema. Trouxe para nossas telas filmes do porte de: La Traviata, O Ébrio, Cidadão Kayne, Cabeças Cortadas (Glauber Rocha), O Amigo Americano, Sacco e Vanzetti, entre outros.

De 1977 a 1996, assistiu a todos os filmes que passou nos cinemas de Lavras. Tem como ator preferido Marlon Brando e como atriz Ingrid Bergman, da qual assistiu a todos os seus filmes, é apaixonado por Sonata de Outono. João lembra com saudosismo de um episódio que ocorreu com ele quando foi assistir a esse filme: para que o filme pudesse ser passado no cinema, ele e mais duas pessoas compraram 10 ingressos para que pudesse dar o quorum necessário para que fosse exibido.

Apaixonado e profundo conhecedor de cinema, não gosta de citar um único filme como sendo seu preferido, pois entende ser "injusto" citar um e deixar tantos outros de fora, mas cita com intensa emoção os filmes Mazelas da Vida, Laranja Mecânica, Aurora Limite, Último Tango em Paris e todos os filmes do mestre Charles Chaplin. É fã incondicional do músico Cat Stevens e do grupo Fletwood Mac, de Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Taiguara, Agnaldo Timóteo e Evaldo Braga.

Em outubro de 1994 fez de sua paixão uma profissão. Montou sua locadora que hoje em dia encontra-se localizada na Rua Barão do Rio Branco. Seu sonho era resgatar e oferecer ao público em geral e também às escolas de nossa cidade pérolas do cinema e filmes clássicos. Segundo ele, realizou um ideal de vida, já que ali acaba tornando-se um ponto de encontro de intelectuais. Possui alguns freqüentadores ilustres como: Dr. Fráguas, professora D. Yonne, Vicente Gualberto (UFLA), Geraldo Henrique (EPAMIG), universitários, com quem passa um bom tempo conversando sobre esporte (é grande fã de Ayrton Senna), guerras, assuntos variados e, lógico, filmes.

Além do cinema, nosso personagem é um profundo colecionador de livros e filmes pessoais. Possui mais de 10.000 peças em sua coleção. É extremamente caseiro e adora curtir suas filhas, além, é claro, de assistir a um bom filme em seu video-cassete.

É um exímio degustador, porém, como um bom mineiro tem como prato predileto frango com quiabo. Segundo o próprio, é extremamente paciente e, por hábito, costuma chegar sempre atrasado em seus compromissos.

Os freqüentadores de sua loja se deliciam com seus conhecimentos e suas explanações sobre cinema e cultura geral.

Certa vez, sua risada serviu de vinheta para o programa "Amanhecer do Sertão", da Radio Rio Grande FM, e, numa apresentação circence, o palhaço, ouvindo sua risada, passou a dar gargalhada da mesma.

Nosso personagem é um homem do povo e como tal vive como um cidadão comum.

O COMERCIANTE JOÃO BATISTA CARVALHO é GENTE DA TERRA.





FOLIA DE REIS

Mais uma vez tivemos a oportunidade de assistir às comemorações do Dia de Reis. Apreciar a beleza dos cânticos e admirar as cenas coreográficas das Embaixadas ou Folias de Reis nas ruas de Lavras. Foi extraordinário. Lembramos nossos pais e amantes desse evento.

Como sempre, no período em que se comemora o Dia de Reis, ecoam por toda a cidade acordes vocais e instrumentais dos componentes daquelas, motivando o povo a parar, apreciar e participar daquele momento.

O interessante da apresentação da Folia de Reis é que quando esta visita uma casa, um grande número de pessoas se agrupa ao redor para apreciá-la.


Para muitos, ser visitado por uma folia é uma graça.

Dificilmente se extinguirá da memória do povo este sentimento arraigado na religiosidade.

A Folia de Reis, dentre tantas manifestações folclóricas, é uma que se destaca em nossa região. Começa na noite de 24 de dezembro e vai até o Dia de Reis, 06 de janeiro.

Dizem que a Folia teve origem quando os Três Reis Magos, Gaspar, Belchior e Baltazar foram fazer uma visita ao Menino Jesus. Após passar pelo reinado de Herodes, este mandou dois espiões (palhaços) juntos, para trazer-lhe notícias sobre o recém nascido, a fim de exterminá-lo. Não voltaram e seguiram os Reis Magos, com medo de que Herodes mandasse matá-los. Sem recursos, passaram a percorrer as casas, pedindo esmolas.

Existem folias rurais e urbanas. As primeiras são chamadas de Folia de Reis de Caixa e percorrem fazendas e sítios. As urbanas são chamadas de Folia de Reis de Banda ou música e percorrem as ruas das cidades.

Elas são formadas por foliões. O número de participantes é variável. As principais figuras da companhia são: Mestre, Bandeireiro, instrumentistas de cavaquinhos, violões, pistões, pandeiros, percussionistas, palhaços (Bastião e Marungo). Esses últimos cantam e entoam músicas ou versos com seus timbres vocálicos de conformidade com o acontecimento, acompanhados pelos demais figurantes que formam o coro e tocam seus instrumentos. Dançam, fazem brincadeiras, coreografias.

A indumentária dos foliões é colorida e a dos palhaços, de chita estampada e cores vivas. Estes últimos usam máscaras com bigode e barba no rosto para cobri-los, e chapéus de forma cônica na cabeça, levando nas mãos, um bastão ou uma espada de madeira.

A bandeira ou estandarte leva a figura de Deus Menino, dos Três Reis Magos, Fitas, Santinhos, Medalhas. Quando a Folia visita uma casa, alguém dessa segura a bandeira enquanto são entoados os hinos. Após, agradece e faz um donativo.

Juntamente com os marungos adultos há sempre a participação de um marungo mirim, iniciando suas atividades.

A passeata das Folias de Reis tem como finalidade relembrar o nascimento de Cristo, os Três Reis Magos e angariar donativos de casa em casa para, no final, serem destinados a uma igreja. No dia 6 de janeiro é realizada a Festa dos Reis Magos e o encontro de todas as Folias.

Em Lavras temos muitas Companhias, Embaixadas, Folias. A do saudoso Ailton Dialuci, da Família Barbosa (Sargento Gaspar), do Dão, do Simão e Cidinha, do Rubens Evangelista, do Zalém, dos Pimentas (Pedro Corrêa), do Sebastião (Novo Horizonte), do Manoel (Nova Lavras), Luiz Augusto ( Engenho de Serra), Lino (Lavrinhas ).

Nesse tempo de Reis é bom refletir sobre a vida e procurar servir na humildade como fez o Rei dos Reis.

E, refletindo, lembramos DELE, o mais humildes, dos humildes dentre todos os mortais - JESUS - trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, uma pessoa simples que há muitos anos sulca e cultiva a mãe terra produzindo alimentos, e, em época de Reis, se veste de Marungo, exalta o nome do Senhor de casa em casa, numa Folia de Reis, dançando, declamando e cantando mensagens de amor.

É o MARUNGO - JOSÉ MANOEL - ZACARIAS - filho de Antônio Zacarias de Souza e Castorina Antônio de Jesus, nascido em Nepomuceno-MG, em 19/03/1915.

Aos 10 anos mais ou menos veio para a "Fazenda Criminoso", deste município, de propriedade do saudoso Anísio Gaspar, em companhia de seus pais. Descendente de família humilde, muito cedo começou a lida na roça. Estudou só as primeiras letras numa escola da zona rural das Três Barras.

Lembra-se com saudade dos amigos de infância como: Genuíno, Alberico, Antônio Pereira, outros. Das peladas de futebol com bola de meia, das arapucas, dos passarinhos que criava, das idas aos riachos para nadar.

Pessoa simples, devotou-se desde a tenra idade ao cultivo à terra, plantando feijão, arroz, milho, hortaliças, café. Foi sempre um funcionário competente e leal. Trabalhou com os fazendeiros Júlio Sales, Américo Alexandre, Anísio Gaspar, D. Joaninha Modesto.

A maior parte da sua vida foi vivida no local denominado Criminoso e, agora, nas Três Barras.

Em 1930 foi para São João Del Rei servir ao Exército Brasileiro. Seu maior sonho era ser um soldado e estar nas fileiras do glorioso Exército, mas atendendo ao pedido da mãe, retornou para Lavras deixando para trás aquele tão acalentado sonho.

Em 30/10/1941, casou-se com Sebastiana Cândida, com quem teve os filhos: Antônio, Cinira, Feliciana, José Manoel Filho, Ademir, Fátima, Valdete, Marlene e Martha.

Tem cerca de duas dezenas de netos e uma de bisnetos.

Gosta de tocar uma sanfona de oito baixos.

Mãos calejadas pela lida na roça, rosto queimado pelo sol, olhos vivos, corpo esguio, destreza nos movimentos, humildade, recorda de tantas lembranças dos anos que ficaram e marcaram sua presença na Folia de Reis e suas lutas diárias.

Iniciou suas atividades na Folia de Reis, quando ainda tinha seis anos de idade, na Embaixada dos Teófilos, junto com Neca Bastião. Dali para frente nunca mais parou. Todos os anos, juntamente com seus companheiros se apresenta a caráter para as solenidades. Este ano participou da Embaixada dos Pimentas (Neném Corrêa), como Marungo.

Sua maior alegria é, anualmente, esperar chegar a data comemorativa para vestir a roupa e participar como Marungo. Nesse tempo, o seu tempo é dedicado única e exclusivamente para o Rei dos Reis.
Zacarias é o Marungo mais antigo das embaixadas de Lavras. No auge dos seus 87 anos de vida, ainda dança como um menino. Voz agradável, passos cadenciados, bastão na mão, jogo de cintura, junto com seus companheiros dá uma demonstração religiosa e canta em louvor ao Senhor.

Quem não conhece de perto as embaixadas dificilmente saberá quem está por debaixo daquelas máscaras de Marungo, dançando e declamando lindos versos religiosos acompanhado pelo coral.

Nosso personagem é um desses encobertos pela máscara temporária no tempo que se comemora o Dia de Reis. Passa despercebido, mas leva a todos a sua fé, o seu louvor ao nosso Criador.

Este ano chamou-nos a atenção a organização, as indumentárias, a missa campal defronte à Matriz com a presença das Embaixadas, as apresentações nas casas, a coreografia, os versos, os cantos, a afinação, o encerramento na Igreja São Sebastião, com a entrega dos donativos. Nossos cumprimentos a todos os capitães e a todos os integrantes das Folias de Reis de Lavras.

Atualmente, Zacarias mora no seu sítio, nas Três Barras, nesse município de Lavras, em companhia das filhas, Felícia, Marlene e dos netos. Ressalte-se. Ainda cultiva a terra, no local chamado Barro Preto e se delicia com a vida maravilhosa do campo.

Para nosso homenageado trouxemos pequenos refrões das músicas cantadas:

"Dai uma esmola pra bandeira aia meu Deus..."

"Do céu caiu uma flor sem talo e sem espinho.
Seu moço dono da casa recebe minha bandeira
Com carinho e com amor".

O MARUNGO - JOSÉ MANOEL – ZACARIAS - é GENTE DA TERRA.





BANCÁRIO

A palavra bancário vem de banco e, este, do italiano, porquanto a atividade bancária é proveniente dos romanos, mais precisamente, da mesa na qual os cambistas faziam suas operações de pagamento, recebimento, empréstimo, enfim, operações monetárias. A expressão bancarrota conhecida por muitos é daquela época e deriva da má administração, ou seja, quando não se negociava bem, era comum quebrar a mesa.

Os bancos, instituições financeiras que negociam com dinheiro, existem em todo o mundo. A moeda de equivalência geral é a mola mestra destes e da humanidade existindo desde a Antigüidade, quando desapareceu a troca direta de uma mercadoria por outra. Ela pode ser de ouro, de prata, de outro metal, de papel moeda e mede o valor da mercadoria. Era e é muito mais prático negociar com moedas do que com mercadorias.

Os primeiros bancos que surgiram foram o de Veneza, fundado na Itália, e o da Inglaterra. No nosso país foi o Banco do Brasil.

À medida que a humanidade vem desenvolvendo suas atividades em busca de necessidades são criadas novas opções para o setor monetário. Cédulas, cheques, notas promissórias, cartão de crédito, letras de cambio, ações.

Os bancários ainda são os responsáveis direto pelas operações mercantis, outras.

Pelos bancários passam dezenas de milhares, milhões de reais diariamente. Manipulam tanto dinheiro que não seriam capazes de avaliar o quanto circulou durante sua vida de prestação de serviço naquele estabelecimento de crédito.

O dinheiro entra e sai com tanta rapidez que constatamos mais uma vez que não somos donos de nada. Somos apenas administradores temporários dos bens terrenos.

Lembramos, não faz muito tempo, os bancos eram recheados de funcionários (bancários), trajando camisa branca e gravata. Quantos e quantos lavrenses foram tentar a sorte fora, trabalhando em São Paulo, Belo Horizonte, Rio e que no final de semana vinham visitar suas famílias. Nas sextas e aos domingos, a Rodoviária ficava coalhada desses. Hoje, o número diminuiu consideravelmente dando lugar às máquinas, embora a quantidade de bancos tenha aumentado. Os depósitos, as retiradas, os pagamentos, consultas de saldo, extratos, antes feitos junto aos bancários, hoje, são executados por máquinas localizadas à entrada das sedes daquelas instituições.

Muitos bancários começaram como contínuos e chegaram aos postos de contadores, gerentes, diretores de bancos pelo desempenho extraordinário nas funções, capacidade profissional, obstinação, determinação.

É gratificante falar do homem, de sua profissão, de seu sucesso, de sua vida. Temos em Lavras um grande número de bancários vencedores.

Falando em banco, em dinheiro, em bancários, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, um bancário que começou como funcionário comum e chegou à gerência do Banco de Minas Gerais, pela sua capacidade, maneira simples de ser e atendimento nota dez aos clientes, a população.

É o BANCÁRIO JOSÉ EVARISTO GUERRA - ZÉ GUERRA - filho de Evaristo Gomes Guerra e D. Maria Goulart Guerra, nascido em Lavras, em 08/08/1922.

O dia do nascimento de nosso personagem foi uma festa só, na Rua do Cônego, pois chegava aquele nobre lavrense. Na pia batismal era o Evaristo, mas para os íntimos era o Zé. Quando contava com dois meses, a família mudou-se para a antiga Rua da Fábrica, 43, hoje, Avenida Vaz Monteiro, onde permaneceu até 1988. Naquela casa foram criados: Orlando, Silvia, Nica, Lucy, Elvira, Neida e Zé, chefiados pela D. Maria e Evaristo.

Com o tempo foram chegando à vizinhança as famílias: Penoni, Siervuli, Caetano, Abreu, Spuri, Ferreira e tantas outras. Saudade, mais saudade daquele tempo.

Zé Guerra ainda se lembra da porteira existente entre o antigo Cine Ipê e a Casa Bianchini, onde brincou, jogou bola, soltou pipa, quando tudo ainda era muito deserto, contando apenas com duas ou três casas.

Aos sete anos foi estudar na Escola dos Padres, tendo como professora D. Conceição Goulart, uma pessoa encantadora que o impressionou pela cultura e pelo perfume que usava. Fez ali o 1º e 2º primário, passando, em seguida, para o Grupo Escolar Firmino Costa, tendo como professora D. Helena Carvalho e os colegas e amigos: Luiz e Elcídio Grandi, Yolanda, Zazá, Tita, Laila Cherem, Paulinho Caetano, Vicente Martins, Mimi Costa, Constança Terra. Terminado o 3º ano foi ser aluno de D. Meirinha Botelho no 4º ano ficando até 1934 e transferindo-se logo em seguida para o Grupo Álvaro Botelho, onde fez parte da primeira turma formada naquela escola. Ali foi aluno da professora Laura Carvalho e da sua irmã Maria Geralda Guerra, sendo o primeiro aluno da classe.

Terminado o primário foi para o Instituto Gammon, onde fez o curso de Guarda Livros (Contabilidade).

Formado, foi para a cidade de Três Rios ser bancário, permanecendo lá por dois anos. Retornou a Lavras para trabalhar no Banco de Minas Gerais, onde permaneceu até abril de 1944, pois fora convocado para a guerra. Fez o curso de Sargento em São João Del Rei, preparando-se para a FEB. Diante das dificuldades de acomodação naquela cidade, fundou o célebre Consulado de Lavras, para abrigá-lo, bem, como os companheiros, Geraldo Faria, Davi Pinheiro, Guri, Zé Pedro, Zezé Português, Nadinho, Onadir, Guido de Abreu, Manezinho, Jonas. Ficaram lá até o final da Guerra.

De volta a Lavras, retornou ao Banco de Minas Gerais onde os companheiros Antônio Coimbra, Geraldo Clemente, Alcides Penoni, Raul, Belkis, Caio Silva (grande tenor), Toninho Marani, Vergílio Cocaza o aguardavam com saudade. Permaneceu por mais algum tempo em Lavras e logo foi promovido para Nepomuceno. Nessa cidade angariou uma legião de amigos. Dé Rodrigues, Zé Floriano, Nassife, Dr. Rubens, Milton Dimas, Odair, Miguel Jorge, Carneirinho, Dr. Juca, Padre Valdemar, Nelson, Lázaro e todos os companheiros do time de futebol que ganhou o campeonato naquele ano e tantos outros que hoje são lembrados com saudade pois foram os responsáveis pelo amor que dedica àquela cidade que sempre foi embelezada por lindas meninas. Depois de Lavras, Nepomuceno é a 2ª cidade do seu coração.

Em três de dezembro de 1951, casou-se com D. Lídia de Souza e desse casamento tiveram os filhos: Luiz Fernando, Evaristo, Maria Cristina e Rui.

De Nepomuceno passou por Boa Esperança, São Vicente de Minas, Itumirim. Mais uma vez foi convidado pela diretoria do Banco de Minas para ocupar o cargo de contador em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Nessa cidade, depois de um semestre como contador, foi promovido a gerente. Nessa época a agência estava em penúltimo lugar na classificação do Banco. Assumiu a gerência em 7 de julho de 1956 e no final do semestre ela foi classificada em 2º lugar, graças ao seu trabalho e liderança. Em homenagem ao grande feito foi homenageado pelo diretor do banco Dr. Flávio P. Guimarães, concedendo-lhe o Título de Gerente do Ano.

Em Nova Iguaçu participou da fundação do Lions Club, da Loja Maçônica Deodoro da Fonseca II, da construção do prédio da Loja Mestre Hiram. É maçon grau 30. É membro honorário da Loja Maçônica Deus e Caridade VII, Benemérito da Loja Deodoro da Fonseca II e da Loja Mestre Hiram, de Nova Iguaçu.

Pela liderança e extraordinário serviço que prestou àquela cidade, recebeu o Título de Cidadão Iguaçuano, tendo como companheiro de adoção o grande e inesquecível ator Procópio Ferreira.

Recebeu ainda homenagem da Câmara Municipal de Sete Lagoas pelos relevantes serviços prestados àquela cidade.

Manteve correspondência por muitos anos com o empresário de renome Arthur Antônio Sendas e com o ator Procópio Ferreira, dos quais, ainda guarda com carinho algumas missivas.

Hoje, viúvo, sua esposa D. Lídia faleceu em 13/10/1991, vive a vida como Deus quer, ao lado dos grandes amigos lavrenses e admiradores.

De 1964 para cá é um radioamador. Modula sempre e em todos os lugares com os macanudos e fala com satisfação de ter-se comunicado três vezes por dia com os saudosos colegas PY 4 RF, Rodartino Rodarte e PY 4 OC - Vavá. Enaltece o grande serviço que aqueles prestaram à comunidade lavrense através do rádio. Basta lembrar que telefonar naquela época era um ato de bravura, dada a dificuldade.

Em 1988 voltou para Lavras, e mora atualmente, numa casa no bairro Jardim Glória, na avenida principal que leva o nome de seu pai: Avenida Evaristo Gomes Guerra.

José Guerra gosta de ir à Praça Dr. Augusto Silva, curtir a fresca, ouvir os pássaros, conversar com os amigos e freqüentar outros lugares aprazíveis de Lavras, para matar a saudade de um tempo que ficou.

Para você, José Guerra, o nosso pensamento.

"Lembrança, seu nome é saudade".

O BANCÁRIO JOSÉ EVARISTO GUERRA - ZÉ GUERRA é GENTE DA TERRA.





IDEAL


Todos nós temos e lutamos por ideais na vida. Vivemos em busca deles. Realizá-los é uma conquista pessoal que harmoniza e sintoniza nosso ser e com isso sentimos a felicidade dentro de nós a cada momento. Descrever a satisfação da realização de cada ideal atingido é impossível, pois cada um de nós tem suas emoções e manifestações. O importante é que todos nós vivemos momentos mágicos na realização deles, seja no nascimento de um filho, na compra da casa própria, numa formatura, na aprovação de um concurso, de uma conquista comunitária, de uma ajuda a quem necessita sem esperar recompensa, dando de si pela alegria de ver estampada a felicidade no rosto de alguém, pelo amor que dedicamos ao nosso próximo.

Como passageiros dessa vida sabemos que precisamos ter ideais a alcançar no sentido de equilibrar nosso íntimo dotado de virtudes, defeitos e fraquezas. Nossos caminhos são desconhecidos, misteriosos, longos, difíceis, às vezes, com situações amargas, de sofrimento, e nada melhor do que tirar proveito deles para curtir a saúde, a paz, a felicidade desse mundo maravilhoso.

Para se conseguir ideais é preciso perseverar, ter obstinação, determinação. Nada se consegue sem trabalho, sem luta, sem vontade de vencer. Tudo depende de nós. Somente nós podemos conseguir o que almejamos, seja a nível familiar, seja a nível comunitário.

Assistindo aos noticiários na TV, ouvindo rádio, lendo jornais, revistas, vivendo o dia-a-dia, sentimos na pele que estamos atravessando momentos difíceis. Como agora, outrora, nossos antepassados viveram outros iguais ou piores do que esses. Venceram. Venceram porque sonharam, buscaram um ideal, fizeram alguma coisa útil para que pudéssemos sorrir e sentiram que não viveram em vão.

Em cada canto, em cada lar, em cada estado, em cada país está o homem na busca de seus ideais.

Meditemos nesse momento sobre nossos ideais e nesta reflexão onde eles estão guardados, para que possamos aproveitar os seus ensinamentos e aplicá-los em nossa vida cotidiana.
Se todos somassem seus esforços em busca dos ideais de um povo, o mundo seria mais feliz. O amor prevaleceria, teríamos mais sorrisos nos rostos das pessoas.

Falando nesse tema, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, um personagem que lutou durante muitos anos pelo ideal de servir a comunidade, com seus projetos na Câmara Municipal de Lavras e no seu comércio.

É o EX-VEREADOR E COMERCIANTE SEBASTIÃO FERREIRA, filho de José Ferreira da Costa e de D. Learquina Alves Ferreira, nascido em Santana do Jacaré-MG, em 04/11/1918.

Nosso personagem chegou a Lavras aos sete anos de idade, em companhia da família, pois, seu pai, carpinteiro, buscava uma cidade maior para trabalhar e oferecer melhores condições de vida aos filhos.

Em Lavras, seus irmãos maiores foram admitidos e passaram a trabalhar na Cia Fabril Mineira, fábrica que constitui um grande orgulho para nossa cidade. Às famílias Monteiro e Dias, responsáveis pela fábrica, geradora de empregos, divulgação do nome de Lavras pelo Brasil afora, o reconhecimento e a gratidão da família Ferreira e do povo de Lavras.

Nosso personagem, ainda com sete anos, iniciou seus estudos na Escola Estadual Firmino Costa, onde teve o privilégio de ser aluno da saudosa professora D. Margarida Coelho. Concluiu o 4º ano, hoje, a última série do primeiro grau, aos doze anos.

Filho de família humilde, ao terminar o grupo, trabalhou no bar do Sr. Heitor Barbosa, na Estação Ferroviária, zona norte da cidade, onde permaneceu por alguns meses. Em seguida, foi trabalhar na Cia Fabril Mineira, onde permaneceu por quatro anos e meio. Foi um período bastante proveitoso pela experiência adquirida.

Aos dezenove anos de idade já fazia parte do time principal de futebol do Fabril, vestindo a camisa sete, como ponta-direita. Os jogos e campeonatos eram disputados com garra. Nesta época, o proprietário da Fabril era o português, Sr. Antônio Vaz Monteiro. Com sua morte, na década de 40, a firma foi vendida para o então Coronel Juventino Dias.

Em 1937, quando nosso personagem deixou a Cia Fabril Mineira, descobriu sua verdadeira vocação: o comércio. Começou vendendo mercadorias que comprava nos sítios vizinhos da cidade. Com vontade de prosperar, abriu um botequim de 3x3m, com um capital de 300 mil réis, juntados com as economias que fizera com sacrifício pela venda de pão, frutas, cigarros.

Fez o Tiro de Guerra em 1939, com a intenção de trabalhar na Rede Mineira de Viação. Fez exames e iniciou o treinamento como conferente. Entretanto, como o botequim prosperava e a paixão pelo negócio era maior, desistiu do emprego na Rede.

Começava aí, uma história de 54 anos de trabalho e dedicação ao comércio. De pães, frutas e cigarros, para tecidos, armarinhos, material de construção. Era então, a firma Irmãos Ferreira Ltda, de sociedade com o irmão Geraldo Ferreira (Lalado).

Em 1946, com 27 anos, casou-se com Geni Freire, com quem teve os filhos: Lúcia, Leila, Luís César, Maria de Fátima, José Marcos e Ivan Ferreira. Tem 10 netos e 1 bisneto.

Homem de negócio, bem sucedido, foi convidado pelo Dr. Sílvio Menicucci, em 1958, a filiar-se ao partido PTB, quando aquele foi candidato a prefeito, colocando-o como presidente de bairro do partido. Dr. Sílvio ganhou a eleição e carregou nosso personagem para seu lado, tendo-o como grande colaborador. Sentindo o prazer da política, em 1962, Sebastião Ferreira se candidatou a vereador, foi eleito, permanecendo como edil por 20 anos consecutivos, numa época em que aqueles não tinham salário e o amor ao povo, à política, às nobres causas comunitárias impulsionavam e falavam mais alto nos seus ideais.

Sebastião Ferreira foi presidente da Câmara Municipal de Lavras por duas vezes e vice por três. Foram períodos de grandes realizações, companheirismo, amizade, alegria. Participou de cinco congressos, representando Lavras de norte a sul, e num desses congressos, em Sete Lagoas, foi aplaudido de pé, inclusive pela Mesa diretora, pois dois de seus requerimentos foram indicados e aceitos. Foi um momento de reconhecimento e satisfação político pessoal.

Vereador de idéias largas, comerciante tradicional, marcou presença com seu trabalho.

A nível comunitário apresentou inúmeros projetos, todos eles voltados para o engrandecimento de Lavras.

Por sua conduta exemplar, como cidadão e como político, recebeu o Título de Cidadão Lavrense. Recebeu ainda o Título de Honra ao Mérito do Rotary Clube de Lavras, pelos 50 anos de comércio; outro do Rotary Lavras Sul, e de outras entidades.

De 1971 a 1973, foi presidente do Clube dos Comerciários e fez parte de sua diretoria desde sua criação até a data do Centenário de Lavras.

Aposentou-se em 1991, como comerciante, com a certeza de que cumpriu seu papel com honestidade, garra, humildade e dedicação.

Foi presidente do PMDB por muitos anos. Atualmente participa da política como delegado desse partido, dedicando depois de sua família, ao que lhe é mais prazeroso: o trabalho para o povo.

Conclama àqueles que detém o poder, àqueles que estão em cargos públicos, que exercem influência, que se esforcem, trabalhem com obstinação para as classes menos favorecidas pela sorte no sentido de que tenham melhores condições de vida, com emprego, moradia, saúde, educação.

Sua personalidade é Jesus Cristo. Religião, aquela em que o ser humano enxerga e crê num Deus que procura como Pai e Salvador de todos, que alivia corações. Gosta da cor azul celeste, de todos os tipos de músicas dançáveis, de ler Humberto de Campos e Francisco Cândido Xavier. Gosta de Lavras, cidade que o acolheu e o tem como filho. Adora dizer: Bom dia! Seja feliz! Lição de vida: trabalho, humildade, persistência.

É morador da zona norte e adora aquela região.

Nosso personagem conseguiu seus ideais na família, nos negócios, na política.

Continua sendo um sonhador e um amante de Lavras.

O EX-VEREADOR E COMERCIANTE SEBASTIÃO FERREIRA é GENTE DA TERRA.




HUMILDADE

Esta palavra encerra em si o que há de mais belo para enlevar o ser humano. É uma virtude que demonstra o sentimento de modéstia, respeito, submissão, simplicidade do homem perante seu semelhante.

Humildade não significa diminuição de um ser diante de outro, pelo contrário, demonstra a sua grandeza.

JESUS CRISTO, o Rei dos Reis, nos deu uma prova de humildade quando lavou os pés de seus discípulos. ELE não precisava praticar aquele ato, mas o fez para mostrar aos homens que a humildade deve ser cultivada nos corações das pessoas.

Pessoas humildes passam calma, tranqüilidade e paz para as outras. São destituídas de apego aos bens materiais. Têm uma outra concepção da vida. Vivem felizes porque se sentem felizes com o que tem, com o que fazem, com o que recebem e dão. A bem da verdade, partindo desse pressuposto, é bem melhor dar do que receber, servir do que ser servido.

SÃO FRANCISCO DE ASSIS também nos deu um exemplo de humildade, quando despojou de todos os seus bens e passou a viver uma vida de pobreza, simplicidade e de serviço ao próximo. Em sua maravilhosa oração vemos retratado o grande valor de sua vida, de sua obra.

Rico, pobre, culto, inculto, bonito, feio, não importa, o que importa é, possuir todas as qualidades que julgamos importantes, mas ser humilde, servir, para, assim, aspirar um lugar no coração das pessoas e um especial junto do Senhor.

Muitos pensam que por serem afortunados, ostentarem cargos importantes, posição social, fama, nome, são os maiores, os melhores. Ledo engano. MADRE TERESA DE CALCUTÁ, com sua humildade, fazia campanhas e tratava dos pobres; MAHATMA GANDHI lutou pela independência da Índia; Pe. DAMIEN, cidadão belga, viveu nas Ilhas Molokai, situadas nas proximidades do Alasca, cuidava de leprosos; ALBERT SCHWEITZER, teólogo, médico, músico (pianista), considerado o maior intérprete de Bach, dava concertos na Europa, angariando fundos para tratar dos pobres da África, nos hospitais onde trabalhava; IRMÃ DULCE, piedosa, com seu amor, atendia um sem fim de pobres; MADRE PAULINA do Coração Agonizante de Jesus, recentemente canonizada pelo Papa João Paulo como a primeira Santa do Brasil, muito fez para a comunidade brasileira, e tantos outros, foram exemplos de personagens marcantes da sociedade. Jamais se julgaram superiores aos outros. Foram pessoas de prestígio, prestaram enorme serviço à humanidade, tiveram seus nomes escritos em livros, obtiveram reconhecimento, mas sempre foram humildes, porque descobriam valores e serviam ao próximo.

A simplicidade cabe em qualquer lugar. Aliás, deveria ser a tônica dos homens para tornar a sociedade melhor. De nada vale ficar disputando prestígio, poder, riqueza. Tudo acaba e, como sabemos, na vida tudo é passageiro. A água corre, o vento sopra, as nuvens voam, o dia chega, a noite vai, uns descem, outros sobem, entra ano, sai ano, o tempo passa e a vida continua com a permuta de personagens.


No dia-a-dia a humildade faz a diferença entre as pessoas.

Ser humilde significa: cultivar a simplicidade, o respeito, a modéstia.

Sejamos humildes e agradaremos aos nossos pares e a Deus.

Falando em humildade, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, um personagem que, através de sua simplicidade, presta relevante serviço à comunidade espírita e lavrense com seu trabalho anônimo na coleta da Campanha do Quilo.

É o OBREIRO JOSÉ MARTINIANO NETO, filho de José Evaristo de Andrade e D. Ricardina Anna Garcia, nascido em Cana Verde-MG, em 20/07/1935.

Órfão de pai aos oito meses de idade, teve uma infância abençoada porque nascera sadio, um presente que recebera de Deus. Como vivia na zona rural, na casa de um irmão que acolhera a família, brincava com boizinho de sabugo, carrinho de caco de cuia, vaquinha de abóbora; pegava passarinho, curtia o lugar bucólico.

Aos treze anos foi morar com um casal de tios, numa fazenda de porte médio. Ali tirava leite, fazia queijo; foi carreiro, roçava pasto, arava terra. Com o segundo casamento de sua mãe deixaram a roça e mudaram para a cidade de Campo Belo-MG, lá encontrando outros costumes, outros tipos de trabalho. Trabalhou um certo tempo na prefeitura daquela cidade e logo foi prestar seu labor à Cerâmica São Judas Tadeu.

Naquela cidade conheceu o Sr. Chico Pedroso, deficiente visual e que vivia dos donativos que recebia em suas andanças pela cidade, guiado por um menino. Certa vez o guia ficou doente e nosso personagem passou a guiar aquele senhor por dois sábados seguidos. Na época não deu muita importância ao fato, mas passado algum tempo fez uma reflexão e viu que aquele gesto acabou com o restinho de orgulho que ainda possuía.

Em 1954, acometido de uma doença renal foi aconselhado a ir para São Paulo fazer um tratamento. Submeteu-se a uma intervenção cirúrgica e teve estirpado o seu rim direito. Pela fé e pelo tratamento despendido, recuperou-se rapidamente e retornou para Minas Gerais.

Mais uma vez quis o destino que retornasse para a roça. Foi morar com a família no local denominado Murembá, na época, município de Perdões. Embora não alfabetizado, notou a ausência de uma escola naquele lugar. José Martiniano procurou o prefeito de Perdões, relatou que as crianças não estudavam por falta de uma escola, ou, então, tinham que se deslocar a grandes distâncias para assim o fazer. Colocaram muitas dificuldades. Nosso personagem persistia e insistia com todos e principalmente com os pais daquelas crianças para a edificação de uma escola naquele lugar. Finalmente, seu cunhado doou um terreno e ele assumiu a responsabilidade de construí-la. Suas paredes foram feitas de adobes, tudo muito simples, mas com muito amor. É a ESCOLA RURAL CAMINHO DA LUZ. Plantou ali, a boa semente para que as crianças fossem alfabetizadas (1955). 85 crianças foram matriculadas. Para ensiná-las foi nomeada uma professora muito competente. À noite, nosso personagem, que fora alfabetizado já maduro, lecionava para os adultos. A felicidade passou ali a morar. Ficou naquele povoado por dez anos. Foi um tempo de muita luta, muito trabalho, mas também de grandes alegrias e pôde fazer grandes, sólidas e duradouras amizades.

Em 1965, mais uma vez quis o destino que aquela família se mudasse. Vieram para Lavras. Aqui, nosso personagem foi prestar seus serviços na Metalúrgica Matarazzo S/A. Permaneceu naquela indústria por longos 15 anos. Admirava o local de trabalho. Sentia naquele lugar a alegria de trabalhar em família. Dirigentes e dirigidos falavam a mesma língua. Tem muita saudade daquele tempo. Por desenvolver com capacidade e devoção suas atividades, fôra homenageado no dia 1º de maio de 1974, como Operário Padrão, com uma Medalha de Honra ao Mérito, juntamente com outros funcionários de outras empresas. Trabalhou ainda seis anos na Mangels Minas Industrial S/A, em Três Corações-MG, e 14 anos completos na Bobinadora Lavrense, onde se aposentou.
Recebeu pelos relevantes serviços prestados à comunidade lavrense, em 08/11/1980, o Título de Cidadão Lavrense, da Câmara Municipal de Lavras.

Nosso personagem casou-se em 05/09/70, com Maria Zélia Ferreira, mulher escolhida para ser seu braço direito e companheira por toda a vida. A filha Ricardina Zélia Martiniano é fruto desse amor e motivação de múltiplas conquistas.

Desde 1972, José Martiniano é voluntário dedicado à Campanha do Quilo. Aos domingos sai em companhia de outros para receber donativos. Considera esse trabalho o seu Natal permanente. Adora ver o lado bom das pessoas. Ama a vida e diz que dentre todas as pessoas felizes do mundo ele se considera uma delas. Encara os problemas com naturalidade e equilíbrio e por isso se sente feliz.

Cita Coelho Neto, que diz: “As religiões são como as linguagens. Cada doutrina envia a Deus, a seu modo, o voto de súplica ou adoração”.

É espírita e fala com sinceridade e convicção: “Encontrei na Doutrina Espírita, um roteiro iluminativo, um marco renovador no meu caminho. O Espiritismo codificado por Allan Kardec é a nossa escola, a nossa oficina, nosso hospital, nosso santuário e também nosso lar. Jesus é nosso mestre, nosso guia, nosso modelo”.

A humildade de nosso personagem está estampada no seu rosto, no seu jeito de ser, no seu jeito de falar e agir, no seu modo de servir.

Como já tivemos a oportunidade de dizer, a comunidade é constituída por todos os tipos de pessoas, cada qual desenvolvendo suas aptidões para desenvolvê-la. Os anônimos são tão importantes quanto os nominados.

O OBREIRO JOSÉ MARTINIANO NETO é GENTE DA TERRA.




FASHION

É fascinante o mundo da moda.

Ele movimenta pessoas em todo o universo e faz girar milhões e milhões de dólares, atendendo a vaidade do ser humano.

As modas primavera-verão, outono-inverno, requisitam tons e cores típicas de cada estação.

A tendência da temporada da moda primavera-verão é de peças leves, finas, transparentes, para dar um toque moderno no visual da pessoa.

Já no outono-inverno, os tons pesados, quentes, com couros, lãs, tricôs, contrastam com as peças leves, fortalecem, agasalham e embelezam o corpo.

Sem querer estamos dando um delicioso mergulho no universo das roupas a combinar com as pessoas no sentido da auto-estima ao trajar uma bonita indumentária.

Para chamar a atenção, no início da temporada as grifes fazem desfiles e mostram nas passarelas, a moda de acordo com os fatos que influenciam no modo de vestir naquela estação.

Há combinação de cores, requinte e glamour, nas roupas que fazem sucesso no verão e no inverno. Os modelos vestem e desfilam mostrando charme e beleza.

Não há obrigatoriedade em despender quantias elevadas para adquirir roupas bonitas. Basta ter bom gosto, pois a beleza está na simplicidade.

Como não poderia deixar de ser, para falar de um costureiro da alta costura, usamos a palavra fashion, ditada nos grandes centros. A moda é realmente cativante e embriagadora.

Mulheres e homens vestem roupas que os tornam verdadeiros manequins. Bem vestidos, adornados, maquiados, com andar elegante, chamam a atenção, são admirados, desejados.

Todos nós gostamos de ver e andar na moda. É chic, no popular.

Jeans, tricoline, linho, tricô, lã, lycra, seda, couro, tecidos sintéticos, permitem uma perfeita combinação na confecção das roupas utilizadas por crianças, jovens, adultos e idosos.

Agora, selecionadas as peças que vamos vestir, que tal um passeio charmoso na cidade, pelas ruas, avenidas, praças, jardins, shopping; ou visitar uma igreja, ir a uma festa, a um clube, verdadeiras passarelas naturais onde desfilamos diariamente?

Bom proveito.

Falando em fashion, moda masculina ou feminina, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, um costureiro da alta costura, que durante muitos anos, através de seu trabalho, ditou a moda em Lavras, em Minas e no Brasil, confeccionando roupas para juízes, políticos, ministros, doutores, professores, comerciantes, alunos da Ufla, homens do povo, propalando o nome de nossa cidade.

É o EMPRESÁRIO E COSTUREIRO RAJÁ FERREIRA DA SILVA, filho de Luiz Maciel e Diolina Augusta da Silva, nascido em Formiga-MG, em 25/10/1936.

Viveu a infância e juventude em sua cidade natal. Brincou como toda criança, sentiu e viveu os arroubos da juventude.

Estudou as primeiras séries em uma escola estadual de Formiga.

Filho de gente humilde iniciou sua vida laboriosa aos cinco anos de idade, aprendendo o ofício de alfaiate com seu tio Batista, em Arcos.

Em 1957 mudou-se para Lavras, onde instalou sua alfaiataria na Rua Cincinato de Pádua, num prédio velho, sendo vizinho da sapataria do Sr. Maurício. Posteriormente, o prédio foi demolido.

Conheceu na cidade de Arcos, Águeda Nogueira da Silva com quem namorou, noivou e se casou. Desse casamento tiveram os filhos Dalton (comerciante), Wagner (médico) e Shirley Fátima (engenheira agrônoma).
Em 1965 construiu um prédio na Rua Sant'Ana, e para lá se mudou com a família no segundo plano, e, no primeiro, instalou sua moderna loja especializada em alta costura masculina: a Alfaiataria Imperial.

Em 1967 montou a primeira indústria de confecção em Lavras, denominada Indústria e Comércio Socra's, na Av. Dra. Dâmina Zakhia.

Em 1970 ampliou seu comércio na Rua Sant'Ana, montando uma loja de vestimenta feminina infantil.

Em 1972 montou uma loja especializada em esporte, na mesma Rua Sant'Ana.

Homem empreendedor, em 1975, constituiu a Construtora Imperial, que marcou o início da verticalização da cidade de Lavras, com a construção do Edifício Serra da Bocaina, popularmente denominado “prédio do Rajá”. Saliente-se que o empreendimento foi muito arrojado para a realidade de Lavras, naquela época.

Em razão de sua visão de negócio fez parte de uma equipe de empresários, a convite do governador de Minas Gerais, indo aos Estados Unidos da América, representando o empresariado da construção civil, no Congresso Mundial da Habitação.

Em 1984 mudou-se para Belo Horizonte, onde trabalhou na área de projeto e consultoria de produção industrial de vestimenta, prestando serviço às empresas de destaque no Estado de Minas e no País, tais como: Red Point, Vide Bula, Sputinik e Divina Decadência.

Exerceu ainda o Magistério na área de Produção de Vestimenta, no curso de Ensino e Modelagem da Universidade Federal de Minas Gerais.

Rajá sempre se mostrou um homem preocupado com o bem-estar do próximo, com a justiça social e com o progresso da cidade. Por isso não mediu esforços participando de várias diretorias e entidades, dando sua contribuição pessoal ao desenvolvimento de Lavras.

Já dissemos no preâmbulo de nosso artigo, mas nunca é demais dizer que nosso personagem recebia em sua Loja Imperial, governadores, ministros, prefeitos da região, vereadores, professores e alunos da ESAL, hoje Ufla, cidadãos comuns, não se esquecendo das figuras típicas daquela época, como o Kennedy, Pé, Berucha, Tango, Mudinho, Aninha e tantos outros.

Rajá sempre tinha uma palavra de conforto e incentivo às pessoas. Enaltecia a dignidade humana acima de tudo e com este procedimento legou a seus filhos uma lição de vida.

Nosso personagem foi sempre um praticante e um amante do futebol. Jogou no time da Associação Olímpica de Lavras, foi seu presidente; fundou, juntamente com outros, o time dos veteranos daquela agremiação, que até hoje propicia horas de lazer e prazer aos antigos jogadores tricolores.

Durante sua vida recebeu inúmeras condecorações pela sua liderança e espírito progressista:

-Em 1968 foi homenageado especial do 5º Campeonato Estadual Universitário, realizado pela Federação Universitária de Esportes, por ocasião do 1º Centenário de Lavras.

-No mesmo ano recebeu o Diploma de Reconhecimento ao apoio por serviços prestados à Liga Esportiva de Lavras, e em 1986, o Diploma de Gratidão da Associação Olímpica de Lavras, em reconhecimento ao seu amor, trabalho e dedicação ao esporte de Lavras.

-Em 1973 recebeu o Título de Cidadão Lavrense.

-Em 1974 recebeu da Tribuna de Lavras, o Diploma de Destaque, por benefícios prestados à sociedade lavrense.

-Em 1977 recebeu o Diploma de Honra ao Mérito e de destaque como Lavrense Personalíssimo, pela sua real e importante atuação na comunidade de Lavras.

-Em 1978 recebeu do Centro de Estudos de Ciências Jurídicas e Sociais do Brasil, a condecoração de Comendador, no dia 17 de março, em São Paulo, reconhecendo seus dotes culturais, méritos profissionais de Honra e Amor à Humanidade.

Depois de muito trabalho e muitas lutas retornou para Lavras, deixando em Belo Horizonte uma paixão muito especial chamada Raiara, sua filhinha de 5 anos.

A grandeza de nosso personagem sempre esteve na sua humildade e simplicidade.

O EMPRESÁRIO E COSTUREIRO RAJÁ FERREIRA DA SILVA é GENTE DA TERRA.





A FORÇA DA UNIÃO

Quando passamos por algum lugar e sentimos uma gota d'água pingar em nós, apenas enxugamos, mas não nos incomodamos. Entretanto, quando cai a chuva formada por bilhões e bilhões de gotículas d'água, vemos o que a força da união é capaz de fazer. Unidas, caídas ao mesmo tempo, elas alimentam os rios, formam os lençóis d'água, irrigam as plantas, lavam a atmosfera, são usadas como água, alimentam a vida.

Assim somos nós, sozinhos temos nossas limitações, mas, unidos, trabalhando em equipe, podemos construir muitas coisas, mudar o mundo. Somos cheios de idéias, sonhos, vontades. Quando encontramos alguém que pensa como nós, passamos a ser dois, três, milhares de pessoas na busca de um mesmo ideal. Podemos ser pequenos, mas, juntos, nos tornamos grandes e fortes. Formamos a unidade.

Diz o ditado, a união faz a força.

Sozinho, o homem jamais poderá construir seu ideal.

Aqueles que acreditam em seus sonhos podem torná-los realidade. É preciso que dêem as mãos, unam suas vontades, seus esforços, façam planos, tenham coragem para vencer desafios e, afinal, o sucesso será alcançado. Agindo com unidade nada pode obstar conquistas e sonhos.

O amor que une os homens de boa vontade é muito mais forte do que qualquer empecilho que os separa.

Sejamos comunitários, valorizemos as pessoas que nos cercam. Precisamos delas como elas de nós. Não sejamos uma ilha.

Vamos dar as mãos, abrir nossos corações porque nascemos para conviver, para numa troca de energia, melhorarmos nossa comunidade, o mundo. Façamos o bem. Vivamos felizes.

Lembramo-nos de uma noite quando falávamos para determinadas pessoas, líderes de nossa comunidade, sobre a força da união, da unidade. Se pegarmos um lápis e fizermos força o quebraremos. Entretanto, se pegarmos uma dúzia ou duas e tentarmos quebrá-los não conseguiremos, pois juntos se tornam um rochedo.

Uma chuva se faz com a união de bilhões de pingos d'água.

Um deserto se faz com a união de bilhões de grãos de areia.

Uma família se faz com a união de um homem, uma mulher, filhos e muito amor.

Falando em união, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, dois irmãos que, através do trabalho exemplar de hotelaria, vêm ao longo dos anos acolhendo, servindo às pessoas e propalando o nome de nossa cidade. São eles:

VILMAR MENDES PEREIRA (MAZINHO) e DENIZAR NAZARENO PEREIRA (ZAZÁ), filhos de Sebastião Thomaz Pereira e Elvira Mendes Pereira, nascidos em Bom Sucesso-MG, em 09/07/37 e 08/09/39, respectivamente.

Filhos de família humilde vieram para Lavras quando crianças. Moraram em várias regiões da cidade. Brincaram pouco, pois muito cedo começaram a trabalhar para ajudar os pais.

Lembram com saudade dos vizinhos, amigos de infância, como Paulo Oliveira Lima, Luiz, Francisco e Constantino Millioreli, Magno, Toninho Barão, Edgar Romaniello e tantos outros.

Os apelidos Mazinho e Zazá foram dados pelos pais.

Mazinho começou a trabalhar como empregado no Bar São Luiz, de propriedade do Zezito, situado nas imediações do antigo Zakhia.

Zazá iniciou seu labor na Casa Verde, do Anísio Antônio, ali na Rua Dr. Francisco Salles.

Depois, juntos, montaram o próprio negócio, o Bar Popular, cuja localização é no antigo Bar do Bosco, pertinho do Camelódromo.

Trabalhando incansavelmente, em 1964, construíram o imóvel para abrigar o Restaurante Popular. Em 1970, pela obstinação, continuaram o empreendimento ao qual se propuseram e, em 1970, inauguraram o Mazza Restaurante Hotel, um sonho acalentado por muitos e muitos anos.

O nome MAZZA foi dado por Ana Maria Pinto, que ganhou o concurso realizado para aquele fim. Ela uniu os dois nomes. MA de Mazinho e ZZa de Zazá.

Guloseimas famosas. Quem não se lembra do famoso "Parmegiana", do "Frango a Molho Pardo", das "Massas Italianas"? Os gastrônomos que o digam. E os encontros dos amigos, os bate-papos? Quanta saudade. Aquelas delícias permitiram aos amigos, às famílias que lá se reuniam, momentos inesquecíveis.

Em 1988, encerraram as atividades do restaurante e passaram a cuidar somente do hotel.

Os dois, como já vimos, começaram uma vida em comum, não só familiar, mas também empresarial. Daí o sucesso do empreendimento.

O Hotel Mazza foi uma conquista que preserva, através dos anos, a amizade, a satisfação pelo bom e respeitável ambiente. Muitos já passaram por lá e muitos haverão de passar para continuar suas caminhadas.

Mas vamos falar agora do Mazinho. Pessoa meio tímida, mas correta, acolhedora e gentil. Foi casado com Maria Elizabete de Castro Pereira, com quem teve três filhos: Patrícia, Soraya e Leandro. Em 1991 perdeu a esposa, mas, em 1994, Deus o abençoou com a neta Bárbara, e, em 1988, com o neto Bruno.

O Zazá, mais extrovertido, falante, é pessoa simples, carismática. É casado com Maria José companheira dessa longa jornada, pai dedicado de duas filhas: Fabiana e Renata e avô de Álvaro.

Os dois empresários sempre acreditaram no desenvolvimento e no progresso de Lavras, por isso investiram aqui. São homens de fé, persistência, coragem. Para eles, o bom não é ser importante, o importante é ser bom.

Com seus negócios sempre geraram emprego. No início, dez, depois, cerca de duas dezenas.

Um fato importante e que não pode passar despercebido é que quando o poder público foi abrir a rua ao lado do hotel, em continuação à Rua Chagas Dória, estes cederam à Prefeitura Municipal de Lavras, uma faixa de terra possibilitando assim a concretização daquele prolongamento.

Pelos relevantes serviços prestados a Lavras, Mazinho e Zazá foram agraciados com o Diploma de Honra ao Mérito oferecido pela Câmara Municipal de Lavras.

Os irmãos são um exemplo de como vencer na vida através da união, do trabalho.

VILMAR MENDES PEREIRA (MAZINHO) e DENIZAR NAZARENO PEREIRA (ZAZÁ) são GENTE DA TERRA.




ITÁLIA - LAVRAS

Vamos fazer uma viagem ao Velho Mundo, mais precisamente à Itália, terra natal de muitos italianos que aqui residem. País de tradições, de uma história rica, de homens famosos, de prédios extraordinários que resistem às intempéries do tempo, de cultura, de arte, de música que servem de modelo ao mundo.

A capital Roma - Cidade Eterna -, do Coliseu, do Foro Romano, da Basílica de S. Paulo, de Santa Maria Maior, da Fonte de Trevi, da Praça de Espanha, do Pantheon, da Praça Navona, da Via Ápia, do Vaticano, da Praça de São Pedro, da Capela Sistina, da Pinacoteca, seguida de muitas outras cidades famosas, como Veneza, cidade construída sobre as águas, Firense, Gênova, Bologna, Torino, Milão, com o Teatro de Milão, Nápoles, da Gruta Azul, do vulcão Vesúvio, elemento importante na paisagem napolitana, Herculano, Pompéia (cidades cobertas pelas cinzas do Vesúvio), Salermo e tantas outras a nos contar uma história milenar de nossos antepassados, suas conquistas, derrotas e glórias.

A Itália é realmente um cenário maravilhoso.

Quem teve o prazer de visitá-la, percorrer suas cidades famosas, degustar suas guloseimas produzidas pela culinária com ingredientes que alimentam, enriquecem, mostram cheiro e sabor deliciosos, seus vinhos, sorvetes, ouvir suas músicas, conhecer sua história, não a esquece jamais.

O carinho do seu povo é indescritível. Fala alto, chora, ri, se emociona a cada momento.

É uma gente franca, sincera, espontânea, com um jeito amigo de viver.

Tem que se render aos encantos da beleza desses lugares e à fidalguia de seu povo.

Falando na Itália, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, um italiano que há muitos anos reside em nossa cidade, tendo aqui constituído sua família e seu negócio, gerando emprego e ajudando Lavras crescer.

É o EMPRESÁRIO CARLO DEL PRETE, filho de Aléssio Del Prete e Raffaela Prota Del Prete, nascido em Morigerati, Itália, em 17/01/1940.

Seu pai era marceneiro, sua mãe uma exímia dona de casa. Tem dois irmãos: Domenico e Clementina, que residem até hoje na Itália.

Sua infância e parte da adolescência foram vividos na cidade natal, ao sul da Itália, localizada a 250 km de Roma. Para chegar lá, percorre-se um trajeto dos mais privilegiados. Passa pelas cidades históricas daquele país, como Nápoles, Pompéia, Herculano, estas duas últimas soterradas pelas lavas do vulcão Vesúvio, mas recuperadas através dos tempos, Salermo, e para se chegar em Morigerati sobe serra acima até chegar àquela cidade acolhedora. Lugar de vista maravilhosa, de gente hospitaleira.

Mar, serra, uma parceria perfeita para se alcançar a paz e a tranqüilidade, para se viver captando o invisível sentimento humano.

Mar e serra, duas paisagens diferentes, mas igualmente bonitas. Do litoral à serra, quem ama a paisagem, a beleza do mar, das serras, sensibiliza-se com Morigerati, lugar do sossego e da tranqüilidade.

Uma cidade à beira mar, na montanha. São poucos minutos a separar Salermo de Morigerat. Após desembarcar do trem, pega-se um carro, começa a subir e a apreciar a atrações daquele trajeto com seu perfil lindo. Estrada contornando a serra até onde a natureza foi generosa e perfeita com aquela gente.

Até os 17 anos, Carlo Del Prete desfrutou das delícias do lugar, quando resolveu, juntamente com seu irmão Domenico, fazer uma longa viagem em busca de um porto seguro. Partiram para o Brasil. Aqui chegando, aportaram em Belo Horizonte, fixando ali residência.

Assim, os dois irmãos começaram a vida profissional na Tyresoles de Belo Horizonte, no ramo de pneus. Após dois anos, Domenico retornou para a Itália e Carlo continuou a trabalhar por 12 anos naquela firma. Em outubro de 1971, Carlo Del Prete resolveu adquirir a filial da Tyresoles de Lavras, localizada na Av. Pedro Sales, defronte ao Instituto Gammon, abaixo do Bar dos Estudantes, filial esta que pertencia à firma onde trabalhava em Belo Horizonte. Mudou-se para Lavras. Foi recebido com muito carinho, sentimento ao qual será eternamente grato.

Em Lavras, morando no próprio estabelecimento que adquirira, foi travando conhecimento com a população, trabalhando e fazendo grandes amigos, como Wannil Daher, Sérgio Mazzochi, Alfeu Alves Pereira, Rajá Ferreira da Silva, outros.

Com o crescimento do negócio, nosso personagem construiu uma nova loja na Av. Comandante Soares Júnior, esquina com o 8º BPMMG. Após alguns anos, resolveu ampliar ainda mais seus negócios. Fechou a primeira loja e montou uma outra de recapagem às margens da BR-265, no antigo restaurante Aquárius, isto porque seus filhos passaram a ajudá-lo na administração dos empreendimentos.

Com suas firmas gera um sem número de empregos.

Mas, Lavras não foi só a cidade que o acolheu para empreender sua vida empresarial. Aqui também conheceu Carmem Silvia Mesquita, filha do empresário Isac Mesquita, e em julho de 1974 casaram-se. Deste casamento nasceram os filhos: Aléssio, Raffaella, Enrico e Stefania.

Radicado em Lavras, jamais esqueceu sua terra natal. Anualmente faz uma viagem àquele país para rever a família e matar a saudade.

Rever aquele lugar localizado no alto da montanha, de imagens inesquecíveis e que agasalha o velho sobrado que conta a história da família Del Prete, é algo indescritível para nosso personagem.

Seus hobbies são: bons carros, ouvir músicas italianas, assistir óperas, viajar.

Adora sua família, seus amigos, Lavras, a Itália.

São 31 anos de Lavras.

Para nosso personagem mentalizamos uma música que toca a sensibilidade de todos: Sole é Mio.

Benvenuto família Del Prete.

O EMPRESÁRIO CARLO DEL PRETE é GENTE DA TERRA.




COMÉRCIO EXTERIOR

Esse título é altamente sugestivo aos profissionais especializados da área, pois importações e exportações controlam a vida econômica de um país mostrando superávits ou déficits em seus balanços comerciais.

As exportações são de vital importância para que um país possa atender às exigências das importações no sentido de alcançar o seu desenvolvimento.

Quando um país exporta mais do que importa é sinal de progresso.

Antigamente, o Brasil exportava quase que somente produtos primários. Hoje, é altamente competitivo, colocando-se no mercado externo com produtos primários e industrializados.

O Brasil desenvolveu através dos tempos sua criatividade e tecnologia fazendo-se presente em muitos países do mundo com seus produtos.

Do café aos aviões.

As feiras internacionais realizadas no Brasil, verdadeiras vitrines, mostram os produtos brasileiros de alta qualidade ao mercado interno e externo.

Com a globalização, os países passaram a ser mais competitivos, e, com isso, a exigência de produtos com qualidade total.

O Brasil com suas grandes riquezas aprimora-se mais e mais em suas exportações para atingir o pleno desenvolvimento.

Mercado, produto interno bruto, câmbio, compõem a trilogia das exportações e importações.

O comércio consiste basicamente em compra e venda de bens e serviços. É através dele que os produtos da agricultura, da indústria, são colocados em circulação, quer interna, como externamente, com o fim lucrativo.

Países industrializados e potentes dificultam, em muito, as atividades exportadoras dos países menos potentes, subsidiando seus produtos internos e impondo barreiras, sobretaxando os produtos daqueles para impedir negociações.

Como vemos, a história do comércio mostra e está ligada ao desenvolvimento dos países.

Falando em história, em comércio, em mercado, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, o historiador, acadêmico, professor e empresário que se destaca no cenário nacional, levando o nome de nossa cidade além fronteiras.

É o PROFESSOR, ACADÊMICO E EMPRESÁRIO ALOÍSIO TEIXEIRA GARCIA, nascido em Lavras-MG, filho de Antônio Teixeira Garcia e Lazarina Garcia.

Seu pai foi farmacêutico, comerciante e antigo Juiz de Paz; sua mãe, do lar.

Viveu sua infância e parte da adolescência em Lavras. Estudou até a 2ª série do segundo grau no Instituto Gammon, residindo naquele local em companhia dos seus saudosos tios, Batista e Mariana Garcia, professores daquela instituição secular de ensino.

Tem dois irmãos - Aroldo, médico, e Arnaldo, agrônomo.

Fez o curso de bacharelado em História na Universidade Federal de Minas Gerais, especializando-se mais tarde em História Econômica.

No Rio de Janeiro realizou diversos cursos de especialização na Fundação Getúlio Vagas, entre os quais: Administração Básica para Executivos, Organização e Métodos, Matemática Financeira e Administração de Recursos Humanos.

Em outras instituições ampliou seus conhecimentos acadêmicos, com cursos nas áreas de Auditoria, Câmbio, Organização de Trading Companies; iniciou e suspendeu seu curso de Direito ao se transferir do Rio de Janeiro para Brasília.

Recentemente, após inúmeras experiências acadêmicas, diplomou-se como Pós-Graduado em Comércio Exterior, pela UNA, com especial destaque no aproveitamento curricular.

A vida profissional de nosso personagem começou aos 17 anos, no Banco de Crédito Real, como datilógrafo, mediante concurso. No correr de 9 anos desempenhou inúmeras funções e ascendeu a diversos patamares, culminando como chefe de Gabinete do então presidente do Banco.

Aos 26 anos foi chamado a ocupar o cargo de diretor-adjunto do Bemge, no Rio de Janeiro, com ampla jurisdição que ia daquela capital a Manaus. Ocupou durante 3 anos a mais alta posição do Bemge na Área Centro- Leste do País.

Indicado pelos bancos oficiais mineiros, Aloísio se deslocou para a Construtora Rabello S/A - que nos anos 60 fôra a maior empreiteira do país - e assumiu a sua direção financeira, com o objetivo de sanear suas finanças e resgatar débitos da empresa com o sistema bancário, superiores a US$ 18 milhões de dólares. Após cinco anos, ambas as missões estavam cumpridas, com a quitação dos débitos e desmobilização da empresa que realizou grandes obras no passado.

Concluída essa missão é convidado a integrar o Governo Federal, junto ao Ministério da Agricultura.

Ali, iniciou-se como assessor do secretário-geral (cargo equivalente a vice-ministro), e numa vertiginosa carreira foi ascendendo aos mais elevados cargos, ocupando importantes e relevantes funções, chegando a responder cumulativamente por várias coordenadorias e outras funções de destaque no Ministério.

Foi secretário particular do Ministro da Agricultura; assessor especial para a área Centro-Leste; sub-chefe do gabinete do ministro; coordenador geral de programas especiais, como o Provarzeas nacional; idealizou e coordenou por decreto presidencial, o Borba Gato; foi conselheiro da Sudene; idealizou e coordenou o Profir - Programa de Financiamento para Aquisição de Equipamento de Irrigação; foi presidente da Cobal; vice-presidente da IULA - International Union of Local Authorities.

Professor Aloísio foi chefe de gabinete do ministro Murilo Badaró, no Ministério da Indústria e Comércio, e, logo após, foi nomeado pelo presidente da República para a presidência do IBC - Instituto Brasileiro do Café.

Retornando a Minas Gerais dedicou-se a atividades empresariais nos ramos gráfico e agropecuário, como produtor de café, leite e pecuária de corte, elegendo-se em 1986, deputado estadual pelo PMDB mineiro.

Foi, por dois anos, secretário de Estado da Educação, e, por 6 meses, secretário da Cultura.

No comando da Secretaria de Educação deu os primeiros passos para a implantação da Universidade Estadual de Minas Gerais e foi de sua iniciativa a inclusão de Lavras - FELA - no âmbito da UEMG.
Ainda em sua gestão promoveu um seminário internacional sobre a Universidade Aberta (ensino monitorado a distância) com a presença de educadores de renome e reitores de diversas universidades do País e do exterior.

Foi candidato à Câmara dos Deputados, faltando-lhe pouco mais de 1.600 votos para se eleger, tendo sido o primeiro suplente da bancada do PMDB de Minas Gerais.

Ao longo de sua carreira pública, foi agraciado por inúmeras medalhas - grau prata e ouro, entre as quais: Medalha da Inconfidência Mineira, Medalha Santos Dumont, Medalha de Honra ao Mérito da Polícia Militar de Minas Gerais, Mérito Legislativo de Minas Gerais, Mérito Legislativo de Belo Horizonte.

É cidadão honorário de muitas cidades, dentre as quais São João Del-Rei, Perdões e Ribeirão Vermelho.

Autor de vários artigos publicados em jornais do interior, de Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro e trabalhos acadêmicos.

Membro do Conselho Editorial das Revistas: Comex News e Think Tank; e membro da Academia Mineira de Letras.

É casado com Andréia Marques e tem dois filhos: Bruno e Aloísio Santiago.

Hoje, é diretor presidente da UNA.

O PROFESSOR, ACADÊMICO E EMPRESÁRIO ALOÍSIO TEIXEIRA GARCIA é GENTE DA TERRA.




SERVIR

Os homens que agasalham esta filosofia de vida, que empunham esta bandeira, são felizes, se realizam, vivem em paz.

Os homens, verdadeiramente livres, servem simplesmente pelo prazer de servir. Servem indistintamente, alegremente, sem nada pedir em troca. Procedem com dignidade, com elevação, se sentem úteis servindo a seus semelhantes e almejam o que é bom para todos.

A liberdade permite aos homens servir aos outros, à comunidade.

O idealismo é o principal segredo para servir.

Para servir não há necessidade de ser um super homem, um ser todo poderoso, basta ser unicamente uma pessoa capaz de desenvolver dentro de si, o talento, a arte dessa grande missão, para descobrir a verdadeira felicidade.

O servir está no coração, nas mãos, nos gestos, nos olhares, no sorriso, nas lágrimas, nas palavras, na oração, para tornar mais plena a vida dos outros.

Para muitos, a felicidade de servir está sempre distante porque se afastam dela em busca de satisfações pessoais.

Na vida é melhor servir do que ser servido.

Cristo foi assim. Serviu a todos. Na multiplicação dos pães, dos peixes, na transformação da água em vinho, na doação de si para a salvação da humanidade.

Sirvamos aos necessitados, aos famintos, aos excluídos, às crianças, aos idosos, aos doentes, aos sem teto, aos pobres, aos ricos. Sirvamos a todos, sem olhar religião, posição social ou cor.

Sirvamos na dor, na fome, na doença, no amor, em casa, no trabalho, em todos os lugares.

Os homens verdadeiramente livres servem pelo ideal de servir.

Amam, imortalizam-se pelo que fazem e praticam.

São pessoas que já nascem com o amor dentro do coração, irradiam calor humano, emocionam-se com a satisfação dos outros.

Quem ainda não descobriu a grandeza de servir, deixe brotar no coração este nobre sentimento para retirar as barreiras da indiferença e, com humildade, passar a enxergar o semelhante com os olhos da alma.

A vida passa, o tempo corre.

Sirvamos enquanto é tempo, pois há muito o que fazer. Contemplemos no olhar, no sorriso, na linguagem muda do silêncio de nosso semelhante, o reflexo de nosso servir, de nosso amor.

Falando em servir, em amor, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, alguém que vem servindo aos outros, através de sua simplicidade, humildade, carregando dentro de si, o talento do artista que se inebria com suas obras.

É o ARTISTA - GERENTE - VICENTE DE PAULO PINTO, filho de Vicente Pinto da Locha e Sebastiana de Jesus Pinto (D. Santa), nascido em Lavras - MG, em 24/04/59.

Vicente é o único filho homem de uma prole de seis.

Sua infância foi vivida na Vila São Francisco, ao lado de muitos amigos como José Vicente (Zezé), Lourenço, Camilo, Afonso, Adailson e tantos outros. Gostava de futebol, soltar pipas, brincar de pique.

Fez o curso primário no então Grupo Escolar Francisco Sales, hoje, Escola Municipal. Sua diretora era Nércia de Abreu Pereira. Da quinta à oitava série estudou na CNEC do Cap. Paulo. O segundo grau, no inesquecível Colégio Nossa Senhora Aparecida, que tinha como diretor o Padre Sérgio.

Filho de família humilde, muito cedo começou a trabalhar. Herdou dos pais o talento para as artes. Seguindo os passos daqueles, aos 10 anos de idade já trabalhava a madeira transformando-a em brinquedos pedagógicos, abajur, outros.
Até hoje, seus pais Vicente e Dona Santa são vistos aos domingos, na parte da manhã, na Praça Dr. Augusto Silva, negociando seus criativos e inteligentes brinquedos feitos com madeira. Quem já viu ou adquiriu aqueles brinquedos pode constatar a habilidade e o carinho com que são elaborados.

Vicente, dos 10 até os 22 anos, dedicou sua vida ao artesanato em companhia dos pais. É um verdadeiro artista, artesão.

Em 1981 foi trabalhar na Rede Ferroviária Federal como auxiliar de maquinista. Permaneceu lá até 1984. Não se adaptando àquele, retornou ao artesanato. Produziu muito. Viajou em companhia dos pais com suas artes, expondo-as e vendendo-as em cidades históricas e turísticas para crianças e adultos, alegrando-os.


Nosso personagem é membro da Associação Mineira de Artesanato - Amar.

Em 1995 foi convidado por Nércia para gerenciar seu buffet. Teve que optar entre a arte de trabalhar a madeira e a arte de servir.

Foi o reencontro da professora antiga, hoje empresária, com o aluno de ontem.

É o reconhecimento das qualidades profissionais do artista pela mestra.

Hoje é um corre-corre contínuo na cidade, no estado e até fora dele para atender a demanda da empresa. Não tem dia, nem hora. Toda hora é hora de trabalhar, de servir.

Com sua humildade e simplicidade, o artista artesão vem mostrando suas qualidades na área empresarial.

Vicente não é só o gerente. É o braço direito da empresária Nércia. Dirige, transporta, comanda, serve.

Nosso personagem conheceu Maria do Rosário de Assis Pinto (Maria Helena), com quem se casou em dezembro de 1984. O casal tem um filho: Gustavo Assis Pinto.

Nas horas de folga adora assistir a um jogo de futebol, a um filme, ouvir uma música e principalmente curtir a família.

Vicente mostra com seu trabalho o poder mágico de servir através da profissão.

Lembra com muita propriedade uma frase de Rotary: "Quem não vive para servir não serve para viver”.

O ARTISTA - GERENTE - VICENTE DE PAULO PINTO é GENTE DA TERRA.




SILÊNCIO

“Ouvir mais, falar menos”. Pensamento antigo que permanece até os dias hodiernos com o sábio ensinamento legado às novas gerações. Diziam os antigos: “Quem fala muito erra mais, quem fala menos erra menos e fala com sabedoria. Por isso, os homens têm dois ouvidos e apenas uma boca”.

Vivemos em meio a sons musicais e ruidosos. Os primeiros são agradáveis, os outros, agridem nosso aparelho auditivo, irritam-nos.

Para nós que vivemos mergulhados em um mundo de som, seria quase que impossível viver sem ele. É ele que nos dá prazer, satisfação, permite-nos ouvir declarações de amor, uma música de saudade, o canto de um pássaro, o barulhar das águas do riacho a correr. É ele também que nos garante a segurança, como, por exemplo, quando ouvimos a buzina de um carro, a sirene de uma ambulância, o choro de uma criança. O som é extremamente necessário.

Mas, em meio a esses sons diversificados em que vivemos, causando-nos muitas das vezes stress, há um momento em que as pessoas solicitam um SOS para se encontrar com elas mesmas e, isso, só é possível na ausência do som, do barulho, em harmonia, em equilíbrio, mente e corpo, encontrando a serenidade, a paz, o SILÊNCIO.

Agora, que esse silêncio não tenha uma longa duração porque, passando do limite, as pessoas também se perdem e se amedrontam com ele. A verdade dessa assertiva está em uma visita a uma casa totalmente silenciosa, num lugar ermo, sem nenhum som. Não satisfeitas, as pessoas procuram fazer algum tipo de barulho, como cantar, assoviar, falar, para preencher o vazio e cobrir o silêncio, com medo de algo que não se sabe o quê.

Silêncio! Esse é o momento de ouvir o nosso íntimo, é o momento de reconciliação para ouvir a voz da consciência e fazermos um exame do passado, de nossas derrotas, de nossas conquistas, de nossos sonhos.

Silêncio para que possamos ouvir a voz do coração, a voz do amor. Que se calem as vozes das intrigas, do ódio, da guerra, da vaidade.

Neste momento de silêncio interior, onde a paz faz sua morada, sejamos nós mesmos, sem máscara, sem maquiagem, sem nenhum enfeite.

É neste momento que podemos refletir, pensar e sentir nós mesmos.

Falando em silêncio, em sons, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, alguém que vem servindo a comunidade no silêncio, no anonimato, na simplicidade, com seu talento aplicado ao jornal Tribuna de Lavras.

É o DIGITADOR ÁUREO RUFINI FILHO, filho de Áureo Rufini, o saudoso Ari do Cinema, e Laura Tubertini Rufini, nascido em Lavras - Minas Gerais, em 12/09/1945.

Sua infância foi vivida em Lavras, em companhia de grandes amigos, brincando de pique, jogando futebol, bolinha de gude, soltando pipa. Estudou no então Grupo Escolar Álvaro Botelho, hoje, Escola Municipal.

Cedo, muito cedo, iniciou sua vida profissional. Seu pai foi seu exemplo, pois durante muitos anos aquele laborou no inesquecível Cine Municipal, ao lado de José Batista Nascimento, Júlio Torquetti, Horácio, José Murad, dando continuidade ao trabalho do Sr. Teófilo, levando entretenimento ao povo lavrense. Bons tempos, gratas recordações.

Nosso personagem começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo, em abril de 1958, aos 13 anos de idade, na Imprensa Gammon, que funcionava nas dependências da antiga ESAL, hoje UFLA, no prédio onde está o Museu Bi Moreira.

Em 1964 prestou Serviço Militar no Tiro de Guerra 264, onde conquistou grandes e inesquecíveis amigos.

Com o fim da Imprensa Gammon, passou a lavorar nas extintas gráficas, Ipê, Minerva e Laurentti, ciclo que se fechou em 1967, quando passou a trabalhar na Tribuna de Lavras. Isso se deu desde a fundação deste jornal, em 1º de outubro de 1967, onde permanece até os dias de hoje, tendo sido, em certa ocasião, agraciado com a medalha de Honra ao Mérito como Operário Padrão desta empresa.

Tipógrafo, linotipista, hoje, acompanhando a evolução dos tempos, atua na área de informática do jornal como digitador.

Na TL tem uma amizade sólida com seus amigos, companheiros e dirigentes da empresa, Luiz Gomide e José Eduardo.

Durante todos esses anos de trabalho na Tribuna de Lavras, sempre teve a oportunidade de aprender muito com os grandes mestres das letras de anos atrás, como Bi Moreira e os remanescentes de hoje.

Nosso personagem angariou e continua angariando muitos amigos, exatamente porque é uma pessoa de fino trato, fala pouco, ouve mais, sabe respeitar opiniões alheias.

Entre os anos 66/70 colaborou, no período noturno, com a extinta Empresa Cinematográfica União Ltda - como auxiliar de operador de projeção, nos Cines Brasil, Ipê e Rio Grande -, onde seu pai Ari, de saudosa memória, era o coordenador da programação dos filmes, convivendo também com outros grandes profissionais daquele setor, quais sejam, Júlio Torquetti e seu irmão Manoel Torquetti, seus tios Edson e Edinho, este último bilheteiro do Cine Ipê e hoje seu companheiro incansável na Tribuna de Lavras e tantos outros que seria impossível enumerar.

Em 12 de junho de 1971 casou-se com Maria de Lourdes Silva Rufini. O casal tem uma filha: Áurea Maria Rufini.

Seus hobbies são: leitura, música, futebol, bons programas de televisão.

Para nosso personagem, uma prece, neste momento de SILÊNCIO.

O DIGITADOR ÁUREO RUFINI FILHO é GENTE DA TERRA.





VIDA

Preliminarmente, conjuguemos o verbo viver. Eu vivo, tu vives, ele vive, nós vivemos, vós viveis, eles vivem.

Assim, constatamos. Eu vivo porque tu vives; ele vive, porque nós vivemos.

Para compreender a vida melhor, precisamos vivê-la.

Como é bom viver, sonhar, realizar.

Se tu não vivesses, se ele não vivesse, a vida não teria sentido porque não viveríamos.

Vivemos porque nascemos pelo amor do Senhor e dos nossos pais, com uma missão a cumprir.

A vida que habita nosso corpo é abundante e recheada de encanto, beleza, talento. Afloremos essas qualidades, deixemos que os outros possam nos enxergar com os olhos do coração.

Despertemos.

Estamos vivos.

Saudemos a vida, o dia, a noite, a natureza.

Que bom viver, andar, falar, ouvir, ver, sentir.

Que bom amar, ser amado.

Fazemos parte integrante desse contexto biológico.

A vida é um dom de Deus. Ela é bela. Valorizemos todas as coisas inerentes a ela, principalmente a saúde, pois, sem ela, ficamos fragilizados, impotentes, à mercê de cuidados especiais.

É o amor que nos faz nascer, viver.
Agora que falamos na interligação do viver com o amor, conjuguemos o presente do indicativo do verbo amar.

Eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam.

Assim, podemos concluir:

Eu te amo porque tu vives. Ele nos ama porque vivemos.

Viva e ame a vida.

Falando em vida, em amor, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, uma médica que se destaca na profissão, cuidando dos pequeninos, levando esperança e mostrando que a vida é o bem mais precioso que o ser humano possui.

É a MÉDICA PEDIATRA DRA. MARIA INÊS RIBEIRO COSTA JONAS, filha de Breno Viana da Costa e Yolanda Ribeiro Costa, nascida em Lavras-MG, em 16/10/51.

Sua infância foi como a de qualquer outra menina. Brincava muito, mas sempre responsável com os estudos. Desde pequena optou pela Medicina. Amava passear, freqüentar o pomar, andar de carro de boi pela fazenda de seus pais, no Cervo, e, no silêncio da noite, ouvir histórias.

Seus irmãos: Sérgio e Ely (falecidos prematuramente), Heloisa, Giselle, Dulce e Flávio Henrique, participavam ativamente de sua infância. Maria Inês sempre foi uma boa e dedicada filha.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Álvaro Botelho. Da quinta série ao segundo ano do Ensino Médio, na Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto. O terceiro ano do segundo grau no Colégio Pitágoras, em Belo Horizonte. O curso de Medicina, na Universidade Federal de Minas Gerais. Formou-se em 1984.

Naquela universidade teve a oportunidade de estudar com renomados professores especialistas dos quais se orgulha muito.

Estagiou no Centro Geral de Pediatria de Belo Horizonte, fez Residência em Pediatria, na Fhemig e Hospital Evangélico.

Fez curso de Medicina Intensiva, participou e ainda participa de congressos aprimorando o seu saber.

Durante o curso de Medicina, mais precisamente no segundo ano, conheceu, namorou, noivou e, após a Residência, em 1986, casou-se com o médico angiologista e cirurgião Dr. Marcos Antônio de Mello Jonas, o qual lhe dá muita força e está sempre presente em todos os atos de sua vida.

O casal tem duas filhas: Mariana e Marina, estudantes da 7ª e 5ª séries do Instituto Gammon. Mariana é campeã mineira de natação, na modalidade nado de costas, em sua categoria, e se prepara mais para dois campeonatos brasileiros, no Rio de Janeiro.

Maria Inês, nossa personagem, presta relevante serviço à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE -, desde 1990, através da designação da Prefeitura Municipal de Lavras, onde é funcionária. Aqui, ressaltem-se, profissionais e voluntários, contribuem de uma forma ou de outra com aquela entidade, laborando ou servindo, demonstrando dedicação, carinho, amor à vida, às pessoas especiais.

No hospital, no consultório, em todos os lugares, ama por demais seu trabalho, seus difíceis casos na UTI Infantil do Hospital Vaz Monteiro. Adora seus baixinhos. Na verdade, há uma reciprocidade entre pediatra e pacientes mirins.

Escrevendo sobre nossa personagem, lembramo-nos do passado quando vieram os primeiros pediatras, especialistas em doenças de crianças para a cidade de Lavras, como os Drs. Dirceu de Castro Rezende, José Carlos Loyola, José Carlos Rezende, Ivonete Gazze Ticle, Eugênio Gomes, Olímpio Moreira de Souza, outros. Hoje, a cidade conta com inúmeros profissionais competentes na área para cuidar dos pequenos. Lavras é uma cidade privilegiada não só no setor de saúde, mas em muitos outros, por isso, consideramo-la uma pequena capital.

Médicos de todo o universo onde se inclui Maria Inês são abnegados profissionais, responsáveis pela prevenção, cura das doenças e pela preservação da vida.

Além de suas atividades laborais na saúde, nossa personagem adora curtir: família, esporte, leitura, música, teatro, cinema.

Portanto, pela esperança contida em seu coração, dedicamos o seguinte pensamento:

Um coração repleto de fé, de amor, faz uma pessoa viver e reviver.

A MÉDICA PEDIATRA DRA. MARIA INÊS RIBEIRO COSTA JONAS é GENTE DA TERRA.




COMUNICAÇÃO

Como é bom conversar, namorar, fazer brincadeiras, entrevistar, comunicar-se com os outros, ser comunicado. A comunicação é essencial à vida. Não foi por acaso que nossos ancestrais, já naquele tempo, se comunicavam através de gestos, grunhidos, tambores. Como vemos, a arte de comunicar existe desde os primórdios.

Os anos se passaram e a comunicação é hoje o que presenciamos através da tecnologia. Telégrafo, rádio, telefone, fax, correio, televisão, satélite, computador, internet, e-mail. Com essa parafernália toda, podemos nos comunicar com qualquer parte do mundo, a qualquer hora.

Antigamente, a demora de um mês, ou mais, na transmissão de uma notícia, agora, à instantaneidade do acontecimento.

Da limitação do cara-a-cara, à imagem virtual.

Da comunicação dos tambores, à televisão. Televisão que chegou ao Brasil pela primeira vez, em 1950. Daquela rudimentar com válvulas, às mais sofisticadas transistorizadas. Da televisão preto e branco, e em cores. Do som comum, ao som estéreo. Das antenas individuais, coletivas, às parabólicas, tevês a cabo. Das imagens chuviscadas, a uma tela de cinema.

Hoje, nos apegamos à televisão. Antes do seu advento, a coqueluche era o rádio, agora, é ela, a amiga inseparável de todos e, principalmente, daqueles que não podem sair de casa.

Através dela podemos assistir a um filme, a um jogo de futebol, a uma novela, a um programa infantil, a um programa cômico, propiciando entretenimento, a um noticiário, que nos coloca em dia com os acontecimentos do mundo todo.

As grandes capitais, as grandes cidades, são detentoras da concessão de rádios e canais de televisão. Lavras não é diferente do cenário nacional. Possui, além de inúmeras rádios, a TV Universitária, que oferece aos lavrenses a possibilidade de uma comunicação rápida, no momento em que o fato está acontecendo.
Lavras está no contexto da globalização.

Falando em comunicação, em televisão, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, um jovem apresentador de TV, sucesso absoluto de audiência, e que, ao longo dos anos, vem prestando relevantes serviços a Lavras e região, pela maneira séria, correta e competente com que dirige e apresenta seus programas na TV Universitária de Lavras.

É o JORNALISTA SILVA JUNIOR, filho de Pedro Messias da Silva e Alice Alves da Silva, nascido em Lavras - MG, em 07/06/1970.

Sua infância foi vivida nas ruas do bairro Jardim Glória, onde cresceu, brincou, juntamente com os amigos Valdeci, Vantuir, Jairo, Wagner, outros. Seus brinquedos preferidos eram: andar de troller, soltar pipa, nadar nos ribeirões.

Estudou na Escola Estadual Padre Dehon, as quatro primeiras séries do primeiro grau; as quatro últimas, na Escola Estadual Dora Matarazzo, e o segundo grau, na CNEC.

Iniciou sua carreira de comunicador na Rádio Rio Grande FM, em 1985. Após, aos domingos, trabalhou na Rádio Cultura, voltando, posteriormente, para a Rádio Rio Grande FM.

Teve uma passagem como produtor no Foto Wildes, onde deixou um grande amigo.

Em 1990 começou no jornalismo como repórter na TV de Campo Belo, onde ficou até 1994.

De Campo Belo à cidade de Divinópolis, para trabalhar na TV daquela cidade, tendo aprendido muito com dois grandes profissionais da Rede Globo de Televisão: Sinphronio Veiga e Jorge Cleyton. Recebeu naquela oportunidade o convite de Alberico de Souza Cruz para trabalhar como repórter em Belo Horizonte. Reconhecendo sua capacidade profissional, foi convidado pela coordenadora de Rede da TV Minas, Roberta Zambetti, para trabalhar na capital mineira.

Profissional competente, de grande visão, foi eleito o melhor repórter do Centro-Oeste em pesquisa feita entre os profissionais de rádio e TV da região, em 1996.

Em 1998 retornou a Lavras para trabalhar como repórter regional da TV Minas. Aqui fazemos um parêntese. Nessa época, 1998/1999, em perfeita harmonia e sintonia com o reitor da UFLA, prof. Fabiano Ribeiro do Vale, e com o secretário da FAEPE, Hilário Antônio de Castro, pessoas que apostavam na implantação da TV Universitária, nosso personagem deu sua contribuição para tornar realidade aquele sonho.

Em 2002, após produzir uma matéria sobre a Serra da Bocaina, foi convidado a passar um mês nos EUA, estagiando em uma TV Portuguesa. A viagem está programada para o ano que vem.

Hoje, atua como repórter, apresentador e diretor de jornalismo da TVU.

Tem em cada funcionário e companheiro de TV, um amigo, pois vem passando a eles ensinamentos que aprendeu ao longo dos anos. Sente-se bem em ver o crescimento de cada um, porque iniciaram o trabalho sem nenhuma experiência. Orgulha-se deles.

Falando em seus colegas de TV, salientou que admira o trabalho de grandes jornalistas locais, como Luiz Gomide, Herculano Pinto Filho e outros, devido ao pioneirismo e à persistência de cada um na profissão e ao trabalho dignificante que prestam à comunidade lavrense na área de comunicação.

Na sua trajetória profissional, Silva Junior vem se projetando, e, a par disso, como destaque profissional foi indicado ao Prêmio Ayrton Senna, disputando com quatro grandes nomes da Rede Globo.

Em 2000 ganhou o Prêmio Wladimir Herzog, como revelação pela matéria: “O Nascer do Comunismo em Lavras”.

Ambos, prêmios a nível nacional.

Em dado momento de nossa entrevista, Silva Junior eleva seu olhar para o alto e diz: “Devo tudo em minha vida, a cada porta aberta e, mesmo, a cada uma delas também fechada, e, acima de tudo, a Deus, pela força nos momentos difíceis de minha caminhada”.

Em 1995, nosso personagem conheceu Maísa Cristina Costa, com quem se casou no ano seguinte. O casal tem dois filhos: Bruno e Enzo.

É muito grato a quem lhe estendeu a mão: sua família, Ângelo Delphim, Hilário Antônio de Castro.

Seus hobbies: ler muito, ouvir boas músicas, cozinhar, lidar com o computador e, acima de tudo, a TV.


O JORNALISTA SILVA JUNIOR é GENTE DA TERRA.






ORIGEM ITALIANA

Autênticos ou descendentes, os italianos que moram fora de seu país jamais perdem ou deixam as suas origens. Fazem questão absoluta de manter os costumes da família, da sua terra, como forma de homenagear os seus antepassados.

Falam alto, são espontâneos, sinceros, amigos, gostam de trabalhar (a energia para o trabalho é marcante), cantar, degustar um bom vinho, saborear uma deliciosa macarronada, uma gostosa pizza, tomar um sorvete.

Para eles, a família é o pilar e a base de toda a sociedade. A união e o respeito familiar são importantíssimos e os filhos são sempre o centro das atenções. Estão sempre prontos a fazer qualquer tipo de sacrifício por eles.

Ah! Itália. Quanta saudade você traz.

Roma, cidade eterna dos foros antigos; das praças: Venezia, di Spagna, Navona; da Fonte de Trevi; do Coliseu; Vaticano, tantos mais.

Itália das cidades de Bolonha, Província de Ancona, Cereto D´Esi (dos genitores e avós do personagem), Milão, Turim, Gênova, Florença, Nápoles, Venezia, Verona, Ferrara, Bari, Bolonha e tantas outras, cidades que enchem de magia e esplendor os olhos e o coração de todos.

País amigo de tantas tradições.

Itália, fonte de inspiração, de amor, de saudade.

Inspirados neste tema, trouxemos para perfilar, hoje, em nossa coluna, alguém que tem em si as raízes da Itália, um ítalo-brasileiro que muito tem contribuído para o desenvolvimento de Lavras e, para tanto, vamos reviver neste momento, boas recordações, embaladas por canções italianas, recheadas por uma refeição farta de pratos típicos, deliciosos, sempre acompanhados na degustação de um bom vinho.

É o EMPRESÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL - IMOBILIÁRIA - ANTÔNIO CARLOS MARANI, filho de Alfredo Marani e D. Helena Marani, nascido em Lavras-MG, em 21/02/1931.

Como dissemos, nasceu em Lavras, na Trav. Capitão Valentim Fonseca,é o quinto filho de uma família de oito, mas cultua e mantém o amor e as influências da terra de seus pais, avós: a Itália.

Nosso estimado e inesquecível amigo, companheiro prof. Waldir Azevedo, de grata recordação, em uma das reuniões do Rotary Club de Lavras, homenageando o companheiro do mês, Antônio Carlos Marani, assim se manifestou com algumas de nossas inserções.

Nosso personagem, quando pequenino, esteve à morte e teve de ser batizado às pressas. Ninguém acreditava que Toninho Marani iria resistir. Seu batismo formal foi realizado quando contava 14 anos.

Era um menino muito vivo, levado da breca, político, inteligente. Se vivos, seus pais teriam inúmeras coisas para contar.

Naquela época, a família atravessava uma fase de extrema dificuldade, o que, aliás, era e é uma constante na vida familiar na maioria dos lares brasileiros hoje em dia. “Seu” Alfredo resolveu tentar a vida numa fazenda, plantando à meia. Levou a família em carro de bois e o Toninho, para variar, estava “vai-não-vai”, tão doente se achava. A tentativa não deu certo e a família teve que retornar, porém, em situação pior. Lá se foram as últimas economias. Mas os italianos não desanimaram. Voltando a Lavras, enquanto dona Helena cuidava dos afazeres domésticos, seu Alfredo fazia plantações na horta caseira. Toninho era um dos que saíam a vender verduras em balaios pelas ruas da cidade. Começou a trabalhar muito cedo.

Não obstante a esse empenho, Toninho tinha uma ressalva, não queria nada com os estudos. Matriculado na famosa Escola São Pedro, não freqüentava com assiduidade as aulas. Em compensação, quando terminou seus estudos primários, fez questão de receber o diploma, de terno branco. Assim aconteceu, graças ao esforço de seus pais que tudo faziam para dar felicidade aos filhos.

Trabalhou como engraxate no Salão Cristal, caixeiro na loja do Surur, foi contínuo no Banco de Minas Gerais. Deixando o Banco, foi aventurar-se em Pedro Leopoldo, como estagiário, numa fazenda do Estado - um centro de treinamento da época.

Em 1950 voltou a Lavras e foi laborar nos Estabelecimentos Zákhia; de lá saindo como empregado da Casa Americana (localizada na Praça Dr. Augusto Silva). Ali, por sua perseverança e identificação com a vida comercial, tornou-se credor da confiança dos patrões, a tal ponto que chegou a fazer escrita da firma, até altas horas da noite, ajudando o contador da mesma, o que lhe valeu um dinheiro extra que o impulsionou na vida.

Nos arroubos da juventude, Toninho desejou ser toureiro, tendo seguido um circo de tourada até a vizinha cidade de Carmo da Cachoeira, onde desistiu da carreira. Não se sabe se acompanhou o circo com vontade de ser toureiro ou pela bela morena que assessorava o toureiro-mor.

Naquela época, quem quisesse encontrá-lo, bastava procurá-lo à noite, comendo seu bife com batata no Bar Americano, ou jogando uma partida de sinuca.

Toninho gostava também de freqüentar os bailes da redondeza, mas não dançava. Ia, apenas, para apreciar e dar no dia seguinte, as “suas gozeiras conhecidas”.

Ressaltemos. Quando trabalhou no Zákhia ficou amigo da família Rezende, que residia na Rua Rui Barbosa, antiga Rua Umbela. E, aí, conheceu uma moreninha, a Odete, filha do Sr. Quinzinho Sapateiro e D. Maria, que mais tarde veio a ser sua esposa e mãe de seus filhos: Sílvio César, Carlos Antônio, Eduardo Luís Marani (vice-prefeito de Lavras) e Helena.

Não obstante às dificuldades nascentes, o casal era imensamente feliz. A chegada do filho Silvio César ascendeu em Toninho o desejo de crescer. Certo dia chegou ao ex-companheiro de Rotary, José Haddad, seu patrão, na Casa Americana, pedindo aumento de salário, no que foi atendido. Embora italiano, assimilou o modo de viver dos sírios. Começou a fazer negócio por conta própria.

Com a chegada do segundo filho, Carlos Antônio, Toninho pensou na construção de uma casa. No dizer dele, um barracão. Vendeu alguns de seus pertences e realizou aquele sonho. “Um presente do céu”, dizia Odete.

Ainda não totalmente satisfeito, resolveu tentar a vida na usina de Três Marias, norte de Minas Gerais. Assim, tomou o primeiro caminhão e foi pesaroso por ter de separar-se da família a quem tanto queria. Teve impulso de voltar, mas ficou. Ficou naquela área agreste sem recurso, no meio de aventureiros.

Toninho desempenhou com conhecimento e exatidão sua função de almoxarife daquela empresa. Buscou a família. Tornou-se gerente geral dos armazéns da firma. Trabalhava da madrugada ao anoitecer. Tinha apenas um domingo livre por mês o qual aproveitava para curtir a família.

Terminado o contrato com Três Marias, voltou a Lavras tomando parte numa casa de material de construção. Nasceu seu terceiro filho, Eduardo Luís. Foi para São Paulo para participar da construção de pontes e passagens de gado. A família seguiu um mês depois na boléia de um caminhão e a viagem foi uma verdadeira odisséia. Retornando a Lavras, comprou uma cerâmica. Mais um ano de lutas. Veio então, a Leninha, para completar a felicidade do casal.

Nessa época, realizou um velho sonho acalentado: adquiriu uma firma de materiais de construção. Comprou as partes dos sócios, Maurício de Souza, Humberto Gattini e Augusto Rezende, e constituiu a firma Demacol - verdadeiro patrimônio de Lavras, funcionando no antigo Banco de Minas Gerais, local onde Toninho começou sua vida profissional como contínuo.

Vendo sua liderança e capacidade de trabalho, nosso personagem foi convocado por um grupo de pessoas para um novo campo de lutas: a política. Foi vice-prefeito e prefeito de Lavras, deixando sua herança política nas mãos do seu filho Eduardo Luís Marani, atual vice-prefeito de Lavras.

Foi rotariano por muitos anos. Gosta de servir. Prestou e presta ajuda a familiares e amigos.

Pelo seu modo de ser, angariou uma legião de amigos na cidade e na zona rural.

Recebeu por parte da comunidade várias homenagens pelos relevantes serviços prestados.

Essa é a história de um jovem menino que verteu lágrimas por não realizar um sonho de infância, qual seja, o de comprar uma bicicleta, mas que chega ao auge de seus setenta anos, conquistando um espaço entre os homens bens sucedidos da cidade.

Heróis verdadeiros não são só aqueles que têm o corpo coberto de medalhas e brasões, mas, também, aqueles que vencem as dificuldades do dia-a-dia. Aqueles que saem de uma vida modesta e constituem à mercê de suas virtudes, capacidade, trabalho. Cidadãos destacados.

Sua aparência de bonachão encarna o autêntico ítalo-brasileiro.

Bom chefe de família, bom amigo, bom companheiro é o personagem que hoje perfila em nossa coluna.

O EMPRESÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL - IMOBILIÁRIA - ANTÔNIO CARLOS MARANI é GENTE DA TERRA.






JULGAMENTOS


A cada momento de nossa vida julgamos ou somos julgados por alguém. Os julgamentos são inevitáveis porquanto vivemos em sociedade onde há um ordenamento que estabelece condições às relações humanas.

Estes procedimentos não são de agora, advém de tempos remotos. A exemplo dessa assertiva relembramos quando Cristo foi indagado por pessoas do povo quanto ao comportamento de Madalena e ele respondeu: "Aquele que não errou atire a primeira pedra"; ou então, quanto ao episódio dos impostos onde afirmou: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". As decisões Salomônicas e também tantos outros exemplos de antigos e novos julgamentos são extraordinários.

O direito, ciência que agasalha os julgamentos das relações humanas, significa, o que é reto, o que é certo, o que é justo. O direito impõe, portanto, a cada indivíduo, condições necessárias à convivência social.

A Justiça em linguagem judiciária significa: de conformidade com o direito. Significa dar a cada um o que lhe pertence dentro do direito que rege as normas entre os homens, direito que se confunde com a própria história da vida. O direito é amplo e atinge todos os setores da existência humana com a finalidade de regular as relações entre as pessoas. Assim, a nosso ver, a Justiça é a mais excelsa das virtudes.

O Juiz é o magistrado que tem a seu cargo a administração da justiça. A palavra juiz vem do latim judex. A ele cabe: a direção do processo, decidir com eqüidade, reprimir o abuso do direito no exercício da demanda, indeferir as diligências inúteis à instrução do processo, formar livremente o seu convencimento, julgar. É ele um membro do Poder Judiciário e tem, asseguradas, as garantias no desempenho de suas funções.

Falando em julgamento, direito, justiça, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, uma Juíza que vem ao longo dos anos, prestando relevantes serviços à Justiça de Lavras, de Minas e do Brasil pela maneira correta, séria, competente com que vem exercendo o seu mister.

É a JUÍZA DE DIREITO DOUTORA ZILDA MARIA YOUSSEF MURAD, filha de José Murad (libanês) e de D. Aurora Paixão Murad, nascida em Soledade de Minas Gerais.

Seu pai foi casado em segundas núpcias com sua mãe, sendo nossa personagem a sétima filha, de um total de 12 filhos.

Foi uma menina normal. Brincou, divertiu, sentiu a felicidade de ser criança.

Estudou as primeiras quatro séries do primeiro grau na Escola Estadual Quintino Vieira em sua cidade natal. As quatro últimas séries e o Normal, no Colégio Imaculado Coração de Maria, em São Lourenço-MG. Fez o curso de Direito, na Universidade do Vale do Paraíba - São José dos Campos - SP. Fez ainda cursos de Espanhol, Metodologia Científica, Relações Humanas, outros.

Foi sempre uma aluna aplicada.

Quando mocinha estudou ballet por algum tempo e sonhou sempre em ser uma grande bailarina, mas Deus tinha outros planos para ela.

Até o terceiro ano de Magistério, viveu em Soledade de Minas, tendo lecionado na escola onde fez o curso primário, pois sua família era numerosa e seus pais lutavam com dificuldade. Nesse mesmo ano, seu pai faleceu. Assim, foi para a capital mineira trabalhar e por falta de condições financeiras teve que temporariamente interromper seus estudos e protelar a faculdade. Em Belo Horizonte, trabalhou na Santa Casa de Misericórdia e depois na Hidrominas. Da capital foi para São José dos Campos onde trabalhou na sucursal da IBEC CORPORATION S/A; fez curso de inglês, prestou vestibular e ingressou na Faculdade de Direito.

Enquanto estudava Direito, trabalhou na Embraer, onde conheceu seu marido Antônio Luiz de Oliveira Rodrigues. No ano seguinte a sua formatura nasceu o primeiro filho do casal, Christiano.

Voltou com a família para São Lourenço, onde dois anos depois, nasceu a filha Samantha.

Advogou durante mais de doze anos em São Lourenço e região, até que resolveu fazer concurso para a magistratura. Em 1993, foi aprovada e designada para a Comarca de Conceição do Rio Verde, sendo em seguida transferida para a Comarca de Patrocínio. De lá foi para as Comarcas de Campanha e Cambuquira, sendo posteriormente designada para as Comarcas de Cristina e Pedralva. Em 1996 foi para a Comarca de Itajubá, ainda como Juíza Substituta, e, em 1970, foi promovida para a Comarca de Santa Rita do Sapucaí. Em 1999, veio para Lavras, onde pretende ficar para sempre.

Além da magistratura gosta de pintar vasos, telas, fazer todo tipo de artesanato. Gosta de ler e meditar. A família para ela é o alicerce de toda a humanidade.

Trabalha com muito amor e julga sabendo que um dia será julgada diante de Deus.

Nossa personagem recebeu inúmeras homenagens por onde passou pelos relevantes serviços prestados como: Certificado de Mérito – Pedralva – MG - Tribunal de Justiça; Diploma de Colaborador Benemérito da Polícia Militar de Minas Gerais; Diploma de Honra ao Mérito - Tribuna de Lavras; Diploma de Honra ao Mérito Rotary Club de Patrocínio; Diploma de Amiga da Polícia Civil - 30ª DRSP de Lavras; Certificado de amiga e Companheira da família forense – Cambuquira - MG; Título de Cidadã Honorária de Lavras - Câmara Municipal de Lavras, outros.

Dra. Zilda não conseguiu realizar seu sonho de criança: ser uma bailarina. Entretanto, na profissão que abraçou com amor e devoção, transforma sonhos e esperanças de pessoas, em realidade.

Com seu jeito cativante de ser, com sua simpatia, através de sua sabedoria, competência e experiência, nossa personagem julga diariamente seus processos, dando a cada um o que é seu, fazendo justiça.

No seu dia-a-dia, nos mostra ser uma pessoa serena, calma, refletida, ponderosa.

Nossa personagem é Juíza de Direito da Vara Criminal, da Infância e da Juventude da Comarca de Lavras, desde outubro de 1999; diretora do Foro da Comarca de Lavras, desde maio de 2002; Presidente da Turma Recursal desde a sua criação, em julho de 2002, é Juíza Eleitoral desde 01/02/2003 e é coordenadora do Juizado de Conciliação, desde março de 2003,

Concluindo nossa página lembramos o sábio pensamento da magistrada:

"JULGO SABENDO QUE UM DIA SEREI JULGADA DIANTE DE DEUS".

A JUÍZA DE DIREITO DOUTORA ZILDA MARIA YOUSSEF MURAD é GENTE DA TERRA.



GENÉTICA



Das experiências com as ervilhas do abade Gregor Mendel, no século XIX, aos transgênicos. Da clonagem, ao genoma, à tecnologia do mundo de agora.

É fascinante o estudo da Genética. É ela a ciência que estuda e procura explicar os fenômenos relacionados com a hereditariedade.

Quem poderia imaginar os insondáveis mistérios dos gens, unidades de função, mutação e transmissão, agentes portadores do patrimônio genético, encontrados nos cromossomos e responsáveis pela transmissão das características hereditárias uma vez que nos primórdios, pensavam até que no interior dos gametas já existisse uma microscópica miniatura de um novo indivíduo!

A evolução é assim, quebra conceitos, derruba barreiras, pois os cientistas estão diuturnamente a desenvolver pesquisas em busca de novos feitos e, com isso, processa-se o extraordinário avanço das ciências, descortinando novos horizontes, com novas descobertas. Tudo com a rapidez da luz e sem fronteira para os projetos suscitados.

Os exemplos estão diante de nós: alimentos transgênicos, clonagem de seres.

Evidencia-se a continuação da vida dos animais e vegetais ao longo dos anos com suas mudanças. É a ciência de mãos dadas com a tecnologia demonstrando que nada é estático, tudo é dinâmico. Basta lembrar os estudos de biologia realizados pelos antepassados e compará-los com os de hoje.

Muita coisa mudou e muitas outras vão mudar com o passar do tempo. Nada continua como antes.

A genética é uma pequena fração dentro do contexto biológico, mas de tamanho infinito no mundo científico pelo que representa na manutenção da vida dos seres vivos.

Falando em genética, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna, um doutor em Genética e Melhoramento de Plantas, professor da Universidade Federal de Lavras, que, por anos, vem ministrando seus ensinamentos a milhares de alunos nos cursos de graduação, mestrado, doutorado, dando sua contribuição valiosa para o engrandecimento cultural de nosso país.

É o PROFESSOR DOUTOR ANTÔNIO NAZARENO GUIMARÃES MENDES, filho de Messias Mendes e Hilda Guimarães Mendes, nascido na Fazenda dos avós, Sr. Neném e Dona Nhana, em Pedra Negra distrito de Macaia, município de Bom Sucesso, aos 08/09/1958.

Com pouco mais de dois anos mudou-se, para Lavras com os pais, onde viveu toda a infância e adolescência. Sempre apreciou a vida na fazenda e em todas as oportunidades, nos finais de semana, feriados e férias, ia para a Fazenda Pedra Negra, dos avós e tios, onde se envolvia com a criação de gado e, com as antigas e bem tratadas lavouras de café. Tem ótimas recordações das colheitas de café, quando acompanhava o transporte dos frutos, ainda feito nos carros de bois até os terreiros da fazenda. Desde então despertou o interesse pela agropecuária, razão principal de ter optado pelo curso de Agronomia.

Estudou em escolas públicas. Foi aluno do Grupo e do Colégio Tiradentes da PMMG, de 1966 a 1976, quando prestou o vestibular na ESAL, ingressando no curso de Agronomia, no primeiro semestre de 1977. Fez grandes amigos no Colégio Tiradentes, como o Coronel Hélio Santos Júnior (hoje no alto comando da PMMG), o pesquisador Luiz Lima (ex-professor do DEG, hoje na Rainbird), a Cida da Biblioteca da UFLA, a saudosa Dona Georgete Mattos, sua primeira professora de Inglês e diretora do Colégio, dentre tantos outros. Sempre trabalhou para ajudar os pais; Dona Hilda, excelente "quitandeira", fornecia bolos e doces em hotéis e bares da cidade e o entregador era o Nazareno. Seu primeiro registro em carteira de trabalho foi nos Estabelecimentos Zákhia, como cobrador; trabalhava durante o dia e estudava a noite. Quando ingressou na ESAL teve que deixar o trabalho, mas logo se envolveu em atividades de monitoria e outras funções remuneradas no Campus; sempre trabalhou em pelo menos dois departamentos, pois à época não existiam as facilidades de hoje, como auxílio aos estudantes carentes e o número de bolsas de iniciação científica era muito limitado.

Durante seu curso de graduação foi monitor e auxiliar de pesquisa nos departamentos de Química, Agricultura e Ciência do Solo, bolsista auxiliar de pesquisa na EPAMIG, membro titular da Comissão Permanente dos Regimes de Trabalho (COPERT/ESAL), representante discente no Conselho Deliberativo da FAEPE, na Congregação da ESAL e no Departamento de Agricultura, membro da coordenação geral do Diretório Acadêmico (DA), presidente da Cooperativa Estudantil dos Alunos e Professores da ESAL (CEAPESAL), membro da comissão organizadora e fundadora da Cooperativa de Consumo dos Alunos, Professores e Funcionários da ESAL. Graduou-se em segundo lugar geral, entre formandos dos cursos de Agronomia, Zootecnia, Engenharia Agrícola e Administração Rural, em dezembro de 1980.

Durante o curso de graduação iniciou seu namoro com Adriana, em 1978, ficando noivo por ocasião de sua formatura. Foi convidado pelo diretor da ESAL, prof. João Márcio, seu conterrâneo e conselheiro à época, que foi inclusive seu paraninfo e depois padrinho de casamento, para cursar pós-graduação pela ESAL, com possibilidade de aproveitamento futuro como professor. Ingressou então na ESALQ-USP, no Instituto de Genética, onde cursou a pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, concluindo com conceito "A" todas as disciplinas e qualificação, além de dedicação e louvor na defesa da tese.

Em Piracicaba participou de importantes órgãos colegiados, como representante discente na coordenação de pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas e da Coordenadoria de pós-graduação da ESALQ-USP. Após o término do mestrado em Piracicaba, a tão sonhada contratação como professor pela ESAL não foi efetivada, pois o governo federal proibiu por decreto todas as contratações nas escolas federais, por tempo indeterminado. Fez concurso público na EMBRAPA e foi aprovado, iniciando como Pesquisador Científico da Unidade de Execução de Pesquisa de Cáceres-MT (UEPAE-Cáceres, da EMBRAPA), em junho de 1983; coordenou vários projetos de pesquisa na área de melhoramento genético com culturas diversas como café, milho e feijão e foi coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Milho, membro da Comissão Estadual de Sementes e Mudas do Estado de Mato Grosso (CESM-MT), coordenador institucional do Programa de Pesquisa financiado pelo POLONOROESTE, junto ao Banco Mundial e Chefe Técnico da UEPAE-Cáceres/MT. Em 1985 passou a integrar o quadro de pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), no Centro Regional de Pesquisa da Zona da Mata, sendo lotado no Departamento de Biologia, Seção de Genética, no Campus da Universidade Federal de Viçosa. Atuou como pesquisador na área de melhoramento genético do cafeeiro nas regiões Sul, Zona da Mata e Alto Paranaíba de MG, foi gerente da Fazenda Experimental de Machado (EMBRAPA-EPAMIG), chefe geral do Centro Regional de Pesquisa do Sul de Minas, sediado no Campus da Universidade Federal de Lavras, coordenando administrativamente nove fazendas experimentais. Na EPAMIG, integrou a equipe de melhoramento do cafeeiro, responsável pela seleção e lançamento no Estado de Minas Gerais das cultivares de café Rubi, Acaiá Cerrado e Topázio e pela avaliação, seleção e recomendação de mais de 30 linhagens das cultivares de café Catuaí, Mundo Novo e Icatu. Ainda enquanto pesquisador da EPAMIG foi representante da comunidade de Lavras, como integrante do Lions Club, na Egrégia Congregação e membro do Conselho Curador da ESAL. De 1990 a 1994 cursou seu doutorado na ESAL, em Agronomia - área de concentração Fitotecnia/Melhoramento Genético do Cafeeiro, sendo orientado pelo Prof. Magno Ramalho, do DBI. Concluiu seu curso com conceito "A" em todas as disciplinas e qualificação, defendendo sua tese em fevereiro de 1994.

Em abril de 1994 foi aprovado em concurso público como Professor Adjunto do Departamento de Agricultura da ESAL, na cadeira de Métodos de Melhoramento de Plantas, onde é hoje Professor Adjunto IV e ministra ainda a disciplina Cafeicultura. Como professor da UFLA foi responsável por diversas disciplinas de graduação e de pós-graduação, como Métodos de Melhoramento de Plantas, Melhoramento de Grandes Culturas, Café e Algodão, Aplicações da Informática na Fitotecnia (aliás, teve toda sua iniciação em informática estimulado e orientado pelo seu colega, prof. Wilson Maluf, do DAG), Trigo, Soja, Recursos Computacionais Aplicados a Genética e Melhoramento de Plantas e Cafeicultura I e II e foi ainda coordenador de seminários em Fitotecnia. É coordenador do curso de pós-graduação "lato sensu" em Cafeicultura Empresarial e professor responsável pelas disciplinas Economia Cafeeira: o Agronegócio, Genética e Melhoramento do Cafeeiro e Plantio e Formação da Lavoura Cafeeira. Já concluiu 49 orientações (doutorado, mestrado, especialização e iniciação científica), participou de 118 bancas de trabalhos de conclusão (teses, dissertações e qualificações), publicou 143 trabalhos e 20 livros ou capítulos e participou de 54 eventos técnico-científicos. Atualmente tem 13 orientações em andamento.

Coordenou 14 projetos de pesquisa, com destaque para o Projeto BIOEx-Café, financiado pelo CNPq e Conselho Nacional do Café - CNC. Foi um dos idealizadores, juntamente com seu colega prof. Rubens Guimarães, do DAG e primeiro coordenador geral do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF), membro da comissão organizadora e coordenador do 1º Encontro Sul Mineiro de Cafeicultura, realizado em 1995 (e membro da comissão organizadora do mesmo evento nas outras 7 edições já realizadas na UFLA de 1996 a 2002); atualmente participa da comissão organizadora do Circuito Sul Mineiro da Cafeicultura, com eventos de extensão e de transferência de tecnologia cafeeira em 26 municípios do Sul e Sudoeste de Minas Gerais, a cada ano. Foi patrono e professor homenageado de 8 turmas de formandos em Agronomia nos últimos anos. Atualmente exerce a coordenação do Convênio UFLA/Conselho Nacional do Café (CNC), é membro da Comissão Técnica de Café da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG), membro da Comissão Estadual de Sementes e Mudas do Estado de Minas Gerais (CESM), membro da Comissão de Reestruturação do Sistema Estadual de Pesquisa do Estado de Minas Gerais (pela SEAPA-MG), membro do Conselho de Administração da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), membro da Comissão Técnica de Projetos - CTP-Café da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), coordenador do Programa Café na Comissão de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento da Agroindústria Mineira na Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Minas Gerais e membro do Comitê Diretor de Pesquisa do Conselho Deliberativo de Política Cafeeira - CDPC. Foi pró-reitor de Pesquisa da UFLA de maio de 1996 a dezembro de 1997, membro do Conselho Deliberativo da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão - FAEPE, de outubro de 1996 a dezembro de 1999; foi presidente do Conselho Deliberativo da FAEPE de dezembro de 1997 a dezembro de 1999. É Vice-Reitor da Universidade Federal de Lavras, desde dezembro de 1997.

Nosso personagem casou-se com Adriana Maria Ribeiro Pedroso Mendes, em 1982. O casal tem dois filhos: Flávio Pedroso Mendes (21 anos) e Marcela Pedroso Mendes (16 anos); Flávio hoje está na Universidade, cursando Relações Internacionais, e Marcela cursa a 2ª série do segundo grau, no Instituto Gammon. Os filhos apreciam a boa música e são pianistas, aliás, um dom herdado do pai, que por falta de oportunidade não pôde desenvolver este talento quando jovem.

Durante sua caminhada pela vida o professor foi agraciado com os seguintes títulos: Honra ao Mérito prestado a Pesquisa Agropecuária do Estado de Mato Grosso; Honra ao Mérito por serviços prestados ao desenvolvimento de Agronegócio Café no Brasil - CNC- (Conselho Nacional do Café), CNA - (Confederação Nacional da Agricultura); Honra ao Mérito pelos trabalhos em prol do desenvolvimento tecnológico de cafeicultura do Brasil, Bayer - Croop Science, Honra ao Mérito pelo apoio a criação da Expocafé, Prefeitura. Municipal de Três Pontas; Titulo de Cidadão Honorário de Ijaci; Patrono e professor homenageado por oito turmas de formandos em agronomia da UFLA, outros.

Seus hobbies: curtir a vida do campo, cavalgar, apreciar as plantações, ler bons livros, ouvir boas músicas.

Da antiga à Nova Pedra Negra, uma herança científica que vale a pena para o mundo, para a comunidade da UFLA, para nós lavrenses.

O PROFESSOR DOUTOR ANTÔNIO NAZARENO GUIMARÃES MENDES é GENTE DA TERRA.



SOLIDÃO



A solidão de corações vazios é doída e atormenta o ser humano.

Acreditamos que antigamente as pessoas eram mais felizes.

Elas se visitavam, conversavam, falavam de seus problemas, de suas tristezas, de suas alegrias. Compartilhavam o dia-a-dia da vida. Era comum, entre vizinhos, assentar à porta da rua, na sala ou mesmo ao redor do fogão, para conversar, contar histórias, sentir o calor humano.

Veio o progresso, as máquinas tomaram o lugar do homem.

Rádio, televisão, computador, sons, telefone, bem como, as dificuldades familiares, o desemprego, os baixos salários, a velhice, a doença, esses e outros passaram a contribuir de forma decisiva para isolar ainda mais o homem.

O rádio, a televisão, o telefone, aparelhos que surgiram para propiciar aos homens entretenimento, sendo seus companheiros em noites de insônia e solidão, com o tempo, passaram a funcionar como seus aliados.

A televisão, impedindo o diálogo, o som dos rádios, dos toca fitas, CDs, a mesma coisa. Assim, cada vez mais, a convivência foi se tornando, entre os homens, mais tênue e fria.

Os computadores, essas máquinas extraordinárias que permitem viagens mirabolantes pela internet, também tornam, cada vez mais próximos e, ao mesmo tempo, distantes e solitárias as pessoas que passam horas e horas a fio buscando respostas em suas telinhas.

Muitas pessoas cuidam dos pais, irmãos, avós, durante toda a vida, ou parte dela e esquecem de viver para si, e, quando descobrem, já estão envelhecidas, solitárias, sendo lembradas apenas por aqueles que viveram, ou outros, quando necessitam de sua ajuda para fazer algo.

Terceira idade. Ai mora o perigo. Com o avanço tecnológico se as pessoas não evoluírem, não aprenderem as novas técnicas, ficarão ainda mais distantes e solitárias. Portanto, façamos cursos, aprendamos a mexer com esta parafernália moderna e mantenhamos a juventude sempre presente. Existem jovens velhos e velhos jovens.

Quantas pessoas se sentem sozinhas em meio à multidão, em celas de presídios, em asilos, em hospitais, em casa, em apartamento, nas clausuras, vivendo uma agonia.

A luta contra a solidão é desumana, porque ela significa desamparo, dor, angústia, abandono, saudade, desespero.

Por isso, não deixemos a solidão tomar conta de nós. Vamos à luta.

Façamos visita, sejamos voluntários, deixemos um pouco a televisão, a novela, o computador, o som.

Sejamos úteis e arrebanharemos uma legião de amigos. Façamos companhia para que tenhamos companhia.

Falando em solidão, um mal que aflige, um sem número de pessoas, trouxemos, hoje, para perfilar em nossa coluna GENTE DA TERRA, um artista, um esportista, um cidadão que, debaixo de sua quietude, longe dos olhos dos outros, dá - nos um exemplo de como minorar a solidão de alguém.

É o CINEGRAFISTA E ESPORTISTA LUIZ ALBERTO SOARES COSTA – Coroinha - filho de Augusto Soares Costa e Anna Soares Costa, nascido em Lavras – MG, em 03/02/1956.

Sua infância foi vivida praticamente na rua José Moreira, perto da Praça do antigo Cemitério, ao lado dos amigos Luiz Antônio, João Avelino, Pedro Freire, Paulinho, Rubinho, outros, jogando finco, bolinha de gude, brincando de pique, soltando pipas, jogando futebol.

Aos dez anos, por participar ativamente como ajudante das atividades religiosas na Igreja Matriz de Santana, quando era pároco, o Padre Henrique Boeing, Luiz passou a ser chamado pelos amigos pelo cognome de "Coroinha".

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa e no Grupo Escolar Ferroviário. As quatro últimas, no saudoso Colégio Nossa Senhora Aparecida e, o segundo grau, no Instituto Gammon.

Aos 16 anos começou a trabalhar e se apaixonou por motos. Já em 1978, estava filiado à Federação Mineira, Federação Carioca e Confederação Brasileira de Motociclismo. Com isso, exerceu ativamente por um período de 10 anos, sua habilidade de piloto de competição, participando de inúmeros campeonatos de motocross no Brasil. Tudo que está relacionado à motocicleta chama sua atenção. Participa ainda hoje de encontros, enduro e trilhas.

Durante sua vida sempre procurou aprimorar seus conhecimentos, fazendo cursos de mecânica de kart e motos na Honda do Brasil. Aliás, por falar em Kart, foi em 1981 que nosso personagem iniciou suas participações nas competições pelo Brasil afora.

Em 1990, outra atividade também despertou sua curiosidade - o Aeromodelismo - esporte também ligado à mecânica e de alto desenvolvimento tecnológico.

Luiz Alberto (coroinha) é professor de motocross, kart e aeromodelismo. Muitos jovens iniciaram o aprendizado com ele e, hoje, se destacam em suas categorias.

O aeromodelismo, entretando, é o que mais lhe empolga pela graciosidade e realismo. Nessa modalidade esportiva tem prazer de participar de encontros e exposições demonstrando suas habilidades.

A partir de 1996, deixou de atuar no ramo de mecânica e comércio de motos, abraçando um novo mercado de trabalho na área de filmagem e fotografia. Para isso, fez inúmeros cursos na Rede Minas de Televisão, Curt, Kodak, Fuji outros. Hoje é um expert do ramo.

Produziu inúmeros programas de esporte, os quais foram apresentados na TV Universitária.

Prestou também sua valiosa contribuição laboral à Prefeitura Municipal de Lavras, como Coordenador de Imprensa.

Luiz Alberto é o responsável pelo designer das capas dos Livros: Lavras, sua história, sua gente; Poesia & Cia; Gente da Terra II, de autoria deste articulista e, Pingos de Luz, do poeta Murilo Mendes.

Recentemente, nosso personagem contribuiu juntamente com outros, como coordenador, para a realização do VII Encontro de Motociclista de Lavras, evento que reuniu mais de 600 motociclistas na cidade. Diga-se de passagem, foi um sucesso.

Nosso personagem é casado com Maria Abreu Carvalho. O casal tem os filhos: Stella, Lívia, Rinaldi e Liliam.

Além de manter um estreito relacionamento com a esposa e filhos, Luiz Alberto chama a atenção pelo bom filho que é, pois, freqüentemente, está junto à mãe, viúva de 91 anos, dando-lhe amor, carinho, companhia para que esta não sinta a solidão fria do apartamento em que vive, como tantas outras pessoas idosas sentem nos dias de hoje.

Seus hobbies são: Fazer de sua profissão um meio de realizar seus sonhos como designer, cinegrafista, fotógrafo, professor de motocross, kart, aeromodelismo; ouvir uma boa música; ler.

Para nosso personagem, trouxemos o seguinte pensamento:

“A paciência é a mãe de todas virtudes”.

O CINEGRAFISTA E ESPORTISTA LUIZ ALBERTO SOARES COSTA é GENTE DA TERRA.